— Quanto tempo, Susan. — disse quando nos sentamos em uma mesa do refeitório que estava quase vazio. — Você está diferente.
— Bom, se passaram quase 11 anos. — o olhei.
— Você não estava morando com a tia Carlota? — Cristian sempre se referiu à minha mãe como tia, desde pequeno. — Nos Estados Unidos, não é?
— Sim. Eu vinha para cá apenas nas férias... Mas nunca o encontrei novamente. — ele desviou o olhar.
— Bom, eu continuei morando na mesma casa durante muitos anos... Mas eu também viajava com minha mãe nas férias, então acredito que houve alguns desencontros. Uma vez eu encontrei uma rede social sua... Mas não tive coragem de mandar qualquer coisa, e nunca mais acessei o perfil. Você estava diferente de agora... — ele soltou um riso fraco. — Acabei de me lembrar que... Nos primeiros anos que você havia ido embora, eu ia todos os dias depois do colégio ou antes chamar por você no portão do senhor Amauri. Ele ou a Poliana sempre me recebiam com algum lanche e tentavam me explicar que você não ia voltar. — sorri gentilmente e ele me olhou. — Eu sentia muito a sua falta.
— Eu também senti sua falta no começo... — ele desviou o olhar.
— Mas esqueceu com o passar do tempo. — se levantou e me olhou. — Eu tenho que ir agora...
— Já vai para a aula? — me levantei.
— Não... Eu vou faltar nessas últimas aulas. Tenho outro compromisso. — respondeu sério. — Foi bom revê-la... — estendeu a mão.
— Digo o mesmo, De Angelis. — apertei sua mão. Ele a segurou com força e seu olhar focou em nossas mãos, em seguida me olhou nos olhos novamente e sorriu, se afastando em seguida. — Digo o mesmo. — repeti para mim mesma em sussurro.
Cristian De Angelis Vitale... Meu melhor amigo de infância e minha primeira paixonite. Não achei que poderia encontrá-lo depois de tanto tempo...
Giordana, mãe de Cristian, trabalhou durante alguns poucos anos na casa de meu pai. Foi nossa cozinheira e foi assim que aos 4 anos conheci Cristian, que já tinha 8. Apesar da diferença de idade brincávamos juntos normalmente. Mesmo depois de Giordana ter saído de casa, e pelo que eu me lembre, para abrir o próprio negócio com comida, eu e Cristian continuávamos nos vendo. Ele ia na minha casa, eu ia na dele ou nos atrevíamos a sair perambulando pelas ruas às escondidas.
Nossa amizade foi cortada completamente depois que me mudei com minha mãe. Achei que nunca mais iria vê-lo. Foi realmente bom saber que Cristian está bem e vivendo sua vida... Não sei se poderemos ser amigos agora. Vejo que já existem mudanças entre nós que talvez não dê certo... Que complique uma tentativa de reaproximação. Não sou mais a Susan de 8 anos de idade e ele não é o garoto de 12.
Mas é inacreditável como o mundo é surpreendente. Como o destino pode trazer surpresas inesperadas... Quando poderia imaginar que o homem que me ajudou em um bar bêbada, que frequenta a mesma faculdade, seria o meu melhor amigo de infância? Incrível. Porém, vida que segue. Nada passou de coincidências.
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Sunset
RomanceRica, mimada, egocêntrica e a clássica patricinha do colégio... Essa é Susan Elisa Rossi Carpenter, que aliás, detesta o nome completo. Aos 18 anos concluiu o ensino médio em Theodore Wright, e após desentendimentos com a mãe, Susan volta para seu p...