[56] Em todos os lugares

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12 de junho de 2021;

Antes de fecundar uma estrela, Ryujin e Yeji foram a um lugar muito especial.

Yuna prontificou que daria comida, limparia as caixas de areia e faria companhia para Sol e Lua durante o final de semana que suas amigas estariam fora, então elas puderam ir tranquilas.

O destino da viagem: Jeonju.

— Amor, vamos!

Yeji já estava na frente do carro, prontíssima com suas malas no porta-malas do carro de sua namorada e Gaeul no bebê conforto bem tranquila com um brinquedo mordedor todo babado na boca.

Ryujin estava terminando de levar suas coisas para o veículo e se despedindo dos gatos, mesmo que fosse vê-los na segunda-feira.

— Você está animada assim pra dirigir meu carro? — brincou, fazendo-a revirar os olhos.

Era a estilista que iria dirigir, enquanto Ryujin ficaria no banco de trás com a bebê. Elas decidiram viajar no carro da mais nova pelo porta-malas ser maior.

Yeji sabia o caminho, mas colocou no GPS para não haver problemas, e enquanto seguiam pela estrada, Ryujin decidia as músicas.

Gaeul, como era de se esperar, estava boazinha, pois adorava andar de carro. Ela estava numa fase faladeira, então gritinhos e sons indecifráveis eram ouvidos dela regularmente.

— Ma-mãe. Fala mamãe, Gaeullie. — Ryujin tentava fazê-la falar sua primeira palavra, mas ela só respondia com barulhinhos sem forma — Ma... Vai, você consegue. Ma-mãe.

— Ma... — a primeira sílaba saiu na vozinha fininha.

— Isso! Ma! Agora Ma-mãe!

Yeji estava atenta ao diálogo no banco de trás, até baixou a música para poder ouvir melhor e quase se derreteu ao ouvir aquele "ma".

— Vamos, amorzinho. Diz mais uma vez "ma-mãe".

A boca de Gaeul se mexia e tentava pronunciar a última sílaba, mas ainda era difícil para ela, então Ryujin continuou repetindo.

A estrada estava tranquila, Yeji sabia que não iriam demorar muito para chegar lá, o que a deixava aliviada, pois dirgir por tanto tempo a cansava.

A trilha sonora foi mais marcada por Gaeul e Ryujin do que pelas músicas que tocavam aleatoriamente no rádio, mas Yeji estava adorando, principalmente porque ansiedade e o medo de entrar em sua cidade natal depois de tantos anos a consumia.

Era como se estivesse voltando a estaca zero do luto, pois havia feito uma promessa de voltar a Jeonju com sua mãe, que nunca iria ser cumprida, mas pelo menos não estava sozinha, e sim com sua família: sua namorada e sua filha.

Yeji apontou todos os lugares que se lembrava e que foram memoráveis em sua infância e Ryujin ficou fascinada na beleza daquela cidade. Nunca havia visto pessoalmente, porém foi uma ótima primeira vez.

Todas as casas tinham um aspecto tradicional, chamado hanok. Apesar de terem evoluído muito desde a antiguidade, uma certa característica permanecia: estrutura de madeira, paredes e piso de argila e telhado de palha ou telhas.

Óbvio que alguns estabelecimentos e residências privadas fugiam dessa estética, mas muitos ainda eram hanok, o que deixava a cidade com um aspecto acolhedor.

— A gente vai passar pela escola onde eu estudei, você vai ver.

E novamente aquele estilo bonitinho estava presente. Yeji passou até mais devagar, se lembrando de tantos momentos que teve dentro daquele colégio.

AUTUMN | ryujin + yejiOnde histórias criam vida. Descubra agora