Planos

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Ella Johnson

-Tudo bem?- Chris senta ao meu lado.

-Sim.- assinto checando o cinto.

-Quer alguma coisa?- ele pergunta preocupado.- Você não comeu nada.

-Eu tô bem.- tento acalmá-lo.

-Não precisa do cinto quando já está no ar.- ele explica e eu o encaro.- Mas pode ficar se quiser.

-O que vamos fazer em Nova York, afinal?- tiro o cinto e ele sorri.

-Agendei uma consulta com um cirurgião plástico para ver o seu ombro.- ele fala calmo e assinto.- Tenho que deixar a empresa pronta para minhas férias.

-Então não podemos sair mais cedo? Parece simples.- ele percebe minha apreensão em ficar em Nova York.

-Ok.- ele assente.- Eu vou resolver as coisas com a empresa bem rápido e, de acordo com que o médico disser, saímos o mais rápido possível.

-Obrigada.- observo os olhos azuis ainda muito preocupados.- Chris. Você precisa parar de ficar olhando assim para mim.- sorrio.

-Assim como?- ele franze as sobrancelhas.

-Preocupado.- explico.- Eu estou bem. Estou com você agora, não é?

-É.- ele acaricia meus cabelos e me sinto segura.- Só não quero avançar muito rápido.

-Deixa que eu avanço.- murmuro.

Seguro o rosto de Chris com as duas mãos e beijo levemente seus lábios, ele me fazia sentir conforto para fazer isso, senão eu jamais estaria tocando nele como estava agora.

Depois de passar a noite todinha abraçada com ele...fiquei confortável e mais aliviada por ele entender que eu podia precisar de tempo.

Mordo o lábio dele levemente e os dedos de Chris entram em meus cabelos, abaixo uma das mãos até o peito dele e puxo sua camisa para ele se aproximar mais.

Chris passa a língua pelo meu lábio inferior e me afasto sorrindo, ele ainda está de olhos fechados quando beijo sua bochecha sentindo a barba por fazer e logo depois o abraço apertado.

-Foram as duas semanas mais eternas da minha vida.- ele sussurra e assinto lentamente sentindo o cheiro do perfume dele.

-Acho que é melhor a gente nem pensar nisso.- respiro fundo.- Eu só quero esquecer isso. Esquecer que G existiu. Esquecer que essas duas semanas existiram.

-Ok.- ele beija meus cabelos.- Mas você precisa comer.- ele aperta meus braços.- Então vou ver algo bem gostoso e volto já, ok?

-Ok.- sorrio achando a preocupação dele muito fofa.

Chris levanta indo até a parte traseira do avião, me encolho em cima do assento puxando o cobertor para que eu fique toda coberta no frio do avião.

Tudo que eu menos queria era voltar para Nova York, mas Chris precisava acertar as coisas da empresa e eu precisava tirar essa merda do meu ombro antes de qualquer coisa.

Não queria esse G me seguindo por todos cantos que eu ia, odiava que ele tivesse feito isso comigo e tirar essa coisa do meu ombro já seria libertador.

Agradecia mentalmente por Chris entender o que eu estava passando e o quão importante tirar esse G do meu ombro era para mim.

-Tem biscoito de chocolate.- ele diz trazendo o saco de biscoito.- Quando chegarmos a gente pode pedir comida.

-Claro.- assinto enquanto ele abre o pacote.

-Vou passar a noite com você. Amanhã vou sair pela manhãzinha mas volto antes que perceba.- ele explica enquanto como.

-Não precisa passar o dia todo comigo.- falo calma e sem muita expectativa.

-Claro que preciso.- ele come um dos biscoitos e faz careta.- É muito doce.

-É todo de chocolate, esperava o que?- falo com um sorriso mais largo que antes.

-Doce demais mesmo assim, vou ficar com diabetes.- ele pega outro e rio.

Chris me observa de bom humor e pego outro biscoito,  deito a cabeça em seu ombro e ele apoia as pernas no assento da frente.

Me sinto confortável ao seu lado.

☘︎

Chris Reed

Abro a porta de casa e ela entra já dessbotoando o sobretudo, ajudo a colocar ele no armário e percebo que ela fica parada no meio do hall.

-Vamos?- estendo a mão.

-Sim.- ela segura minha mão com mais força.

Tento dar um sorriso de conforto para Ella e começamos a subir as escadas, observo seu rosto enquanto nos aproximamos do quarto e percebo que ela está nervosa.

Eu não vou obrigar ela a fazer nada, então se ela quiser que eu durma em outro quarto...eu vou aceitar e deixar ela sozinha como quiser.

Abro a porta do quarto e deixo ela entrar primeiro, ella abraça o próprio corpo enquanto anda até a escrivaninha dela e mexe em seus desenhos.

Lembro de Brenna pedindo um deles para concluir o vestido que Ella queria fazer, deixei ela levar qualquer um e...tinha me esquecido de contar...

-O desfile...

-Eu tinha me esquecido completamente.- Ella vira para mim.- Queria ter participado, seria algo incrível...

-De certa forma participou.- digo pegando o celular.

-Como assim?- ela se aproxima curiosa.

-Brenna invadiu e pegou um dos seus desenhos.- mostro a matéria.- Todos amaram Ella.

-É sério?- ela começa a ler.- Chris....

-Acho que nunca vi Brenna falar tão bem de alguém.- sorrio e Ella morde o lábio animada.

-Meu Deus, ela não mudou nada.- Ella analisa o próprio vestido.

-Ela disse que queria deixar o vestido como você tinha desenhado.- observo seus olhos azuis brilhando, adorava ver aquilo.

-E Daphne?- ela me observa.

-Ela...- engulo em seco.

-Eu sabia.- abaixa a cabeça.

-Mas quem precisa dela.- levanto seu queixo.- Em poucos dias vamos estar em uma praia, tomando margaritas e nos bronzeando.

-Você vai se bronzear?- ela levanta as sobrancelhas.

-Não. Vou ver você se bronzear.- sorrio e ela balança a cabeça.

-Tem que se bronzear também, Chris.- fiz séria e eu suspiro.

-Por você...- balanço a cabeça de um lado para o outro.- Faço até o impossível, Ella.

Ella dá uma risada continha e me abraça pulando em cima de mim, estou totalmente despreparado e por isso dou um passo para trás tentando me equilibrar.

Abraço sua cintura e afundo meu rosto em seus cabelos, sei que tudo vai dar certo agora, que tudo vai ficar bem assim que acabar com todas as ameaças.

Vamos ficar de férias por tempo indeterminado e Ella vai ter tudo que quiser, tudo isso longe de Nova York, talvez em um lugar mais ensolarado e com mais areia...

Mas eu sei de uma coisa, assim que eu encontrar o pai dela...ele vai sofrer por tudo que fez ela passar, e eu vou me certificar de que esse sofrimento não seja pouco.

Ele Não É Meu Onde histórias criam vida. Descubra agora