Capítulo 44: Nova York, aqui vou eu

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P.O.V Renato Garcia 16:35 p.m.

— Vai filho da puta, liga pra mulher e para de ser bicha. — O Miguel me empurrou pra cima do celular e respirei fundo.

— E se ela desligar na minha cara?

— Cara, tu nem ligou ainda, liga pau no cu vamo ficar torcendo aqui. — Disse o Miguel e suspirei, nervoso.

— Tá bom.

— Vamo fazer uma corrente de oração, vem Léo. — O Roma segurou na mão do Léo e a ergueu pra cima em forma de louvor.

— Para de frescura, Roma. — Ele riu.

— Então liga, caralho. — Respirei fundo e aproximei o celular do meu ouvido.

— Fiquem aí. — Mandei eles ficarem na sala e fui pro escritório, fechando a porta.

A minha cabeça gritava feita uma filha da puta me impedindo de ligar e parar com essa porra de amar uma garota que foi embora, mas o meu coração gritava mais alto ainda, feito um verdadeiro louco por simplesmente não aguentar mais ficar sem ela junto a mim, então pela primeira vez na minha vida deixei o que meu coração sente falar por mim.

Liguei pra ela e senti o meu coração vir parar na garganta ao perceber que ela atendeu.

— Alô? — Enruguei a testa ao ouvir o tom dessa voz, mas não era o tom da voz dela. — Alô? — Não estava entendendo, porque um homem atendeu a o telefone dela?  — Pois não? — Engoli em seco e tive a coragem de falar.

— A Jade está aí? — Perguntei na esperança de ter caído em um número errado porquê não conseguia acreditar em nada do que ouvia.

— A Jade está aqui sim. Quem quer falar com ela? — Meu Deus. Sentir um forte aperto no peito e fechei os olhos pra não chorar.

— Quem tá falando? — Queria muito saber, farei questão de matá-lo.

— Aqui quem fala é o Harry. — Enruguei a testa e logo lembrei da Louise e do tal cientista que a Jade está namorando. Não podia ser. 

Meu raciocínio parou de funcionar e admito que nunca me senti tão perdido na vida... Era como se um branco tivesse dominado todo o meu cérebro, pois fiquei sem como reagir a qualquer coisa.

Sentir meu peito ofegar e em seguida meus olhos sendo preenchidos com as lágrimas. Não sabia que tipo de coisa estava acontecendo comigo, mas tudo o que eu sabia era que eu havia perdido, havia perdido a coisa mais importante da minha vida.

Tive que ver com meus próprios olhos e sentir o gosto da derrota e da perda pra poder enxergar o quanto aquela garota era importante pra mim.

— Renato, mano? Tu tá bem? — Ouço a voz do Miguel e tento voltar a realidade. — Renato?

— Ah... Já tô indo. — Após alguns segundos fui abri a porta e vi o Miguel sorrindo.

— Deu certo, mano?

— Ah... Não, ela não atendeu. — Ele ficou me olhando sério e suspirei, saindo do quarto.

— Temos que fazer isso antes de voltarmos pra Atlanta. Não vamos ficar aqui o resto da vida correndo o risco de sermos pegos pelas autoridades americanas. — Ouço eles conversarem sobre o assalto ao banco internacional e surjo na sala.

— Deu certo, mano? — Perguntou o Roma e suspirei, me sentando no sofá.

— Não... — Fui sincero com eles. — Quem atendeu foi um homem...

— Shi...

— Puta que pariu. — Eles resmungaram e passei as mãos no rosto.

— Deve ser o tal do Harry. — Disse o Roma e lhe olhei.

Um gângster em minha vida | Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora