𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐕𝐈𝐍𝐓𝐄

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NOTA: EAE! Cheguei a tempo hoje. Tô muito satisfeita com esse capitulo já que aqui vamos ver o princípio da merda acontecer. Vocês vão ver um pouquinho da Simone e outras coisinhas. O capitulo seguinte já ta sendo escrito e vou novamente postar na quinta, ok? Lembrem-se de comentar, votar e compartilhar se possível.

Boa leitura, amores!

Simone tinha uma teoria que essa coisa de ficar entre arbustos e de tocaia esperando por algo iria virar moda em algum momento

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Simone tinha uma teoria que essa coisa de ficar entre arbustos e de tocaia esperando por algo iria virar moda em algum momento. Se remexeu sobre o banco de couro do carro. Ela se sentia mais uma jornalista investigativa do que uma colunista em ascensão.

Mas aquilo era legal, era eletrizante perseguir pessoas, como uma brincadeira de gato e rato. Ela era o gato e os ratos nunca sabiam quem estava à espreita.

Posicionou sua câmera e deu mais um clique, capturando mais um momento. Margot parecia alegre naquele dia, fazia compras com duas empregadas, uma loira emburrada e uma morena de feição séria. Elas parecem mais guarda-costas que empregadas, pensou rindo anasalado. Sabia suas funções porque elas trajavam vestidos pretos iguais que iam até seu joelho e sapatilhas pretas. Seus cabelos estavam arrumados em coques. Também não havia vaidade nelas.

Margot estava com um curto salto branco, vestido florido e cabelos majestosamente arrumados, meias brancas e um colar delicado de pérolas. Era como se ela houvesse se preparado de corpo e alma para aquilo. Como se andar pelas ruas da cidade fosse um desafio. Mesmo que parecesse alegre, Margot parecia incerta. Com medo, talvez.

Suspirou e abaixou a câmera, olhando a paisagem e se perguntando o que se passava na cabeça daquela mulher. Gostaria de saber seus segredos, o porquê do olhar alegre mas cabisbaixo, o porquê da insegurança em seus passos e o porquê de ela ter se arrumado tanto para ir ao centro da cidade.

Simone também se perguntou se havia conseguido se misturar tão bem às outras pessoas. O ruim de fazer aquele trabalho é que você sempre poderia ser confundido com um paparazzi de revista de fofoca. Ela ficava meio ofendida quando a compravam com eles. Simone não perturbava pessoas públicas, não as infernizava nem invadia seus espaços pessoais, ela apenas ficava escondida em silêncio e clicando.

Olhou para fora de seu carro e percebeu que havia perdido Margot de vista. Xingou baixo e resmungou mias algumas coisas, mas percebeu que já haviam fotos o suficiente e decidiu voltar para casa. Aquilo estava bom por enquanto.

Chegando em sua quitinete velha jogou as chaves sobre a mesa de centro e se sentou no sofá. Olhou sua casa calmamente; pequena, pequena e pequena. Um pouco aconchegante, mas muito pequena. Vinda de família pobre deveria estar habituada àquilo, mas algo nela a fazia ter desgosto ao olhar aquelas paredes, móveis e carpete furado e sujo. Parecia ingratidão, mas não era – ao seu ver. Ela apenas queria mais! Queria mais que seus pais quiseram um dia, queria mais que seus irmãos quiseram, e queria mais do que sua gente tinha ou poderia ter.

Simone sabia que era limitada por sua classe social, sua pele e que ainda por cima era mulher. Sabia que havia lugares que não podia frequentar e que haviam coisas que ela nunca poderia ser ou ter. Sempre se esforçando o dobro que qualquer um para ter uma vida básica para sobreviver, e o mínimo de reconhecimento.

Cítrico | LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora