— DROGAS?! — gritou após depositar o tapa em meu rosto. — Isso é o fim, Susan! Eu não posso acreditar! ATÉ ONDE VOCÊ VAI?! — levantou a mão novamente.
— NÃO ENCOSTA EM MIM! — me levantei aos berros ainda surpresa com o primeiro tapa. Ele abaixou a mão e suspirou. — Você não tem o direito de fazer isso! — falei pausadamente explodindo de raiva.
— EU TENHO TODO O DIREITO! — voltou a gritar. — Você tem noção do quanto isso é grave?!
— Eu só estava me divertindo! Como qualquer pessoa da minha idade. Mas que saco! Você e a minha mãe são insuportáveis! — ele balançou a cabeça negativamente e me deu as costas, levando as mãos até a cabeça.
— Eu não sei o que fazer com você. — disse suspirando pesadamente e voltando a me olhar em seguida. — Eu sinceramente não sei, Susan.
— Você nunca soube o que fazer comigo... O que fazer com meus interesses, papai. — o encarei. — Você nunca se importou de verdade.
— Do que está falando? Eu sempre estive presente na sua vida! Desde que nasceu! — franziu a testa.
— Estava mas ao mesmo tempo não estava. — sussurrei. — Desde que se tornou o senhor empresário multimilionário Carpenter... Você deixou sua família de lado. Que era eu e minha mãe. Conheceu um rostinho bonito e escolheu fazer uma nova família com ela. E foi aí... Foi aí que desde os meus 8 anos de idade eu sabia que tinha perdido meu pai. Não venha encostar um dedo em mim, não me dê ordens e nem venha me dizer que não sabe o que fazer! Eu posso até aceitar isso da minha mãe, mas de você que é um verdadeiro egoísta e cheio de ganância não!
— Eu nunca deixei você ou até mesmo a Carlota de lado, Susan. Não diga bobagens.
— Ah, não? Então pode me explicar o que foi trair minha mãe e deixar com que ela me levasse pra longe sem nem ter lutado pela minha guarda?! O que foi isso de se casar com sua amante e ter dois filhos com ela?! Faça-me o favor, né senhor Amauri! Você deixou de ser um verdadeiro pai já faz tempo. — passei por ele, pegando minha bolsa que estava na cômoda atrás e abri a porta.
— Susan, o assunto aqui era o das drogas. — disse de costas.
— Foi apenas para me divertir. Eu não uso mais. — respondi saindo do quarto. — Eu vou sair.
— Para onde vai?! — pude ouvir sua voz.
— Para longe de você e da sua família. — respondi baixo.
Ótimo! Terminei o meu primeiro dia nessa casa perfeitamente! Oh, que maravilha. Já discuti com meu pai... O que teremos depois?
Saí da mansão caminhando em passos firmes. Eu sentia meu rosto arder por duas razões, o tapa e a raiva. Eu queria voltar até meu pai e xingar ele de tudo o que fosse possível! Mas seria melhor que eu ficasse longe para as coisas não piorarem.
Peguei o primeiro táxi que vi e pedi que simplesmente seguisse em frente. Algo em mim queria gritar mas também chorar como uma criança que acabou de receber uma bronca dos pais.
Eu preciso me divertir...
— Senhor, pode me deixar na boate mais próxima? — perguntei sem olhar para o rosto do motorista.
— A mais próxima não é muito bem frequentada, moça. Posso te levar para uma mais tranquila. — era um senhor já idoso pela voz rouca e o cabelo grisalho.
— Não me importo. Me deixe na mais próxima, por favor. — senti seu olhar em mim.
— Tem certeza?
— Já disse que não me importo. Apenas continue dirigindo até lá. Te pago o dobro. — respondi séria. Pude notar o senhor balançar a cabeça e depois virar em uma rua.
Ao entrar na rua já pude ouvir o som alto da boate, parecia que tudo estava tremendo. Tinham pessoas do lado de fora em fila... E claro que não vou ficar nessa fila.
— Senhorita, tome cuidado. — o idoso disse enquanto eu pegava o dinheiro para pagá-lo.
— Eu sei me cuidar. Obrigada. — entreguei o dinheiro em sua mão e saí do táxi.
Que se dane. Eu sou jovem e rica. Vou aproveitar minha vida da melhor forma possível.
Atravessei a rua até a boate. Passando por toda aquela multidão e ouvindo os xingamentos junto a vaiadas quando coloquei na mão do segurança uma boa quantia de dinheiro e passei por aquela porta.
O dinheiro realmente abre portas.
A boate estava cheia, o som alto e muita fumaça. O cheiro de cigarro espalhado pelo local. Andei com dificuldade entre as pessoas até chegar ao bar, que acredito que por um milagre estava vazio. Pedi muitas doses e logo em seguida peguei um cigarro com uma pessoa ao meu lado. Eu não queria dançar, por alguma razão estava sem vontade... Só queria beber e fumar o máximo possível. Trazer minha paz de volta.
— Você está bem? — o bartender perguntou. Sua voz parecia mais distante e abafada.
— Estou ótima. — respondi tomando o último gole da minha bebida e voltando a fumar. — Mais uma, por favor.
— Você já bebeu demais... — ele murmurou. — É melhor parar por aqui.
— Cala a porra dessa boca! — bati no mármore do bar. — Eu tô pagando! Me traga mais uma bebida!
— O que está acontecendo aqui? — ouvi uma voz masculina por perto. Mas não consegui identificar o rosto. Minha visão estava embaçada.
— Cara, ela está muito louca... Eu me recuso a continuar entregando bebidas pra ela. — pude notar o bartender levantando as mãos e se afastando.
— Tudo bem... Não se preocupe. — senti sua mão no meu braço. — Moça, é melhor parar agora.
— Vão se... — senti minha visão ficando escura e meu corpo fraco. Eu não posso desmaiar aqui!
— Eu vou ajudar ela... Vou levá-la para o meu galpão, não é muito longe. E vejo se consigo entrar em contato com algum familiar. — não! Eu não posso ir pra lugar nenhum com esse estranho! Socorro! — Tome, Peter. Eu pago pela moça. — jogou uma quantia de dinheiro para o bartender. — senti os braços do homem ao meu lado me segurarem antes de fechar meus olhos completamente. — Te peguei!
Eu já estava desmaiada e talvez pudesse nunca mais acordar. Não estava vendo para onde estava sendo levada... Não conseguia olhar para o rosto do cara. Eu estou ferrada...
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Sunset
RomanceRica, mimada, egocêntrica e a clássica patricinha do colégio... Essa é Susan Elisa Rossi Carpenter, que aliás, detesta o nome completo. Aos 18 anos concluiu o ensino médio em Theodore Wright, e após desentendimentos com a mãe, Susan volta para seu p...