Capítulo 13

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— Susan, acredito que ali deva ter alguns apartamentos que possa te interessar

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Susan, acredito que ali deva ter alguns apartamentos que possa te interessar. — Martina apontou com o dedo na outra direção da rua.

— Ah! É um lugar... Bonitinho. — falei em voz baixa olhando para a fachada do prédio.

— Quer ir até lá? — ela questionou me olhando. Eu pensei um pouco... Visitamos outros lugares que não me agradaram nem um pouco... Talvez agora seja esse o meu futuro lar. Ainda não estou acreditando que vou ter que comprar um apartamento tão cedo... Mas é melhor do que continuar vivendo com meu pai e os outros. Já era domingo, o terceiro dia procurando por um lugar.

Atravessamos a rua e adentramos ao local... Procuramos pelo responsável em mostrar os apartamentos disponíveis. Cristian e Martina estavam me ajudando muito mas eu sentia vergonha... Onde estou chegando?

— Ah, droga... — Martina sussurrou ao desligar o celular. — Eu vou ter que ir... Estão precisando de mim na casa dos meus pais. — nos olhou.

— Quer que eu vá com você? — Cristian perguntou.

— Não precisa, amor. Fique com Susan... Eu encontro vocês na casa de Giordana. — sorriu e beijou rapidamente o namorado. Eu não sei por qual razão mas virei minha cara no mesmo instante... Me senti desconfortável.

— Ok, qualquer coisa me liga. — ela acenou como despedida pra mim e saiu andando até o elevador.

— Podemos continuar? — o moço que estava conosco perguntou.

— Claro. — voltamos a seguí-lo.

Ele nos mostrou um apartamento que era grande pra quem sempre viveu em lugares menores, mas pequeno para mim que sempre viveu em casas enormes. Mas era a minha melhor opção...

A sala e a cozinha eram em estilo americano, eram espaçosas e tinham boas mobílias. Tinha um corredor saindo da sala que levava até o quarto com um banheiro... Primeira coisa que eu pensei foi onde irei guardar todas as minhas roupas, saltos, bolsas e tudo mais? Aqui não tem um closet de espaço o suficiente para isso.

Mas infelizmente aqui será minha casa. O preço não é tão alto... Posso ser rica mas realmente não quero gastar uma fortuna em apartamento agora.

— Os móveis são novos, o apartamento está limpo e você poderá vir para cá na terça. — isso seria daqui à 2 dias. — Para dar tempo de eu providenciar toda a papelada e outros pequenos detalhes no apartamento. O melhor para que no fim, se sinta confortável.

— Ok... Obrigada. — falei baixo. — Então terça-feira logo depois do almoço estarei aqui. — dei as costas passando por Cristian. Pude sentir seu olhar nas minhas costas enquanto eu saía pela porta. Pude ouvir ele se despedindo do rapaz e vindo atrás de mim.

Em silêncio entramos no elevador e ao sair do prédio voltamos a caminhar pelas calçadas de Roma.

— Está feliz? — ele perguntou de repente.

— Não. — respondi com sinceridade. Cristian parou e fez com que eu também parasse.

— E por que não? O apartamento é ótimo. — fiquei em silêncio olhando para o outro lado, ignorando sua presença. — Susan... Você escolheu sair da casa do seu pai, de não exagerar numa compra, então se acostume com a ideia de não viver no mais puro luxo.

— Eu não escolhi simplesmente sair de lá... — o olhei. — Eu estava cansada de ver ele, ver a Poliana e as crianças... Cansada se sempre ter que levar sermões.

— Você levava sermões por ser irresponsável... — bufei. — E não adianta dizer que estou errado. Você sabe que tenho razão... Você é muito mimada.

— Tá, tá Cristian. Eu já sei! Não preciso continuar ouvindo isso sempre! — cruzei os braços e desviei o olhar.

— Será que não precisa mesmo? — cruzou os braços também.

— Você é muito chato! — balancei a cabeça.

— Oh, querida... Não vai dizer que percebeu isso 11 anos depois? — disse com um sorriso idiota no rosto.

— Ah, ridículo! — o empurrei de leve também sorrindo inconscientemente.

— Vamos, quero te levar até um lugar... — me puxou pela mão.

