Extra 4 - Final

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Mariana

Dois anos depois

Hoje é o aniversário das gêmeas, resolvi fazer uma festinha simples apenas com poucos convidados. Fiquei sabendo que a situação na Itália está complicada desde do que houve no casamento de Alessa, por mim não faria festa alguma mas Letícia me convenceu, as meninas ficaram tão animadas quando viram os preparativos que me fez ver que minha amiga tinha razão.

- Brigadeiros, beijinhos, cajuzinhos e palha italiana, agora ficou faltando o bolo. Luana, você experimentou as coxinhas, estão boas?

Luana e Leticia resolveram me ajudar com os doces, bolo e salgados, o jeito dos brasileiros fazerem festas de aniversário é diferente, mas como decidi viver aqui é bom me adaptar aos costumes do país, admito que estou adorando os costumes daqui. Desde que cheguei, sempre tem uma festa ou feriado, Luana e Leticia fazem questão de incluir tanto Nívea como eu em tudo.

Quando soube que Nuno e Vinícius voltariam comigo, não senti incômodo algum, muito pelo contrário, gostei muito de tê-los comigo, durante esses dois últimos anos vivi tendo as cias deles, eles moram a dois quarteirões da minha casa portanto sempre estão aqui, eles acompanham as filhas em tudo que fazem inclusive são bem participativos, apesar de não ter uma boa referência de pai, Nuno e Vinícius são ótimos pais.

Em falar em pai, o senhor Tolentino não aceitou o retorno dos filhos ao crime organizado nem tampouco ficou feliz ao saber das gêmeas, ele acredita que Nuno e Vinícius atrapalharam sua vida com minha mãe mas na verdade, penso que não foi apenas isso. Ele mentiu para minha mãe pois sabia o que havia acontecido e também ele sempre insistiu tanto para o meu casamento com Vinícius não porque queria a paz entre as famílias e sim para se reaproximar da minha mãe. No final, senhor Tolentino não era melhor que o meu pai, ambos agiram errado em diferentes situações mas provaram sua falta de caráter, empatia e amor aos seus filhos.

Sei que nunca vai aceitar minhas filhas como minha mãe fez porque para ele nunca importou isso, o que o senhor Tolentino sempre quis foi ter a família que meu pai teve com minha mãe, nunca foi satisfeito com o que a vida lhe deu, desprezou os filhos, a esposa que se suicidou por causa desse desprezo e agora despreza minhas meninas. Mas de verdade, não me importo, Sara e Iolanda são cercadas de amor e carinho, de verdade, não precisam de um avô como senhor Tolentino.

Minha mãe está feliz viajando pela Europa e Oriente Médio, sozinha mas a última vez que conversamos ela não parecia triste pela solidão, na visão dela, não era solidão e sim liberdade. Minha mãe encontrou o amor mais forte e verdadeiro, que é o amor próprio. Ela pensa no senhor Tolentino mas como seu jovem e apaixonado noivo de anos atrás, algo ligado ao passado, ela compreendeu que não viveu sua história com ele mas que havia outras histórias para viver mas agora livre das marcas do passado tanto com senhor Tolentino como com meu pai.

Débora veio segurando Sara no seus braços enquanto Iolanda saia correndo em minha direção, Sara é séria, sorri em raras vezes e todas essas vezes foi com os pais e o pequeno Felipe, são melhores amigos junto com Iolanda. Já minha filha caçula é carismática, meiga, sorridente e bem agitada, ela é líder das brincadeiras e sempre disposta a aprender tudo. Em algo as duas tem em comum, são perdidamente apaixonadas pelos pais, eles são os únicos que conseguem fazê-las dormir quando estão agitadas e tomar banho quando não querem, ter a presença deles aqui é maravilhoso.

- Onde está os outros pequenos, Débora?

- Prima, Nívea ficou com eles, só trouxe as gêmeas porque ficaram chamando por você, Mariana e fiquei com dó delas. Olha essa carinha de brava da Sara, é uma fofa até quando está bravinha.

Mariana Entre Dois Amores (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora