Pensar

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Ella Johnson

-Srta.Johnson!- uma mulher com sotaque vem na minha direção.- Como foi o vôo?

-Bom...

-Ótimo, chegou no horário estimado.- ela olha para o relógio.- Seu motorista está esperando.

-Ok.- limpo a garganta e ando com ela.

-Amanhã vou levar você para conhecer um pouquinho da cidade.- ela balança uma pasta.- E daqui dois dias você começa seu novo emprego.

Fico calada e ela vai falando sobre as características boas da cidade, olho envolta e vejo todas aquelas luzes ainda de madrugada.

Saímos do aeroporto e vamos em direção a uma SUV preta parada do outro lado da rua, passamos pela faixa de pedestre e o motorista sai rapidamente.

Ele abre o portamalas e entro com aquela mulher no carro, ela me oferece uma garrafa de água e eu balanço a cabeça.

-Ah, nessa correria toda eu nem me apresentei.- ela sorri.- Viviane Bernard, eu vou ser sua guia aqui.

-Mas você não é daqui.- falo.- Seu sotaque...

-Ah, eu nasci na Itália, vivi toda minha vida ali.- ela explica.- Mas minha família é daqui.

-E você vai ser minha professora...

-Sim, sou bem paciente ensinando.- ela sorri.

Tento sorrir e começamos a andar pela cidade, olho para a janela e vejo a cidade bem iluminada.

A cidade era linda, eu devia estar feliz por vir aqui, mas devido as circunstâncias eu só pensava que eu estava fugindo por que era uma amante de merda.

Olho para Viviane e me pergunto se ela sabe disso, Elise não deve ter contado, e eu também nem vou tocar nesse assunto.

-Seu apartamento é bem perto do trabalho.- ela explica.- Amanhã vamos fazer essa trajetória e outras algumas.

-Ok.- murmuro.

-Sei que foi de uma hora para a outra.- ela fala baixinho.- Mas aproveite essa chance, várias pessoas saem de Paris cheias de chances.

-Eu sei.- olho para ela.- Obrigada.

-De nada.- ela sorri.- Então, amanhã vamos em uma padaria que é muito boa...vamos fazer as compras do supermercado também...

Ela continua falando e eu olho para ela como se estivesse escutando tudo, mas não tem como estar lá sem pensar no por que estou lá.

Claro que vou aproveitar essa chance, não sou burra, Paris pode me dar muitas chances, mas não paro de pensar no que aconteceu.

☘︎

Chris Reed

Duas semanas depois de tudo isso que estava acontecendo minha mãe decidiu que era hora de fazer o teste de gravidez.

Subo as escadas de dois em dois segurando aquela merda de teste na minha mão, quero que isso seja mentira, quero que isso seja mentira, quero que o plano dela dê errado.

O advogado estava com os papéis prontos, sem filhos envolvidos fica mais fácil assinar o divórcio e fazê-la assinar o divórcio ficaria ainda mais fácil.

Abro a porta do quarto de Leila e ela está sentada na cama e lendo uma revista, um sorriso toma os lábios dela quando me vê e deixo a porta bem aberta.

Ele Não É Meu Onde histórias criam vida. Descubra agora