Mariana Entre Dois Amores (Concluído)

45 - Convivendo com a saudade

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Vinícius

– Excelente, Hermes, está tudo conforme esperávamos! Nuno tentou marcar a reunião com o grego pela milésima vez mas o homem se recusa a nos ver e vai mandar novamente outro representante, acredita que possa ser Ares?

Seis meses se passaram desde da última vez que vimos Mariana, sei que ela está bem e feliz, no final, isso que importa para mim e Nuno, como fez comigo, Mariana também beijou meu irmão mostrando assim que havia cultivado sentimentos por ele mas tudo que fizemos pesou de uma forma irreversível, teremos que conviver com sua ausência pelo resto de nossas vidas.

Não há um dia que não lembre da sua doçura, do sorriso tímido, dos beijos repentinos quando chegava no apartamento depois de um longo dia de trabalho e de dormir de conchinha com ela mas agora tudo isso faz parte das minhas memórias como também os momentos tristes e horripilantes que submetemos Mariana, qualquer outra em seu lugar iria se afastar de nós.

Sinto não tê-la mas fico mais sentido por Nuno, ele não possui boas lembranças para guardar na memória apenas as recordações terríveis e malditas do mês que vivemos com ela e seus vícios causados por tudo que fizemos. Ele sempre está triste e sério, não conversa muito sobre o passado e quando tento animá-lo para sairmos para aproveitar a cia um do outro, Nuno não aceita, fica trancado no apartamento preso as lembranças horríveis.

Tento sobreviver cada dia, convivendo com minha família espanhola, mas as vezes nem mesmo a alegria e positividade deles me contagia, nesses momentos coloco um sorriso no rosto fingindo que está tudo bem mesmo sabendo que não está. Penso no filho que perdemos, na família que sonhava ter e principalmente em Mariana mas estou conformado que como minha mãe, tanto eu como Nuno estamos fadados infelicidade no amor.

– Não é Ares, mandei um detetive averiguar, meu irmão agora vive enclausurado em sua casa em Atenas, o pouco que ainda restou do que ele e Zeus tinham. Pensei por um momento que poderia ser Zeus mas meu irmão não faria isso, ele com certeza iria se revelar e infernizar nossas vidas como o demônio que era, temo que seja alguém pior que eles. Somente um monstro pode destruir outro monstro, Vinícius, e sabendo disso vou resguardar Catarina, Ágata e meus sobrinhos, vou na inauguração do hotel mas depois disso vou aceitar a proposta de seu irmão de ficar na fazenda da sua família, próxima a mansão de vocês. Quem quer que seja o investidor misterioso sabe muito bem quem sou e veio atrás não só de mim mas também das minhas irmãs e sobrinhos.

– Se quiser posso conversar com meus primos e meu tio, Hermes. Você é um bom amigo e nos apoiou muito durante os últimos meses, como ainda não sabemos exatamente com quem estamos lidando é extremamente perigoso apenas contar com a sorte.

Hermes concordou em pedir auxílio aos meus primos e ao meu tio, por não estar no meio do crime por mais de um ano não tenho como proteger meu amigo e sua família mas tenho como garantir sua segurança de outras formas. Conheci Catarina e Ágata como também as crianças, são mulheres lindíssimas mas é nítido como seus olhos demonstram como viveram uma vida sofrida, Catarina Fontana tem 21 anos mas parece ter muito mais, fisicamente não mas sua mentalidade é muito madura para sua idade.

Ágata tem 22 anos, um ano mais velha mas de igualdade de amadurecimento forçado pelas circunstâncias como Catarina, elas vivem perto uma da outra como se ainda tivessem medo do mundo e das pessoas mas principalmente dos homens no geral, apenas são afetuosas com Hércules e Hermes, são desconfiadas e bem cautelosas com tudo. Meu amigo grego tenta integrá-las em sociedade mas elas são resistentes sempre temem o pior e seguram seus filhos como se a qualquer momento alguém fosse tirá-los delas.