Onde?

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Chris Reed

Eu não queria perder tempo, então arrastei G para o galpão do aeroporto privado e comecei. Claro que tinha que cumprir o que disse para Ella. Mas eu gostei de fazer cada coisa.

G estava deitado no chão já todo ensanguentado e respirava dificilmente por causa dos chutes no peito que eu tinha dado até ele admitir que ia me dizer onde o pai de Ella estava.

Mas G nem conseguia falar, então peguei a arma em cima da cadeira e destravei, logo a cabeça dele levanta e observo seu olho quase inteiro inchado.

-Onde está Joshua?- pergunto rouco.

-Ele saiu para fazer negócios com um traficante em Porto Rico.- ele tosse sangue e não sinto pena nenhuma.

-E para onde ele vai ir quando descobrir o que aconteceu hoje?- seguro a gola da blusa dele e o levanto até a parede.- G.

-Ele vai provavelmente para Austrália.- G fala rapidamente.

-Que canto da Austrália? Seja específico.- bato ele contra a parede.

-Costa, Wellington.- ele me encara.- Eu falei tudo, Chris, eu fiz tudo que você pediu...

-Machucou Ella?- pergunto.

-Nunca faria nada...- bato ele contra a parede e G grita de dor.- Sim... machuquei.

-Espero que você sofre muito.- encosto a arma no abdômen dele.- Por que eu vou fazer você sangrar até a última gota, seu filho da puta.

-Você falou que...

Dois tiros saíram da minha arma e G arregala os olhos, dou outro dois tiros em seu peito e mais dois nas suas pernas o fazendo cair sangrando no chão.

Sento na cadeira enquanto vejo G se debatendo tentando me alcançar, seus olhos estão piro o desespero e ele está agonizando em seu próprio sangue por tudo que fez com Ella.

Engulo em seco enquanto o sangue vai chegando em meus pés, volto a olhar para G e ele mal está se mechendo agora, apoio meus braços nas coxas e olho para a arma.

-Você deveria ter percebido que ao tocar nela...- me levanto.- Você já estava morto, seu verme.

Jogo a arma ao lado dele e abro a porta da salinha, John estava mexendo no celular e logo levanto o rosto me observando com uma pergunta nos olhos.

Assinto estendendo a mão e ele me dá meu celular já com o número discado, coloco no ouvido e ouço chamar algumas vezes antes de Roger atender.

"-Como ela está?- pergunto.

-Está dentro do quarto. Em silêncio.- Roger fala baixo.

-Comeu algo? Falou algo?- caminho até o carro com John.

-Não, está calada desde que chegou.- Roger parece sério.- Eu acho que você deveria vir rápido.

-O que aconteceu?- entro no carro e John começa a dirigir.

-Ela tem algo no ombro...- ele fala com calma.- Você tem que ver...

-Ferimento?- começo a ficar preocupado.

-Não.- ele logo fala.- Acho que pior.

-Porra, Roger, fala logo o que é!- falo com raiva, odeio quando ele faz isso.

-É melhor você ver por si mesmo.- ele explica.

-Ok, eu estou chegando.- desligo."

Peço para John acelerar e ele faz isso na hora, vou falar com Roger antes de entrar no quarto, ele vai procurar o pai dela por todos os cantos.

Mas depois disso toda a minha atenção vai ser dela, tudo que ela pedir eu vou dar, não quero mais que ela sofra, não quero mais que ela se machuque...

Vou fazer tudo que ela quiser.

☘︎

Chris Reed

Abro a porta do quarto do hotel e vejo um montinho na cama, tiro o blazer e os sapatos antes de chegar no quarto, perto da cama já estou desabotoando a camisa.

Fico na porta da cama e me agacho observando o rosto calmo e delicado de Ella enquanto ela ainda está dormindo, acho que nunca esqueceria desse rosto.

Puxo o lençol até seu ombro e aperto o lençol em minha mão quando vejo o G cicatrizado em seu ombro. O idiota marcou ela como gado.

-Chris?- ela se remexe e abre os olhos.

-Oi.- volto meus olhos para seu rosto.- Como você está?

-Sei lá.- ela respira fundo.- Cansada.

-Quer comer algo?- não toco nela por enquanto.

-Não, eu...- Ella tenta sorrir.- Eu quero só ficar aqui.

-Ok.- assinto.- Quer companhia?

-Quero.- ela se afasta e eu me levanto.

Me deito ao lado dela, estamos de frente um para o outro e Ella me observa enquanto ajeito minha cabeça no travesseiro, não evito de olhar para seu ombro.

-Pare de olhar.- ela se cobre.- Eu odeio isso.

-Assim que chegarmos em Nova York vou resolver.- prometo.

-Ok.- ela morde o lábio.- Como você está?

-Bem. Feliz por ter você aqui.- seguro a mão dela e Ella deixa.- Não parei por um segundo, Ella. Desculpe...

-Você me tirou de lá.- ela passa o dedão pelas costas da minha mão.- Não precisa pedir desculpas.

-Está óbvio que voltar para Nova York não é a melhor ideia.- murmuro.- Não posso perder você de novo.

-O que quer dizer?- ela franze as sobrancelhas.

-Quero dizer que vamos ir para Nova York por um tempo, talvez uma semana. Então vamos tirar férias.- explico.

-Férias?- ela sorri.

-Sim, em um canto ensolarado e que você escolha.- beijo a mão dela.- Qualquer um.

-E vamos ficar por quanto tempo?- ela me observa.

-Até eu achar seu pai.- falo e ela faz careta.- Só assim vamos poder voltar para Nova York.

-E se não voltarmos?- ela pergunta calma.

-Como assim?- pergunto.

-Sei lá, Chris, eu só...- Ella balança a cabeça.- Eu não quero passar por isso de novo.

-Não vai.- garanto.- Não vai, Ella, não vou deixar.

Ela fecha os olhos e cobre com uma mão enquanto começa a chorar, respiro fundo e me movo para perto dela a puxando para meu peito, logo Ella me abraça e ficamos assim.

-Esse vai ser o plano.- sussurro.- Voltamos para Nova York por uma semana. Vamos para qualquer lugar de férias. Decidimos o que fazemos depois quando eu matar seu pai.

-Parece um bom plano.- ela fala baixinho e sorrio.

-Eu amo você, Ella.- beijo sua cabeça.- Amo mais do que amei qualquer pessoa.

-Eu também te amo.- ela respira fundo.- Acho que sempre vou amar você, Chris.

-Isso é bom.- acaricio as costas dela.- É bom mesmo.

Ela ri e eu fecho os olhos ouvindo o som da sua risada. Não é muito forte, é baixa e cuidadosa, mas vou me esforçar para fazer ela rir mais.

E vamos ficar juntos, não importa onde.

Ele Não É Meu Onde histórias criam vida. Descubra agora