— Para onde? — caminhei rápido tentando seguir os passos dele.

— Já vai ver.

— Tá, mas meu carro está do outro lado! — ele me lançou um olhar e sorriu.

— Vamos comprar bilhetes e pegar um ônibus, Susan. — o encarei arqueando minhas sobrancelhas. — Não faça essa cara. Você não vai morrer!

— O-ônibus? — gaguejei fazendo uma careta, na tentativa de fazê-lo mudar de ideia.

— Sim! Vamos, tem uma banca de jornal ali. — acelerou os passos e fez com que eu seguisse, já que não soltava minha mão.

Susan Carpenter pegando ônibus?! Vou fazer isso apenas por curiosidade de saber onde Cristian irá me levar.

Ele me fez entrar no primeiro ônibus que viu, se sentou ao meu lado e ficou em silêncio. Eu estava com curiosidade...

— Não vai mesmo me dizer onde está me levando, Cristian? — ele me olhou e apertou os lábios.

— Não. — revirei os olhos. — Não lembrava que era tão curiosa...

O ignorei impaciente e voltei minha atenção para a janela do ônibus. Continuamos em silêncio até o fim da viagem... Descemos e ele voltou a me puxar pela mão enquanto corríamos pelas ruas de Roma. Por um momento tive a impressão de já conhecer certos lugares...

Mesmo que eu tenha nascido nessa cidade, não tive muito tempo para criar memórias ou pra conhecer tudo que existe nela.

Quando notei estávamos subindo uma espécie de barranco, já afastado das ruas asfaltadas da cidade. Eu não estava preparada para isso. Minha roupa ficou cheia de grama!

— Cristian! Que raios de lugar é esse? — questionei o agarrando pelo braço após ter escorregado.

— Você vai ter mais facilidade de caminhar se tirar os saltos. — me segurou pela mão e me ajudou a subir.

— Eu? Tirar meus saltos?! — já era a segunda vez que ele pedia isso, a primeira foi quando quase caí na rua correndo.

— Vai por mim... É melhor. No máximo ficará com seus pés sujos. — ele sorriu.

— No máximo? Alguém como eu não anda descalço por aí! — Cristian gargalhou enquanto continuava a ajudar a subir. — Isso é um barranco? Como tem um lugar assim tão próximo dos prédios de Roma?

— E qual é o problema?

— Sei lá... Parece ser deselegante para uma cidade assim. — ele voltou a rir. — Eu não estou contando nenhuma piada!

— Desculpe. — enfim chegamos ao topo do tal lugar. — Não se lembra daqui?

— Não faço ideia de onde estamos... — olhei ao meu redor. — Parece que já estive aqui antes mas não me lembro...

— Vamos esperar algumas horas... — ele se sentou na grama.

— Esperar? Horas? Cristian do que está falando? — me coloquei na frente dele, fazendo com que tirasse os olhos da paisagem e me encarasse.

— Paciência, Susan. Se sente aí... Vamos esperar o pôr-do-sol chegar. Não vai demorar tanto... — disse calmamente.

— Eu vou embora! Não vou ficar aqui feito uma idiota! — falei saindo da frente dele mas acabei escorregando antes de tentar descer novamente. — AI! — gritei ao bater meu corpo no chão.

— Meu Deus, você não pode parar quieta? — ele veio até mim rapidamente me ajudando a levantar. — Agora sim está toda suja. Se machucou? — perguntou tirando meu cabelo do rosto.

— Não. Estou bem... — respondi o olhando.

— Você pode esperar só um pouquinho? — perguntou baixo. — Já vamos embora.

— Ok... — suspirei. — Eu espero. — segurou minha mão e me puxou para sentar ao lado dele. — Até que aqui tem uma vista bonita...

— É lindo! Podemos ver a cidade. — disse empolgado. — Verá quando o pôr-do-sol chegar.

— O que tem de tão especial nesse pôr-do-sol? — nos olhamos.

— Você vai ver... — sussurrou olhando nos meus olhos. Começava a sentir algo estranho no olhar de Cristian em minha direção... Não sei dizer. Parecia um olhar de tanto carinho... Mas talvez seja apenas coisa da minha cabeça.

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