cinquenta e nove

746 87 66
                                    

*

𝕾𝖆𝖓𝖙𝖔𝖗𝖎𝖓𝖎, 𝕲𝖗𝖊𝖈𝖎𝖆

— E aí? — Minha mãe perguntou ansiosa, batendo na porta do meu banheiro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— E aí? — Minha mãe perguntou ansiosa, batendo na porta do meu banheiro.

Depois de alguns dias tendo alguns dos sintomas que condiziam aos mesmos que os de gravidez, dona Olivia e dona Belle me obrigaram a fazer um teste.

Reclamei, pois sabia que eu não estava. As tonturas era apenas o resultado da minha má alimentação nos últimos dias, já que eu não estava conseguindo comer, e os trabalhos no Sol quente.

Não sabia de onde vinham os enjoos, mas com certeza não era de gravidez.

Ainda assim, lá estava eu: presa dentro do meu banheiro, lendo as instruções do teste de gravidez e ouvindo os murmurinhos das duas mulheres do lado de fora.

— Mãe, eu nem comecei ainda. — A respondo.

Suspiro fundo e me ajeito no vaso sanitário, tirando o teste de dentro da caixinha e seguindo as instruções que eu havia lido.

Coloco o objeto sobre a pia em seguida e me seco, levantando depois.

Dou descarga e abro a porta, fazendo com que minha mãe e Belle quase caíssem para dentro do cômodo.

— E então?! — Perguntaram sorrindo.

— Se eu fosse vocês duas, eu já iria tirando o cavalinho da chuva, porque dentro dessa barriga aqui, não tem bebê nenhum. — Falo.

— O teste deu negativo? — Minha sogra perguntou.

— Não, ainda não deu o temp...

— Então cala a boca. — Me interrompeu e eu olhei indignada para as duas, já que a minha mãe havia concordado com a cabeça.

Decido não discutir e volto a atenção para o teste, esperando o tempo.

Ficamos em silêncio durante aquele momento e a ansiedade das duas estava praticamente palpável.

Eu estava tranquila.

— O que vocês estão encarando? — Ouvimos de repente e pulamos de susto, arrancando um riso de Iago.

— O que está fazendo aqui? Não tinha saído? — A mãe dele perguntou.

— Sim, mas é que... — Se interrompeu, olhando para a pia e fechando o sorriso que tinha no rosto. — A-aquilo é um teste de gravidez?!

Achei engraçada a gaguejada que ele deu ao falar, mas não cheguei a rir.

— Sim. — Respondo e o olhar dele se voltou para mim.

— Você está...? — Perguntou, não terminando a frase.

— Bom, eu...

— Tô passando mal. — Me interrompeu e virou as costas, caminhando apressado pelo corredor.

Ainda do banheiro eu ouvi ele abrir a geladeira, provavelmente pegando água para tomar.

— Frouxo. — Murmuro e volto a atenção para o teste. — Ah, olha! — Digo e o pego, vendo o resultado.

— Grávida?! — Perguntaram animadas.

— Não. — Sorrio e mostro o teste. — Negativo.

Elas abaixaram os ombros e eu ri, jogando o teste no lixo e deixando um beijo na bochecha de cada uma.

— Peçam netinhos para os outros filhos de vocês. — Digo e me afasto, indo até a cozinha acalmar Iago.

*

Apago a luz do quarto, deixando que o ambiente fosse iluminado apenas pela fraca luz do abajur ao lado da cama.

Caminho até ela e me deito na mesma, olhando para Iago. Este encarava o teto, parecendo um pouco pensativo.

— Está tudo bem, Burro? — Pergunto baixo, deitando de lado e levando a minha mão até o rosto dele, fazendo carinho em sua barba.

— E se você estivesse grávida? — Perguntou e virou o rosto para mim.

Depois de ter visto o negativo, o contei e ri da cara dele, pois o mesmo já tinha tomado uns três copos de água com açúcar para se acalmar.

— Que horror. — Digo. — Deus que me livre engravidar na adolescência, não é fácil não.

Iago soltou uma gargalhada e eu o olhei confusa, sem entender o motivo da graça. Mesmo assim, aproveitei para admirar a risada gostosa que ele tinha.

— Fiona, você tem 28 anos! — Falou, se recuperando do riso. — Isso já não é adolescência, meu amor.

— Pra mim é. — Afirmo e ele sorri, negando com a cabeça.

Observo ele se ajeitar na cama, também deitando de lado e se aproximando um pouco mais de mim.

— Eu iria gostar de ser papai. — Sussurrou e eu sorri.

— Engraçado... — Murmuro pensativa e ele me olha confuso. — Lá atrás, quando eu pedi para você ser o meu namorado de mentirinha, você disse que não queria acabar como os meus pais; casados e com dois filhos.

Iago me olhou com tédio e eu ri.

— Por que isso agora? — Resmungou.

— Só lembrando e reparando na sua hipocrisia. — Brinco, vendo ele revirar os olhos.

— Meu amor, estou falando sério. — Disse manhoso, o que me fez sorrir e deixar um selinho rápido em seus lábios.

— Eu também iria gostar de ser mamãe. — Afirmo. — Ainda mais de um filho seu, mas eu acho que podemos deixar isso um pouco mais pra frente, não?

— Como você quiser. — Respondeu sorrindo e devolveu o selinho.

— Você quer ter uma menina e um menino, como os meus pais? — Continuo a brincar com a cara dele e o mesmo revira os olhos, virando para o outro lado.

— Vai pra merda, Malu. — Resmungou novamente.

Solto uma gargalhada, me inclinando e o enchendo de beijos.

**

Ainda em SantoriniOnde histórias criam vida. Descubra agora