𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐓𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀 𝐄 𝐓𝐑𝐄𝐒

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NOTA: GALERIS! só tenho uma coisa pra dizer: leiam as notas finais por favorzinho! É muito importante!

BOA LEITURA!

Quando Cecília ainda era uma menina ela não compreendia muito bem a obsessão que as pessoas ao seu redor tinham por Margot

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Quando Cecília ainda era uma menina ela não compreendia muito bem a obsessão que as pessoas ao seu redor tinham por Margot. Não uma obsessão intrusiva e explícita, mas todos ao seu redor sempre estavam tentando agradá-la, rindo de suas piadas e amaciando seu ego.

Com o tempo Cecília decidiu observá-la mais. Com isso percebeu que Margot tinha algo. Talvez fosse seu sarcasmo e arrogância velados, ou o erotismo precoce que ela exalava. Quando as madres davam as costas e as aulas começavam a garota imediatamente dobrava o cós de sua saia, encurtando o comprimento e mostrando seus joelhos bonitos. Ela gostava de se gabar pelas viagens que fazia junto de seu tio e sempre dava uma atenção a mais aos únicos homens que exerciam função no internato, o professor de álgebra e o zelador.

O professor de álgebra era um homem próximo da terceira idade, mas muito atraente – sendo secretamente o motivo dos suspiros adolescentes –, já o zelador não era um homem bonito, atraente, ou com qualquer atributo.

Margot era diferente das outras meninas.

Quando haviam discussões sobre planos para a vida adulta as meninas ao seu redor se empolgavam falando sobre futuros pretendentes, casamento e os belos bebês gordos e rosados que elas dariam à luz. Mas quando alcançavam esse assunto Margot se calava e apenas escutava. Era como se ela nem ao menos houvesse parado para analisar aquela situação, ela não fazia ideia do que planejar...

Podia naquela época arriscar que Margot tinha nojo daquele futuro.

Agora, mais velha, Cecília havia percebido que Margot não era uma ninfeta de quinze anos que gostava de seduzir homens mais velhos, ela apenas queria entender o que os homens tinham. Queria entender o porque todo mundo os idolatrava, o porque deles se sentirem superiores e o porque de não se atrair por eles. Pelo contrário, a ideia de se dividir com esse tipo dava repulsa a ela.

Margot estava se induzindo a gostar deles, mesmo que seu corpo e mente gritassem pelo feminino. Ao contrário de Cecília, Margot não tinha opções, sua sexualidade era restrita, mas sabia que se render à mulheres traria desgraças para sua vida.

Talvez por isso Margot não lutou pelo que elas tinham quando jovens. De um ponto de vista adolescente, era mais fácil ceder aos caprichos da sociedade e se casar com um homem, que viver à sombra da amargura com uma mulher...

Cecília agora, com uma outra mentalidade e sem sinal de rancor, percebia porque Margot não havia feito nada em relação a elas....

Eram apenas meninas numa sociedade de homens.

— O que está olhando, Cecília? — Margot indagou baixo enquanto mexia em seu chá com uma colherzinha, o esfriando.

A empregada piscou algumas vezes, percebendo que novamente havia se perdido entre os mistérios colossais que rondavam Margot.

Cítrico | LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora