Capítulo 25 - Adra

34 10 0
                                    

Encontrar seus amigos no meio daquela bagunça do refeitório não foi uma tarefa fácil — parecia que todos haviam resolvido que o jantar seria o melhor momento para saber sobre o que acontecera com Elias —, mas Damian conseguiu localizá-los depois de alguns minutos, os braços estendidos de Sebastien acenando loucamente para eles.

Adra reprimiu um sorriso enquanto seguia Damian em direção ao grupo deles. Ela estava tentando manter o clima silencioso e sombrio do refeitório que, apesar de estar apinhado de alunos, ecoava apenas cochichos ininteligíveis.

A alguns passos da mesa, o olhar de Adra se focou em Lena, que olhava fixamente para ela, a testa franzida em preocupação. Damin foi o primeiro a deslizar para a cadeira ao lado de Theo e Astaroth e empurrar outra com o pé para Adra, bem entre Lena e Sebastien.

— Vocês estão bem? — Perguntou Theo quietamente, mordendo o lábio inferior ao olhar de Damian para Adra. Ambos assentiram.

— Então vocês estão livres. — Disse Sebastien com um sorriso ao abraçar Adra de lado. Ela acotovelou-o nas costelas, sorrindo para a careta de dor brincalhona que ele fez ao se afastar.

— Estamos. — Disse Adra, tranquilizadora. Ela olhou para Lena por um breve momento. — Estamos bem.

— Que bom. — Disse Astaroth, prática como sempre enquanto se inclinava para frente na cadeira. — Porque a gente precisa discutir sobre essa merda toda.

Damian e Adra se entreolharam e Theo se mexeu em sua cadeira, desconfortável.

— A Academia vai fechar? — Perguntou Damian, o rosto inexpressivo, mas Adra via a tensão em volta dos dedos dele, o jeito como um espasmo os fazia se mover involuntariamente.

— Não, apesar de tudo. — Disse Lena, mordendo o lábio inferior. — Mas os alunos mais novos vão poder ir embora sem prejudicar o ano escolar caso os pais deles quiserem tirá-los da escola.

— E nós? — Perguntou Adra, tentando ignorar seu coração retumbante.

— Nós fomos instruídos a ouvir nossos pais, mas, como maiores, não somos obrigados a sair a menos que a gente queira. — Theo respondeu. Ele parecia cansado, percebeu Adra. Preocupado com eles, provavelmente. Um soco de culpa atravessou o peito de Adra. — Savva veio falar isso pessoalmente para a gente mais cedo.

— Parece que você estava certo, Damian. — Disse Lena. — Eu achei que você estava exagerando, mas você estava certo.

Adra olhou de um para o outro, sem entender. Damian assentiu sombriamente para Lena e então explicou para Adra:

— Eles achavam que o assassinato de Aglaie ia ser o último, assim como os outros assassinatos no passado. Eu achava o contrário.

— E estávamos errados. — Astaroth suspirou. — E agora a gente vai ter que começar essa investigação para valer. Adra já se adaptou à Academia e o assassino atacou outra vez, outro descendente de uma das Sete Famílias está morto.

— Era uma investigação séria antes, a gente só não tinha tantas pistas quanto agora. — Damian disse e Sebastien ergueu as sobrancelhas.

— E a gente tem alguma pista agora?

Damian franziu a testa para o amigo, mas assentiu.

— Eu fiquei sabendo muitas coisas com as ações da Guarda Real e o novo movimento do nosso assassino. — Disse ele como explicação. — A primeira e mais óbvia é que a Guarda Real não faz ideia do que está fazendo, então qualquer pista que eu pudesse obter deles é inútil. Mas Savva me contou antes que fôssemos para a Central que a morte de Elias foi particularmente sangrenta e é por isso que a Guarda insistiu em manter tudo tão escondido.

Todos os Anjos do ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora