✿*:・゚
ㅤ
Passar as férias em Santorini virou tradição da família Vieira em um estalar de dedos, e foi nos diversos passeios de barco que Malu Vieira foi criando amor pela imensidão azul do mar e descobrindo o quanto aquele lugar a atraia e a chamava...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Bufo e me sento na areia da praia, soltando o meu par de saltos e a minha bolsa ao meu lado.
Encolho meus joelhos e abraço os mesmos, encostando o meu queixo ali e olhando para o mar.
Tudo estava dando errado.
O plano idiota que eu inventei de colocar em prática não estava indo do jeito que eu esperava. Theo havia se aproximado, mas eu estava estranhando toda aquela situação dele querendo algo.
Provavelmente já tinha me acostumado em ser uma boba apaixonada sozinha.
E agora Iago estava bravo comigo. Estávamos indo bem depois da besteira que eu fiz de estragar o jantar que ele preparou pra mim.
Ele havia me desculpado e o ocorrido ficou para trás. Agora eu fiz besteira outra vez, mesmo que não tenha sido essa a minha intenção.
Queria comemorar com ele. Acompanhei toda aquela saga dele procurar um emprego e o ajudei a conseguir um, só queria que tivéssemos uma noite legal em comemoração.
— Burra. Você é uma burra, Malu. — Murmuro sozinha, escondendo o rosto em meio aos meus joelhos.
*
— Bom dia. — Falo para Iago, que já estava sentado à mesa.
Após um tempo na praia, voltei para casa. Fiquei esperando por ele no sofá, mas acabei pegando no sono antes dele chegar.
De manhã, acordei na cama, com o despertador tocando.
— Pra quem? — Resmungou.
Fiquei em dúvida se era apenas o mau humor matinal dele ou se ele ainda estava bravo comigo pela noite anterior. Talvez fosse uma mistura dos dois.
— Obrigada por ter me levado pra cama. — Digo, me sentando. — Eu estava esperando você, mas acabei dormindo. Você chegou muito tarde?
— Malu, eu não te devo satisfação da minha vida. — Falou e eu respirei fundo.
— Foi só uma pergunta, Iago. — Falo calma, olhando para ele.
— Ainda assim. — Disse.
Voltei a atenção para o meu café da manhã, colocando um pouco de leite em minha caneca e adicionando café em seguida. Mexi e dei um gole na bebida.
— Está ansioso para o seu primeiro dia de trabalho? — Pergunto, tentando outra vez.
Iago respirou fundo, mantendo a atenção no prato dele e não me respondendo.
— Te fiz uma pergunta. — Digo e ele ignora. — Quer saber? Vai tomar no seu cu. — Falo irritada e me levanto, saindo da cozinha.
[...]
Retiro a proteção ao redor do buraco dos ovos de tartaruga, enquanto perguntava como eles estavam.
— Eu espero que vocês estejam bem. — Digo. — Comigo está tudo uma merda. — Completo.
Se sento na areia e pego o meu caderninho, começando a anotar o de sempre.
— Queria ser uma tartaruga dentro de um ovo também. — Resmungo. — Só ficar aí quietinha, recebendo Sol e esperando o dia para nascer e ir pro mar. Pelo menos eu não teria que lidar com gente.
— Já sabia que você era maluca, mas não ao ponto de conversar sozinha. — Ouço e logo reconheço a voz de Iago.
— Vocês estão ouvindo um relincho? — Pergunto para os ovos.
Iago riu e eu senti ele se aproximar, não demorando para aparecer e se agachar ao meu lado.
— Tá bravinha comigo? — Perguntou baixo, se aproximando para beijar a minha bochecha.
Quase caí para o lado, evitando que ele conseguisse.
— Não estou pra gracinha. — Aviso séria.
— Desculpa, vai. — Pediu e eu o olhei. — Fui grosso com você ontem a noite e hoje de manhã também.
Levanto uma sobrancelha, esperando por mais.
— Achei que você tivesse convidado o Theo, do jeito que é toda apaixonada por ele. — Resmungou. — Deveria ter te escutado quando disse que não havia feito aquilo. Me desculpa, não vai se repetir.
— Hm. — Digo e volto a atenção para os meus ovinhos.
— Hm? Hm o que? — Perguntou.
Passei a proteção ao redor do buraco outra vez e me virei para Iago em seguida, ainda séria.
— Vai ficar de bico pro meu lado agora? — Perguntou.
— Eu deveria, não é? — Retruco.
— Acabei de te pedir desculpas! — Disse indignado.
— Eu não disse que aceitei. — Cruzo os braços.
Iago me encarou com os olhos semicerrados e eu levantei as sobrancelhas. Tomei um susto quando ele me derrubou na areia, ficando praticamente em cima de mim e juntando nossos lábios em seguida.
Não cedi a passagem com a língua quando ele pediu e o mesmo afastou um pouco os lábios dos meus.
— Malu! — Resmungou e eu ri.
— Não é assim que se resolve as coisas, sabia?
— É sim. — Falou e voltou a juntar nossos lábios.
Segurei no rosto dele, cedendo a passagem para ele e me arrepiando quando sua língua encontrou a minha.
Iago pressionou um pouco mais o corpo no meu e eu deixei um gemido escapar, o que fez ele soltar uma risadinha.
— Acho que você me desculpou, não é? — Sussurrou, me dando alguns selinhos.
— Não, ainda estou brava. — Digo e ele se afasta, me olhando enquanto segurava o riso. — Estou testando uma técnica nova. — Minto.
— É? Que técnica é essa? — Perguntou curioso.
— Beijar a pessoa que estou com raiva. — Invento. — Dizem que faz muito bem pra alma.
Iago soltou uma gargalhada e eu sorri.
— Ainda bem que o tempo todo você está com raiva de mim. — Disse baixo, me beijando novamente.