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𝕾𝖆𝖓𝖙𝖔𝖗𝖎𝖓𝖎, 𝕲𝖗𝖊𝖈𝖎𝖆

𝕾𝖆𝖓𝖙𝖔𝖗𝖎𝖓𝖎, 𝕲𝖗𝖊𝖈𝖎𝖆

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— Deixa eu ver se eu entendi. — Iago falou e se inclinou um pouco na minha direção. — Você é apaixonada por um cara do seu trabalho, chamou ele pra sair e ele te deu um bolo?!

— É, exatamente isso. — Confirmo e ele solta uma gargalhada, enquanto eu dava mais um gole na minha bebida.

Coloco o meu copo sobre o balcão novamente e brinco com a borda do mesmo, esperando Iago parar de rir da minha desgraça.

— Ai, ai. — Suspirou e passou a mão no canto do olho, secando uma lágrima. — Engraçado.

— Não, não é engraçado! — Digo. — É triste. Eu estava super empolgada para o nosso encontro.

— É verdade, você estava bem animada hoje a tarde. — Disse. — Nem se importou por eu não ter deixado você usar o banheiro de manhã.

— Ah, bem lembrado! — Falo e dou um soco no braço dele. — Seu imbecil. Faz de novo e eu te expulso da minha casa.

— Ai. — Murmurou, passando a mão no local. — Você bate forte.

— Frouxo. — Sussurro e recebo uma careta como resposta. Retribuo com outra e Iago ri.

— Que coisa de criança. — Falou.

— Você que começou. — Digo.

Observei ele dar um gole na bebida dele, sem desviar a atenção de mim. Levantei uma sobrancelha.

— Você é até legal, Fiona. — Disse e eu revirei os olhos pelo apelido.

Não sabia qual era pior, aquele ou o "salsicha".

— Você não. — Sorrio, me virando para o balcão e chamando pelo barman. — Essa rodada é por sua conta.

— Eu sou desempregado, você lembra, não é? — Perguntou e eu o olhei.

— Usa o dinheiro do papai. — Digo e ele ri ironicamente.

— Eu tenho cara de ser filhinho de papai, Malu? — Perguntou. Confirmei com a cabeça e ele fechou o sorriso. — É sério?

— Totalmente. — Falo.

Iago levantou as sobrancelhas e pegou o copo, arregalando um pouco os olhos e virando o resto da bebida dele.

*

— Um, dois, três e... já! — Iago contou e então viramos a dose de uma vez.

Bati o copo no balcão primeiro do que ele e então fiz careta, balançando a cabeça e sentindo o líquido descer queimando a minha garganta.

— Ui, queimou. — Murmuro, fazendo outra careta.

— É gostosinho. — Falou e eu ri, negando com a cabeça.

Me apoiei de costas para o balcão e passei os olhos pelo bar, parando em um mesa quando vi alguém conhecido. Tive que forçar um pouco as vistas, que já não estava lá essas coisas todas por conta da bebida, para reconhecer.

Franzi o cenho no mesmo segundo ao ver que era Theo.

A mais ou menos uma hora atrás ele havia me mandado mensagem dizendo que aconteceu um imprevisto e não poderia me encontrar, e agora ele estava no bar com outra?!

— O que está olhando? — Iago perguntou curioso e também se virou, seguindo o meu olhar. — Quem é aquele?

— O Theo. — Respondo baixo, ainda olhando para ele.

— Eu não sei quem é Theo.

— O cara que eu iria encontrar hoje. — Falo e me viro para o balcão outra vez, deitando a minha cabeça no mesmo.

— Você é apaixonada por aquele feio?! — Iago perguntou indignado e se virou para mim, também deitando a cabeça no balcão e me olhando. — Achei que você tivesse um gosto melhor.

— Ele é bonito. — Afirmo e Iago faz careta.

— Ele não tinha tido um "imprevisto"? — Perguntou e fez aspas com os dedos.

— Acho que o imprevisto dele era outra mulher. — Murmuro, ficando triste.

O álcool tinha certa culpa naquilo, já que eu deveria estar mais brava do que triste. Ele havia me deixado plantada no restaurante e mentido pra mim para se encontrar com outra!

— Você acha? Eu tenho certeza. — Iago disse e levantou a cabeça, olhando para os dois.

— Ela é bonita? — Pergunto.

— É. — Respondeu. Fiz bico, sentindo meus olhos encherem de lágrimas. — Mas você é mais, Fiona! — Falou rapidamente, quando voltou o olhar para mim.

— Você me chama de Fiona!

— Mas a Fiona é bonita.

— Ela é uma ogra! — Digo.

— Antes de ser ogra ela era uma princesa e era bonita. — Iago disse e eu funguei.

— Eu sou qual? — Pergunto e o olho.

— Você é a princesa bonita. — Falou, voltando a deitar a cabeça no balcão, ficando cara a cara comigo. — Esquece aquele feio.

— Ele não é feio. — Murmuro.

— Ele é sim. — Afirmou e eu bufei, levantando a minha cabeça. — Vamos beber mais uma.

Nem tive tempo de negar ou concordar, porque Iago logo chamou pelo barman, que não demorou para nos entregar mais duas doses.

— Um, dois...

Não esperei Iago terminar, virando a dose rapidamente e balançando a cabeça. Ele me olhou com os olhos arregalados e depois deu de ombros, também virando a dele.

— Está certo, não vou ficar triste por causa de um lindo como ele. — Falo.

— De um feio. — Iago corrigiu.

— Ele é lindo, Iago! — Digo e o cara a minha frente revira os olhos.

Desvio a atenção para Theo outra vez, encontrando o meu olhar com o dele e quebrando o contato visual rapidamente.

— Ah, merda. — Murmuro e aperto os olhos.

— O que foi? — Iago perguntou confuso.

Pelo canto do olho eu vi Theo se levantar e começar a caminhar na minha direção. Olhei para Iago, que continuava me olhando confuso, esperando por uma resposta.

Quando ele fez menção de virar o rosto, segurei em sua nuca, o puxando para mim e juntando nossos lábios.

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ela só pensa em beijar
beijar, beijar, beijar

Ainda em SantoriniOnde histórias criam vida. Descubra agora