*
𝕾𝖆𝖓𝖙𝖔𝖗𝖎𝖓𝖎, 𝕲𝖗𝖊𝖈𝖎𝖆
— E aí? — Minha mãe perguntou ansiosa, batendo na porta do meu banheiro.
Depois de alguns dias tendo alguns dos sintomas que condiziam aos mesmos que os de gravidez, dona Olivia e dona Belle me obrigaram a fazer um teste.
Reclamei, pois sabia que eu não estava. As tonturas era apenas o resultado da minha má alimentação nos últimos dias, já que eu não estava conseguindo comer, e os trabalhos no Sol quente.
Não sabia de onde vinham os enjoos, mas com certeza não era de gravidez.
Ainda assim, lá estava eu: presa dentro do meu banheiro, lendo as instruções do teste de gravidez e ouvindo os murmurinhos das duas mulheres do lado de fora.
— Mãe, eu nem comecei ainda. — A respondo.
Suspiro fundo e me ajeito no vaso sanitário, tirando o teste de dentro da caixinha e seguindo as instruções que eu havia lido.
Coloco o objeto sobre a pia em seguida e me seco, levantando depois.
Dou descarga e abro a porta, fazendo com que minha mãe e Belle quase caíssem para dentro do cômodo.
— E então?! — Perguntaram sorrindo.
— Se eu fosse vocês duas, eu já iria tirando o cavalinho da chuva, porque dentro dessa barriga aqui, não tem bebê nenhum. — Falo.
— O teste deu negativo? — Minha sogra perguntou.
— Não, ainda não deu o temp...
— Então cala a boca. — Me interrompeu e eu olhei indignada para as duas, já que a minha mãe havia concordado com a cabeça.
Decido não discutir e volto a atenção para o teste, esperando o tempo.
Ficamos em silêncio durante aquele momento e a ansiedade das duas estava praticamente palpável.
Eu estava tranquila.
— O que vocês estão encarando? — Ouvimos de repente e pulamos de susto, arrancando um riso de Iago.
— O que está fazendo aqui? Não tinha saído? — A mãe dele perguntou.
— Sim, mas é que... — Se interrompeu, olhando para a pia e fechando o sorriso que tinha no rosto. — A-aquilo é um teste de gravidez?!
Achei engraçada a gaguejada que ele deu ao falar, mas não cheguei a rir.
— Sim. — Respondo e o olhar dele se voltou para mim.
— Você está...? — Perguntou, não terminando a frase.
— Bom, eu...
— Tô passando mal. — Me interrompeu e virou as costas, caminhando apressado pelo corredor.
Ainda do banheiro eu ouvi ele abrir a geladeira, provavelmente pegando água para tomar.
— Frouxo. — Murmuro e volto a atenção para o teste. — Ah, olha! — Digo e o pego, vendo o resultado.
— Grávida?! — Perguntaram animadas.
— Não. — Sorrio e mostro o teste. — Negativo.
Elas abaixaram os ombros e eu ri, jogando o teste no lixo e deixando um beijo na bochecha de cada uma.
— Peçam netinhos para os outros filhos de vocês. — Digo e me afasto, indo até a cozinha acalmar Iago.
*
Apago a luz do quarto, deixando que o ambiente fosse iluminado apenas pela fraca luz do abajur ao lado da cama.
Caminho até ela e me deito na mesma, olhando para Iago. Este encarava o teto, parecendo um pouco pensativo.
— Está tudo bem, Burro? — Pergunto baixo, deitando de lado e levando a minha mão até o rosto dele, fazendo carinho em sua barba.
— E se você estivesse grávida? — Perguntou e virou o rosto para mim.
Depois de ter visto o negativo, o contei e ri da cara dele, pois o mesmo já tinha tomado uns três copos de água com açúcar para se acalmar.
— Que horror. — Digo. — Deus que me livre engravidar na adolescência, não é fácil não.
Iago soltou uma gargalhada e eu o olhei confusa, sem entender o motivo da graça. Mesmo assim, aproveitei para admirar a risada gostosa que ele tinha.
— Fiona, você tem 28 anos! — Falou, se recuperando do riso. — Isso já não é adolescência, meu amor.
— Pra mim é. — Afirmo e ele sorri, negando com a cabeça.
Observo ele se ajeitar na cama, também deitando de lado e se aproximando um pouco mais de mim.
— Eu iria gostar de ser papai. — Sussurrou e eu sorri.
— Engraçado... — Murmuro pensativa e ele me olha confuso. — Lá atrás, quando eu pedi para você ser o meu namorado de mentirinha, você disse que não queria acabar como os meus pais; casados e com dois filhos.
Iago me olhou com tédio e eu ri.
— Por que isso agora? — Resmungou.
— Só lembrando e reparando na sua hipocrisia. — Brinco, vendo ele revirar os olhos.
— Meu amor, estou falando sério. — Disse manhoso, o que me fez sorrir e deixar um selinho rápido em seus lábios.
— Eu também iria gostar de ser mamãe. — Afirmo. — Ainda mais de um filho seu, mas eu acho que podemos deixar isso um pouco mais pra frente, não?
— Como você quiser. — Respondeu sorrindo e devolveu o selinho.
— Você quer ter uma menina e um menino, como os meus pais? — Continuo a brincar com a cara dele e o mesmo revira os olhos, virando para o outro lado.
— Vai pra merda, Malu. — Resmungou novamente.
Solto uma gargalhada, me inclinando e o enchendo de beijos.
**
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ainda em Santorini
Teen Fiction✿*:・゚ ㅤ Passar as férias em Santorini virou tradição da família Vieira em um estalar de dedos, e foi nos diversos passeios de barco que Malu Vieira foi criando amor pela imensidão azul do mar e descobrindo o quanto aquele lugar a atraia e a chamava...