Mariana Entre Dois Amores (Concluído)

Bônus 2

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Dante

Estou no meu segundo copo de uísque tentando amortecer a dor que sinto por não ter Alessa todos os dias comigo, mesmo morta ela ainda atormenta minha vida, a vejo na minha mansão sentada no banco em frente ao jardim que ela recuperou mas que depois destruí, vejo ela comendo no prato de plástico separada dos empregados por causa da minha exigência em mantê-la longe de tudo e todos, consigo vê-la no meu escritório prostrada na minha mesa com as pernas abertas enquanto abusava dela mas o pior é o cheiro dela grudado na minha cabeça.

Seu perfume era adocicado mas não enjoativo mas sim inebriante como tudo nela, o encanto doce e inocente que tentava entender da onde vinha, a sedução descarada e sem pudor que se manifesta nela que muitas vezes me deixava totalmente perturbado e irracional. Com ela, o céu e o inferno pareciam ser o mesmo lugar de tão perto que estavam principalmente quando sentia sua presença, sempre liguei ao fato de ser obcecado por Alessa a questão de ser o seu primeiro homem ou porque era uma forma de mostrar a todos que até um diabo maldito como eu poderia ter uma bela mulher em sua cama mesmo sendo uma bastarda, filha de uma adúltera.

Alessa era minha, foi comprada por um preço alto e a única forma de fazê-la ficar foi pedindo uma restituição de tudo que gastei com ela. Não sou um homem milionário por apenas ser, e sim porque soube investir e enriquecer, admito que foi as custas do sofrimento e miséria alheia mas não poderia ser diferente sendo filho de Patrício Fontana. Segue fielmente seus passos como um cachorro adestrado segue seu dono, e como ele terei o mesmo destino, rico mas sem paz.

Sei que todos os meus pecados serão devidamente cobrados acredito até que já estou pagando por eles gradativamente, a lembrança constante de que Alessa e a filha que tanto rejeitei morreram por minha causa me atormenta a cada segundo, lembro do dia que descobri sua gravidez a cada maldito dia. Alessa tentou esconder mas um dia depois de muito tempo ausente, vi como sua barriga antes plana havia ganhado volume e como seu quadril estava mais aberto.

Foi quando rasguei o seu uniforme de empregada e descobri que estava grávida, Alessa não disse nada apenas tremia com a possibilidade de perder o bebê, depois disso tudo que fiz foi movido exclusivamente pela mesma maldade que meu pai quando descobriu da segunda gravidez da minha mãe. Humilhei Alessa, disse que era uma puta burra por ter engravidado sendo que ela nunca teve dinheiro para comprar anticoncepcionais e nunca usei preservativos.

Disse que daria o aborto se quisesse mas aumentaria a dívida, não poderia perder mais dinheiro com ela e sua burrice mas Alessa disse que não faria isso, que queria o bebê. Como a odiei por isso, por ter escolhido a criança ao invés da minha proposta, foi nesse instante que perdi totalmente o controle não só de mim mas também dos meus próprios atos, torturava Alessa por ser metade cigana, por ser filha de uma adúltera e por não ter ninguém por ela.

Dizia que como ela, a criança não teria um futuro bom, seria ligado a uma bastarda sem nome e bens, mais uma miserável no mundo, poderia ter batido nela, a feito perder o bebê e tudo ficaria por isso mesmo, ninguém ligaria para o fim de uma bastarda. Mas precisava dela, não tinha mais ninguém, Catarina foi vendida por mim com certeza esta morta ou enlouqueceu perante todas as maldades de Zeus, e meu pai estava morto, Alessa era minha, eu comprei ela para ser minha até seu último suspiro, e como imaginei, realmente Alessa foi minha até sua morte precoce com apenas 19 anos.

- Dante, não está bebendo demais? Deixe esse copo e venha se sentar conosco.

Flávio Negrini também tinha sua parcela de culpa, cada vez que o via olhando para Alessa mais ódio sentia dela e do fato de que ela se ofereceu a ele. Mas jamais iria aceitar essa afronta, quase a matei de tanto bater nela, Alessa não desmentiu Negrini, não se defendeu simplesmente aceitou apanhar quase até a morte. Não conseguia entender sua postura talvez por isso que era tão fascinado por ela, como Alessa era linda com seus longos cabelos loiros e beleza inigualável. Nenhuma mulher da família possuía tamanha beleza como a dela, seus olhos claros que pareciam refletir a imensidão do mar de tão azuis que eram e o rosto doce e suave que transmitia paz e calma.