trinta e quatro

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𝕾𝖆𝖓𝖙𝖔𝖗𝖎𝖓𝖎, 𝕲𝖗𝖊𝖈𝖎𝖆
dias depois

Ouço o meu celular tocar e seco as minhas mãos em um pano de prato

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Ouço o meu celular tocar e seco as minhas mãos em um pano de prato.

Saio da cozinha e corro até a sala, pegando o aparelho e atendendo a ligação, logo vendo a minha mãe aparecer na tela.

Finalmente, não é, Malu?! — Perguntou brava e eu sorri amarelo.

Estava ignorando todas as mensagens e ligações dela, do meu pai e do meu irmão. Sabia que estavam preocupados comigo e só queriam saber como eu estava, mas ainda assim eu não os respondi.

Odiava aparecer chorosa para eles, mesmo sabendo que eles poderiam me ajudar com aquilo como nenhuma outra pessoa podia.

— Desculpa, mãe. — Peço. — Eu estava ocupada.

Todos esses dias?!

— Pois é... — Murmuro, voltando para a cozinha e desligando o fogo.

Estava tão ocupada assim fazendo o que?

— Chorando sem parar, enquanto penso o quão merda está sendo esses últimos dias e no quanto eu estou sentindo falta do insuportável do meu Burro aqui. — Falo rápido e com a voz embargada.

Ô, minha garotinha. — Sussurrou. — Por que você não me conta direitinho o que aconteceu, hum?

— Tá bom. — Murmuro e fungo.

Saio da cozinha e vou para o meu quarto, deitando em minha cama e logo me arrependendo de ter ido lá.

O cheiro de Iago ainda estava impregnado nos lençóis e em um dos travesseiros.

Mesmo assim me aconcheguei ali, respirando fundo para que eu não começasse a chorar antes mesmo de contar o que havia acontecido para a minha mãe.

Não obtive sucesso, já que assim que abri a boca algumas lágrimas teimosas rolaram pelo meu rosto.

[...]

— Foi isso.

Minha mãe ouviu tudo o que eu tinha para falar. Senti até um arrependimento de não ter atendido as ligações dela antes, já que ela era ótima em me ouvir e me aconselhar.

Você quer que eu vá aí quebrar a cara desse Theo? — Perguntou e eu ri de leve. — Ainda estou com tudo em cima, dou uma bela de uma surra nele!

— Obrigada, minha lutadora de UFC, mas não precisa. — Brinco e ela sorri.

É uma pena o Iago não ter acreditado em você, meu bem. — Disse calma e eu fiz bico. — E é uma pena maior ainda você não ter enfiado um tapa naquela cara dele quando ele te chamou de vadia! — Completou brava.

— Eu teria feito isso se não estivesse chocada e chorando. — Murmuro. — Não dá para acreditar que ele acha aquilo mesmo de mim.

Tenho certeza que ele não acha. — Falou. — Foi completamente errado da parte dele e eu não concordo, mas na hora da raiva falamos muitas coisas.

— Na hora da raiva soltamos tudo o que estamos guardando, não é, mãe? — Digo. — Então ele realmente acha que sou uma. Ele não é o único, na verdade... você viu a internet?

Malu, já conversamos milhares de vezes sobre isso. — Disse séria. — O que as pessoas falam de você na internet não é nada do que você é de verdade. Aquele povo ataca qualquer pessoa que aparece pela frente sem nem saber o que aconteceu realmente.

— Eu sei, mas... é meio impossível não ficar mal com aquilo. — Murmuro. — Fiquei pensando sobre tudo o que falaram. Sou igual a ela, mãe? — Pergunto baixinho.

Claro que não, Malu! — Respondeu rápido. — Filha, você é completamente diferente dela e sabe disso.

— Deixa isso pra lá. — Digo e suspiro fundo, dando um meio sorriso para a minha mãe em seguida.

Sabia o quanto ela odiava quando entrávamos naquele assunto. Eu também não gostava, mas era uma das coisas que eu mais estava pensando ultimamente.

— Vamos deixar isso tudo pra lá. — Falo. — Não quero conversar sobre coisas ruins. Cadê o meu pai?

Fazendo aquela vitamina horrível que ele inventou. — Disse com uma careta e eu ri.

— Mãe, eu falei que não quero conversar sobre coisas ruins! — Repito, arrancando uma risada da mesma.

Vou descer lá na cozinha para você ver ele. — Falou e eu vi ela se levantar da cama. — Marcelo!

Não gosto quando você me chama de Marcelo!

É o seu nome, Marcelo. — Minha mãe falou, logo chegando na cozinha da casa.

Pra você o meu nome é "amor" ou "meu amor" ou qualquer outra coisinha carinhosa. — Falou e deixou um beijo na bochecha da mesma, que sorriu boba.

Desculpa, amor. — Pediu e ele sorriu, juntando os lábios dos dois em um selinho.

— Odeio casal feliz. — Resmungo e meu pai me mostra o dedo do meio, me fazendo gargalhar.

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eles.
🥰

Ainda em SantoriniOnde histórias criam vida. Descubra agora