𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐔𝐌

15.3K 1.1K 1.3K
                                    

Primeiro capitulo de Cítrico, espero que gostem. 

Tenham em mente que as publicações só irão começar quando eu finalizar Sobre Telas e Pincéis. Adicionem na biblioteca e aguardem. 

Obrigada pela compreensão e boa leitura!

Cecília, suspirou ajeitando calmamente a gola do uniforme enquanto olhava pela janela do corredor do segundo andar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Cecília, suspirou ajeitando calmamente a gola do uniforme enquanto olhava pela janela do corredor do segundo andar. Ela estava repassando mentalmente o que ainda tinha para fazer na residência. Louça lavada, chão limpo, roupas lavadas, secas e passadas, o almoço está pronto e será servido em poucos momentos..., pensou de olhos fechados com as sobrancelhas franzidas, sabendo que estava esquecendo algo.

Ela odiava aquele serviço e sabia que era natural odiá-lo já que ela não pertencia àquele mundo e alguém do seu porte jamais pegaria num esfregão. Mas era por uma boa causa. Na verdade, uma causa egoísta, porém em sua cabeça era totalmente justificável.

O clima em Rousselot Hill estava frio e seco, como sempre. Ela admitia, era incômodo olhar aquela paisagem triste, mas tudo naquele lugar era assim; as coisas, as pessoas e até mesmo as rosas do jardim conseguiam refletir essa melancolia.

Parecia ser para combinar com o demônio.

De início foi assustador ficar na mansão já que ela era digna de filmes de terror. O piso de madeira rangia fortemente em algumas partes da casa, as janelas batiam no segundo andar mesmo sem nenhuma corrente de ar, coisas caiam. Talvez isso ocorresse porque a mansão foi construída no anos vinte e a última reforma da mansão foi a mais de dez anos, mas ainda a assustava. Cecília, mesmo que criada num internato religioso, era bem cética e não acreditava em fantasmas ou maldições. Porém o ranger, as batidas e os passos atravessando o corredor pela madrugada ainda faziam seu corpo estremecer.

Ouviu seu nome ser chamado pela voz doce e novamente suspirou, colocando alguns fios castanhos no lugar, ajeitando sua touca e caminhando apressadamente até o escritório da sra. Rousselot. Ao entrar no cômodo ela colocou as mãos em frente ao corpo e manteve sua cabeça baixa, encarando seus sapatos velhos e apertados.

— Em que posso ser útil, senhora? — indagou baixo, esfregando seus dedos nervosamente.

— Cecília, olhe para mim quando falar comigo. — ordenou de forma serena. Cecília ergueu seu olhar de modo hesitante, encarando com incômodo a mulher na poltrona e com as pernas cruzadas. Ela fumava e soprava a fumaça para cima com certa graciosidade. — Bem melhor, querida. — sorriu e pousou a taça de vinho sobre a mesinha de madeira ao seu lado. — Me lembro de você tocando piano quando éramos jovens. Você ainda toca?

Cecília negou veemente, apertando seus dedos entrelaçados.

— Use a língua. — disse dando um gole na bebida escura.

— Não, senhora. Eu não toco piano mais. — abaixou a cabeça, mas a ergueu rapidamente se lembrando da ordem anterior sobre olhá-la enquanto falava.

Cítrico | LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora