cinco

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𝕾𝖆𝖓𝖙𝖔𝖗𝖎𝖓𝖎, 𝕲𝖗𝖊𝖈𝖎𝖆

— Iago, eu preciso usar o banheiro! — Falo e bato com força na porta do cômodo pela décima vez

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— Iago, eu preciso usar o banheiro! — Falo e bato com força na porta do cômodo pela décima vez.

Era inacreditável a necessidade que ele tinha de me irritar. Iago fez questão de acordar mais cedo e ocupar o banheiro desnecessáriamente, enquanto eu insistia para que ele saísse.

— Está ocupado, você não tá vendo? — Perguntou e eu respirei fundo.

— Eu sei que você está revidando o que eu fiz ontem, mas eu trabalho e tenho hora para chegar, deixa eu usar o banheiro! — Falo. — Por favor. — Murmuro.

A porta abriu e ele colocou a cabeça para fora.

— O que foi que você disse? — Perguntou.

— Que eu trabalho e...

— Não, por último. — Falou e eu suspirei fundo.

— Por favor. — Peço quase rosnando, odiando o sorrisinho que apareceu no rosto dele.

— Não. — Disse e fechou a porta novamente.

— Eu vou matar você, Iago. — Digo. — Matar! — Repito e chuto a porta, dando meia volta e indo para o meu quarto, me arrumando rapidamente.

*

Olho os ovos de tartaruga, os contando e conferindo em meu caderninho se o número continuava o mesmo dos dias anteriores.

— Oi, Malu! — Ouço e levanto a cabeça. — Que bom que te encontrei aqui. Nosso encontro está de pé?

Quase caí para trás ao ouvir Theo falar "nosso encontro".

— Oi! — Digo sorrindo e me levanto, ajeitando a minha roupa rapidamente. — Claro, está super de pé!

— Ótimo. — Sorriu e se inclinou na minha direção, olhando com cuidado o meu rosto. — Você esqueceu de passar o protetor solar? Está um pouco vermelha, e não parece ser de vergonha. — Riu.

— Ah, é, eu... — Me atrapalho. — Não, não é de vergonha, realmente esqueci de passar o protetor. — Completo.

Eu havia saído tão rápido de casa que não me lembrei daquela parte da minha rotina. Aquilo só me fez sentir mais vontade de matar o meu inquilino.

— Eu tenho um aqui. — Falou, pegando um potinho pequeno do bolso da frente da calça e se aproximando.

Fiquei como uma estátua, observando Theo colocar um pouco do creme no dedo indicador dele. Ele se aproximou mais e tocou o meu rosto com cuidado, espalhando o protetor em minha bochecha.

Me obriguei a ficar de pé, mesmo sentindo minhas pernas ficarem fracas com ele tão perto.

Manti meus olhos em seu rosto, olhando cada cantinho e guardando em minha memória.

Ele era tão lindo.

— Pronto. — Disse e eu pisquei algumas vezes.

— Já acabou? — Murmuro, sentindo falta do contato dele.

— Sim. — Sorriu. — Agora está protegida do Sol.

— Obrigada. — Sussurro, encarando os olhos dele.

— Nos vemos hoje a noite. — Falou e aproximou o rosto do meu, deixando um beijinho na ponta do meu nariz e saindo.

Fiquei paralisada no mesmo lugar, até assimilar o que havia acabado de acontecer.

Sorrio abertamente em seguida.

[...]

— Oi, Iago! — Digo sorridente, o encontrando deitado no sofá.

— Oi? — Falou confuso, se sentando e me olhando enquanto eu retirava os sapatos cheios de areia e os deixava ao lado da porta.

Retiro também o boné e solto o meu cabelo, o livrando.

— O dia está lindo! — Falo e me aproximo, vendo ele se afastar.

— É mesmo? — Perguntou.

— Sim. — Digo ainda sorrindo. — Vou tomar um banho. O banheiro está livre agora, não é? — Brinco.

Iago me olhou completamente confuso.

— Já planejou a minha morte? — Perguntou e eu ri.

— Claro que não! — Digo, me aproximando mais dele e apoiando minhas mãos em meus joelhos, me agachando. — Muito obrigada por ter me impedido de usar o banheiro e consequentemente não ter passado protetor solar.

Sorrio e deixo um beijo estalado em sua bochecha, o deixando sem entender nada e saindo saltitante da sala.

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toda felizinha

Ainda em SantoriniOnde histórias criam vida. Descubra agora