Damian se virou para Adra, quase hesitante. Eles tinham andado até a casa da tia dela em silêncio depois de Manolis ter volta à mansão Kolasi, nenhum dos dois prontos para falar sobre o que acontecera. Agora, no entanto, eles estava sentados na calçada, ambos esperando que o outro começasse o assunto.
Ela esperou que ele falasse alguma coisa.
— Obrigado. — Disse ele por fim. — Por fazer o que fez com Derius. Por ficar do meu lado.
A mão dele estava fria e suada. Adra a agarrou com força.
— Eu entendo. — Foi tudo o que ela disse, mas Damian não estava ouvindo.
— Eu fico imaginando o que Leonidas e Adonia pensariam de mim se eles vissem aquilo. — E então, de novo, mais quietamente: — O que nossos amigos veriam.
O casal que era como família para Damian era doce e justo, Adra os conhecera o suficiente para saber. Eles provavelmente ficariam apavorados com o que eles tinham acabado de fazer.
— Nossos amigos sabem o que estamos fazendo. — Disse Adra em resposta, apertando a mão de Damian. — Eles sabem dos nossos objetivos e eles não nos abandonariam desse jeito.
Mas ela sabia que Damian não estava certo disso. Adra sabia que ele estava se questionando, assim como ela estivera antes de tudo o que descobrira.
— O que vamos fazer quando acabar, Adra? — Ele perguntou baixinho, os olhos negros nas pedras da rua. — Eu matei o homem que matou minha mãe. Matei Athan e agora precisamos completar esse plano de uma vez por todas. E assim que acabar... se ganharmos, o que vamos fazer?
Adra engoliu em seco.
— Eu quero ficar com você. — Ela disse por fim, deixando a bochecha descansar no ombro dele, apesar do desconforto. — E quero que tudo isso melhore... para as bruxas, os humanos. Talvez até para os anjos. Nós vamos ter muito o que fazer quando tudo isso acabar, mas eu quero fazer tudo isso com você.
Damian engoliu em seco antes de falar sem olhar para Adra:
— Você não está... enojada por causa do que fizemos?
Adra franziu a testa para ele.
— Eu disse que eu te entendo, Damian. — Ela respondeu suavemente, afastando algumas mechas do cabelo dele da testa. — Eu sabia que a vingança não era bonita quando entrei nisso. E sabia que podia aguentar. Na verdade...
Ele esperou que ela continuasse, o dedão acariciando ternamente a mão de Adra. Foi a vez dela de desviar o olhar.
— A verdade é que o que mais me aterrorizou foi que eu gostei. — Disse Adra em um sussurro. — Inferno, eu gostei de fazer aqueles desgraçados sofrerem, Damian. Assim como eu gostei de ter aterrorizado Nestor e Artemis. Talvez isso me faça uma pessoa fodida e horrível, mas eu gostei demais.
— Bom, então somos dois. — Disse Damian, acariciando o rosto dela com gentileza para que Adra olhasse para ele. — Você é meu espelho, Adra. E eu sou o seu.
Ela sorriu suavemente para isso, deixando que ele colasse seus lábios em um beijo rápido.
— Ah, mas nós vamos ter que falar sobre aquilo de eu pertencer a você, hein? — Ela acrescentou, a voz muito mais leve.
Um sorriso nasceu lentamente no rosto de Damian e ele fechou os olhos, respirando profundamente antes de soltar uma risada aliviada e apertar a mão de Adra de volta.
— Foi só pelo personagem, doce, você sabe disso.
Adra riu baixinho.
— É, eu sei.
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Todos os Anjos do Paraíso
FantasyAdra era uma bruxa em um mundo de demônios, o que significava problemas por si só, mas quando seu pai é assassinado pela mesma que está matando adolescentes dentro da misteriosa Academia Lethe, ela não mede dificuldades para entrar na escola e caçar...