Capítulo 12

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— Durma

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Durma... Amanhã conversamos melhor. — ele me acompanhou até o antigo quarto dele na casa de Giordana.

— Você vai dormir onde? — me sentei na cama.

— Vou para minha casa, o galpão. Mas amanhã cedo venho te ver. — se aproximou.

— Sua namorada não vai ficar com raiva por eu estar no seu antigo quarto? — ele sorriu

— Claro que não. Não se preocupe com meu relacionamento... Você não irá interferir em nada. — concordei com a cabeça.

— Me desculpa... — sussurrei.

— Pelo o quê?

— Eu fui rude... E você estava me ajudando. — abaixei minha cabeça. — Eu queria saber qual é o meu problema... Será que às vezes sou tão egoísta e egocêntrica desse jeito? Ao ponto de ser rude, ruim... Malvada...

— Eu não sei o que dizer pra você. Sinceramente não sei... Ainda estou conhecendo essa nova Susan. — se sentou ao meu lado.

— Eu já fui boa, né? — ele soltou um riso leve.

— Você era extraordinária, Susan. — o olhei. — Você tinha tanto brilho... Tanta alegria. Eu não vejo mais nada disso em você... Não sei o que aconteceu. Hoje você é sim egoísta, egocêntrica, rude... Fala muitos absurdos... E não faço ideia de como você chegou nisso. Foi o dinheiro?

— Eu me importo muito com o dinheiro mas... Não acho que foi isso. — desviei meu olhar. — Fui eu mesma. Sozinha... Eu quis ser a melhor em tudo e então deixei que o luxo e ignorância me levassem.

— E você quer mudar isso? — voltei a olhá-lo.

— Eu não sei se posso mudar, Cristian. Isso que você vê... Sou eu. Susan.

— O tempo te dará uma resposta... Dorme agora. Amanhã irá ser acordada com um belo café da senhora Giordana. — disse se levantando. — Boa noite, Susan.

— Boa noite, Cristian. — ele sorriu gentilmente enquanto abria a porta, sumindo por ela em seguida.

Eu nunca vou poder mudar.

Me levantei e comecei a observar o quarto de Cristian... O lugar ainda tinha o cheiro dele, que eu senti quando lhe abracei hoje. Estava organizado, com certeza pela Giordana já que o galpão dele era uma zona. Tinha um porta-retrato com uma foto dele e da Martina próximo a cabeceira da cama... Eles formavam um casal bonito. Ela era uma loira de olhos castanhos e um grande sorriso. Com certeza um tem muito sorte de ter o outro como parceiro... Eu nunca soube o que é isso. Um relacionamento sério... Foram apenas casos e casos.

O último que tive um grande interesse e praticamente me humilhei tentando fazer com que ele aceitasse sair comigo foi o Leonardo Mellark, ainda na Pensilvânia... Eu o achava lindo demais mas fazer o quê... O coração dele já tinha dona.

Sempre tive uma pontinha de curiosidade sobre como é sentir esse sentimento... De saber que tem alguém do seu lado, que te ama, que irá cuidar de você... Que irá te proteger...

Não sou boa o suficiente para ser amada ou para amar. E acho que nunca serei digna de tal coisa... Às vezes me pergunto se eu realmente amo até a mim mesma, ou se sou apenas egoísta e ruim o suficiente para não me importar com os outros ou me abalar com qualquer coisa.

Continuei observando o quarto dele... Encontrei alguns desenhos, e até um violão escondido no guarda-roupa que ainda havia algumas peças de roupa de Cristian.

Eu precisava dormir logo então procurei por alguma camisola nas malas mal feitas... Voltei a tomar uma grande dose de remédios na tentativa de conseguir dormir mais rápido.

Acordei com dor de cabeça e já me sentindo cansada. Ouvi batidas insistentes na porta e mandei que entrasse logo, não vi quem era pois continuei deitada com os olhos fechados.

— Você está bem? — era a voz de Cristian.

— Melhorando. — respondi.

— Vem... — puxou minha mão. — Tem um super café da manhã te esperando.

— Posso sentir o cheiro daqui. — me sentei na cama. — Eu já vou.

— Ok. Mas vem logo... Estou morrendo de fome e a dona Giordana não vai me deixar comer nada antes de você descer. — coçou a cabeça.

— Tá, tá... Já vou. — me levantei. — Cristian, — o chamei antes que saísse do quarto. — Onde eu posso encontrar um apartamento que esteja à venda?

— Têm vários. Eu e Martina te ajudamos mais tarde. — assenti com a cabeça e o vi saindo do quarto.

Me arrumei o mais depressa possível e desci antes que o esfomeado fosse me buscar... Me encontrei com Martina conversando com Cristian, Paola na bancada da cozinha com o seu olhar de desprezo pra mim e Giordana terminando de servir a mesa.... Mesa que aliás eu reconheço. Reconheço toda a casa... Passei tantos finais de semana aqui...

— Bom dia, querida. Venha... Preparei um café bem reforçado para você. — ela sorriu enquanto eu me aproximava da mesa.

— Obrigada. — sussurrei me sentando. Logo Cristian e sua namorada estavam na mesa... Paola preferiu ignorar minha existência e eu a dela.

— Você está melhor? — Giordana perguntou me entregando uma xícara.

— Sim... Obrigada por me receber aliás. — ela sorriu mais uma vez.

— Essa casa também é sua, minha menina. — sorri gentilmente. — E você, Martina? Já viu os seus pais depois da viagem?

— Sim, ontem estive lá. Estão todos muito bem. — respondeu. — Mas é claro que não podiam deixar de me pedir para parar com minhas viagens.

— E por que viaja tanto, se me permite? — perguntei curiosa.

— Eu viajo ajudando instituições de caridade ao redor do mundo... Às vezes fico meses fora cuidando de crianças necessitadas. — me olhou. — É um trabalho muito difícil... Vejo coisas muito tristes mas por outro lado sempre fico muito feliz em saber que pude ajudar uma família ou uma criança.

— Ah... — murmurei. — Que bom.

— Martina é de uma família rica também, sabia Susan? — Paola falou ainda na bancada. — A família D'Angelo Greco, conhece? Mas diferente de certas pessoas ela usa o dinheiro para o bem, com coisas que realmente importam. — sei muito bem que isso foi uma indireta.

— Cale-se, Paola. — Giordana ordenou.

— Tudo bem, tia Giordana... Eu não me importo com o que Paola diz. — a encarei. — E querida... Cada um usa o próprio dinheiro da sua forma.

— É claro... Não pense que eu queria te ofender. — um sorriso falso surgiu no seu rosto.

— Nem se você quisesse iria conseguir me ofender. — respondi retribuindo o sorriso falso.

 — respondi retribuindo o sorriso falso

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