Mariana Entre Dois Amores (Concluído)

8 - A fuga da dor

Nota importante:

Este capítulo possui conteúdo relacionado a uso de álcool e drogas lícitas e ilícitas, é importante entender o contexto da personagem nesse momento e não julgá-la por seus atos. Lembrando que o vício não é o caminho, mas nesse momento da história, Mariana não compreende isso e pode demorar para pedir ajuda!

Votem e comentem!

Dois anos depois

Mariana

- Irmã, que tal uma festa de aniversário como aquelas que fazíamos anos atrás? Não é todo dia que se faz 18 anos, maninha!

Depois de tudo que aconteceu, Saulo se tornou mais presente na minha vida, os últimos anos foram os piores da minha vida, o primeiro ano vivi a base de remédios e o segundo descobre a maconha e a cocaína, as drogas me deixavam anestesiada por um período de tempo maior que os remédios convencionais mas Saulo percebeu mais rápido do que imaginei e também fiquei muito mal depois que o efeito passava, então resolvi parar o que não aconteceu em relação ao álcool.

- Acho melhor não, Valentim ainda é pequeno e pode assustar com pessoas estranhas. Além disso, alguém pode fala alguma besteira para ele sobre a família da mãe, o melhor é não fazer nada mesmo.

- Ninguém é louco de dizer qualquer coisa, Mariana, Dário mata o infeliz ou a infeliz que ousar mencionar algo sobre a mãe de Valentim e os pais traidores dela.

- Mesmo assim, não quero festa, irmão. Obrigado por ter trago um presente tão bonito, fiquei muito feliz, é realmente muito bonito.

Meus irmãos não são muito originais com presentes mas não posso ser mal agradecida, a pulseira de cristais Swarovski é linda mas preferia uma garrafa de vinho ou vodca mas é claro que Saulo não ia patrocinar meu vício, a maconha e cocaína consegui comprar com alguns seguranças que também vendiam drogas, o suborno funciona muito bem e depois que descobri isso, uso sempre desse artifício para ter o que preciso.

- Preciso ir, irmã, mais tarde venho para jantarmos, mama já encomendou o bolo, não pode fugir disso, dona Mariana.

Minha relação com meus pais é distante, fria e decadente, depois de tudo que aconteceu não consigo me aproximar deles como antes mas os respeito e tento sempre ser uma filha exemplar. Tudo que idealizei a vida inteira não aconteceu como queria, continuo com as aulas de música mas os outros cursos acabei desistindo. Não me sentia segura para sair nas ruas, tinha medo das pessoas e percebi que o melhor seria ficar apenas em casa, me mantendo segura de tudo.

Fui até a adega aproveitando do fato do meu pai estar em uma reunião com alguns amigos e minha mãe ter saído com algumas damas da família, pego as duas garrafas de vinho tinto indo em direção da biblioteca, hoje Dário buscou Valentim para ficar com o filho, assim estou totalmente sozinha e posso beber em paz sem ter que dar satisfação para ninguém.

Em poucas horas já tinha acabado de beber a segunda garrafa, a biblioteca estava rodando na minha frente mas pelo menos minha mente está ocupada demais em tentar me deixar equilibrada nas duas pernas, acabei caindo no chão rindo da minha estupidez de tentar sair da biblioteca, acabo deitando no chão aproveitando do fato que estou aqui sozinha.

Acabei dormindo no chão acordando um tempo depois, vejo que já é tarde e provavelmente estou a muito tempo aqui, quando saio vejo meu pai na sala bebendo um copo de uísque, resolvo subir para o meu quarto sem dar atenção a sua presença.