AUTUMN | ryujin + yeji

[16] Se deixar levar

⚠️ Leiam as notas finais, por favor! ⚠️

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27 de maio de 2020;

Ryujin estava mal pelo estado de Yeji.

O julgamento de Dongsuk era algo que a deixava apreensiva há semanas. E doía vê-la daquela forma.

Percebeu que às vezes ela ficava quieta no meio de uma conversa, mudava sua expressão ou tom de voz, fingia estar prestando atenção, dentre outras coisas, durante os dias anteriores.

Sabia que Yeji estava pensando em algo relacionado ao julgamento ou à Dongsuk nesses momentos, porque esse maldito cara, infelizmente, é uma das coisas que mais a afeta.

E ele sabe disso.

Não foi em vão todas as vezes que Dongsuk foi atrás da ex-namorada depois do término. Ele sabe do impacto que tem na mulher e se aproveita disso.

Mas ele quer que esse impacto se torne amor novamente. Dongsuk acha que indo atrás de Yeji, mandando-a tirar o bebê e forçando-a voltar para si vai fazer com que eles se reaproximem e o sentimento puro que tinham na adolescência volte.

O que não vai acontecer. Porque, mais do que tudo, a jovem tem medo de seu ex. Não só isso, mas uma combinação de sentimentos ruins que fazem ela entrar em pânico toda vez que o vê, tem notícias ou lembra dele. Além de que, esse sentimento puro, hoje, ela sente por outra pessoa.

Com Dongsuk atrás das grades, a possibilidade dele tentar algo contra si e contra as pessoas que ama é quase nula, o que a aliviaria bastante.

Mas não foi o que aconteceu.

Dentro da sala da audiência, sentada de maneira desconfortável pelo pouco espaço, Yeji precisou de alguns instantes para digerir as palavras proferidas pelo juiz:

— Park Dongsuk responderá em liberdade.

Uma das vítimas tentou interferir, perguntando se as provas e testemunhas não eram o suficiente para provar o que o acusado havia feito, mas a excelência apenas pediu silêncio e disse que o caso estava encerrado, saindo de sua mesa logo em seguida.

Todos os presentes na audiência começaram a sair da sala, já que o julgamento havia sido encerrado, mas Yeji não conseguiu sair do lugar.

Não conseguia acreditar que seu pior pesadelo havia virado realidade. Não conseguia entender como aquilo era possível.

Com tantas provas, depoimentos e vítimas, não tinha como ele ser inocentado.

Mas ao se lembrar da frase que disse à Ryujin, na noite do desfile, tudo fez sentido em sua mente:

— Dongsuk tem dinheiro. E nesse país, infelizmente, quem tem dinheiro não comete crimes.

Como pensou e disse várias outras vezes, aconteceu. Dongsuk comprou o tribunal e pagou por sua liberdade.

Quando percebeu que não havia quase mais ninguém ali tentou se levantar para ir embora, mas a mesma dor que lhe assustou pela manhã voltou.

Foi obrigada a se sentar novamente e esperar que aquilo passasse. Seu tronco estava inclinado e uma de suas mãos segurava o encosto da cadeira da frente, numa tentativa de aliviar a dor. A mulher que esteve sentada ao seu lado durante toda a audiência percebeu que algo estava errado.

— Você está bem? — ela estava se preparando para sair da sala, porém chegou mais perto, preocupada.

Quando conseguiu abrir um pouco os olhos, Yeji reconheceu o rosto, notando ser o mesmo da mulher que lhe perguntou a mesma coisa dias atrás, na delegacia, quando foi visitar Dongsuk.