Capítulo 2

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— Boa noite, Susan

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Boa noite, Susan. — Poliana disse com o seu sorrisinho no rosto quando cheguei para me sentar ao seu lado na mesa de jantar.

— Boa noite, Poliana. — retribuí com um sorriso falso. — Olá, pirralhos... — olhei para as duas crianças sentadas na minha frente.

— Fale direito com seus irmãos, Susan. — meu pai disse em tom rígido, sentado na cadeira da ponta da mesa, como um grande chefe de família...

— Oh, perdão. — pedi com deboche e olhei para meu pai. Ele fechou os olhos e suspirou pesadamente. Em seguida pediu para que servissem o jantar.

Comíamos em silêncio, sem nenhum olhar para o outro na mesa. Até eu mesma podia sentir um clima estranho naquele momento.

— Susan, você pretende cursar alguma coisa na universidade? — meu pai perguntou, logo após limpar a boca com o guardanapo.

— Sim, pai. Eu gostaria de fazer Arquitetura, na universidade Sapienza de Roma. — ele apresentou surpresa com minha resposta.

— Arquitetura... Na Sapienza de Roma? — balancei a cabeça afirmando. — Eu sinceramente não imaginava que você escolheria fazer Arquitetura...

— Sim. Eu sei. E sempre quis fazer Arquitetura. Pode não parecer, mas eu adoro essa área. — respondi.

— Bom, irei pagar sua matrícula e tudo o que for necessário para que você se forme então. Quando pretende começar?

— O mais rápido possível, pai. Mas... Não quero que pague nada para mim, não mais. Na minha conta pessoal tenho todo o dinheiro que enviou para mim durante esses 11 anos. Os 120 mil por ano me renderam um 1 milhão em 2018. E é com ele que irei me resolver. — ele pareceu surpreso com o fato de eu ter me tornado milionária apenas guardando as mesadas de 10 mil. — Minha mãe se virou sozinha o suficiente para me dar o melhor estudo e tudo o que eu precisava com o próprio dinheiro dela, o que você mandava sempre esteve sendo guardado e nunca foi usado nenhum centavo. — arqueou as sobrancelhas. — Agora você tem outros filhos e uma esposa para gastar o seu dinheiro. — os olhei com desdém. — E antes de tudo, gostaria de conversar com minha mãe. Se ela me quiser de volta morando nos Estados Unidos, eu não vou começar a faculdade aqui. E se eu começar... Não pretendo parar ou trocar até concluir o curso. — ele assentiu com a cabeça e me levantei da mesa. — Eu vou para o meu quarto. Boa noite.

— Boa noite, Susan. — Poliana disse baixo enquanto meu pai apenas me lançou um olhar. E eu sei o que aquele olhar significava... "Conversamos mais tarde".

Cheguei ao meu quarto e tratei de ligar para a minha mãe. Tivemos um desentendimento... Sempre tivemos durante esses anos. Mas dessa vez ela realmente ficou furiosa comigo.

Diga, Susan. Qual é o problema? — ela perguntou do outro lado da linha. — Se for para pedir que eu te aceite morando comigo novamente esqueça!

— Você está realmente brava comigo, mamãe? — revirei os olhos. — Sabe que não suporto ficar aqui, vivendo com aquela mulher e os filhos dela.

Você está com seu pai e a nova família dele. Os filhos da Poliana são seus irmãos e ela é a nova esposa do Amauri. Aceite isso e pare de bancar a garota mimada. — disse em tom rígido.

— Garota mimada? Se sou assim hoje a culpa é sua e do meu pai! — aumentei um pouco o tom de voz.

Veja bem como fala comigo, Susan. Mantenha o mínimo de respeito por mim... Se é que você ainda me respeita. Talvez eu e o Amauri tenhamos culpa por hoje você ser desse jeito... Mas acredite, eu fiz de tudo pra que você parasse de achar que o mundo gira ao seu redor! Eu te dei a melhor criação! Mesmo tendo um pai milionário você nunca viveu no ouro... Você sabe de onde eu vim e como cresci na vida com a ajuda do Amauri e sem a ajuda dele também. E eu te mostrei desde pequena como o mundo real é! Só que você nunca teve jeito, garota. Nunca. Sempre foi ambiciosa, egocêntrica... Sempre louca achando que o mundo inteiro tem que se ajoelhar aos seus pés! — suspirei pesadamente. Eu odiava ter que ouvir as mesmas coisas de sempre. — Fique com seu pai... Quem sabe o Amauri possa mudar esse seu jeito. Eu vou desligar agora, Susan Elisa.

— Não me chame de Susan Elisa! E quer saber? Que se dane! Ninguém vai mudar meu jeito. Eu sou assim e ponto final. Se não pode aceitar, querida mamãe... Eu não posso fazer mais nada. Boa noite. — desliguei e taquei o celular na parede. Pude ouvir logo em seguida minha porta sendo aberta e vi a presença do meu pai entrando no quarto. Ele cruzou os braços e me lançou o seu olhar de desaprovação.

— Discutiu com sua mãe? — ele perguntou enquanto eu caminhava para o banheiro e molhava meu rosto, que parecia que iria explodir a qualquer momento de raiva. — Você não tem jeito, não é filha? — me seguiu e encostou na porta, observando meus atos.

— O que você quer, pai?! — perguntei apoiando minhas mãos no mármore da pia e o olhando pelo reflexo do espelho.

— Qual foi a razão pela qual sua mãe te mandou para cá? — fechei meus olhos e suspirei. Peguei uma toalha de rosto e me sequei nela.

— Sabe que eu e Carlota não temos lá a melhor relação de mãe e filha. Ela não gostou muito de algumas coisas que eu estava fazendo... Se estressou e me expulsou da casa dela. — me virei e passei por ele, me sentando na cama e em seguida olhando para ele que se colocava na minha frente novamente.

— E que coisas eram essas, Susan? — me encarou.

— Ela não te contou? Oh... Então ela realmente esperou que eu contasse. — sorri ironicamente.

— Diga logo. — balancei a cabeça negativamente suspirando.

— Eu só estava me divertindo... Como qualquer pessoa da minha idade faz durante o ensino médio ou ao terminar. — ele franziu a testa. — Eu estava indo para algumas festas... Não eram muitas e nem muito grandes por conta de Ligonier ser um lugar pequeno e quase deserto...

— Carlota se enfureceu por você ir à festas? Mas até aí não tem nada de mais, Susan... — disse.

— Eu vou ser direta, tá legal? Nestas festas eu voltava pra casa bêbada e drogada. Enfim, minha mãe ficou com raiva por isso... Eu estava bebendo muito e usando drogas... Papai. — ele ficou sério, em silêncio e apenas me encarava.

 — ele ficou sério, em silêncio e apenas me encarava

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