trinta e nove

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𝕻𝖆𝖗𝖎𝖘, 𝕱𝖗𝖆𝖓𝖈𝖆

Ajeito a minha roupa e dou uma giradinha na frente do espelho presente na sala, me virando para Isago em seguida

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Ajeito a minha roupa e dou uma giradinha na frente do espelho presente na sala, me virando para Isago em seguida.

— Fico um gato de roupa social. — Falo e ele ri, negando com a cabeça e terminando de ajeitar a dele em seu corpo.

— Não fica não. — Disse e se aproximou, também se olhando no espelho. — Você é feio de qualquer jeito.

— Isago, um comentário negativo não vai apagar milhares de comentários positivos. — Digo. — Sou um gato. — Afirmo e deixo um tapa leve na nuca dele, me afastando antes que ele devolvesse.

Me joguei no sofá, esperando ele terminar de se arrumar para o tal evento.

— Por favor, não faz nada vergonhoso lá, está bem? — Pediu, se virando pra mim e pegando a chave do carro dele. — Nossos pais e os pais da Michelle vão estar lá e eu não quero que você nos envergonhe no dia da premiação dela.

— Credo, fala como se eu fosse uma criança birrenta e mimada. — Resmungo, me levantando. — Eu sei me comportar em eventos chiques.

— Lembro bem de um que você foi expulso, porque subiu no palco completamente bêbado. — Cruzou os braços.

— Aquilo é passado. Sou um novo homem. — Digo, ajeitando o meu terno.

Isago me olhou com tédio e eu revirei os olhos, saindo na frente.

O meu irmão não quis ser jogador de futebol, mas ele namorava uma, então sempre íamos nas mesmas premiações que acompanhávamos nosso pai.

A família toda ia. Ter uma namorada jogadora de futebol fez o meu pai perdoar Isago por não ter seguido na mesma carreira que a dele. Aquilo me fazia pensar que eu nunca seria perdoado, já que eu me apaixonei por uma louca por mar ao invés de uma louca por campo de futebol.

*

— Verde, mãe?! — Pergunto, olhando para o vestido sobre a minha cama

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— Verde, mãe?! — Pergunto, olhando para o vestido sobre a minha cama.

Queria sumir. O meu vestido não foi entregue no horário combinado e agora eu não tinha nenhuma roupa decente para ir ao evento.

Quando dona Olivia falou que tinha um sobrando, achei que poderia usar tranquilamente.

Mas verde?!

— Sim, é lindo. — Disse sorrindo e eu a olhei, negando com a cabeça por tamanho mal gosto.

Está bem, o vestido era bonito. Um modelo bonito, mas a cor não ajudava muito.

— Ninguém nunca disse para você que ruivas ficam horríveis em roupas verdes?! — Pergunto e ouço ela bufar, se virando para mim.

— Não sei de onde você tirou isso, pois verde fica maravilhoso em você. — Falou e pegou o vestido, segurando no cabide do mesmo e me puxando para a frente do espelho.

Fico parada, encarando o meu reflexo. Minha mãe posicionou o vestido na frente do meu corpo e eu respirei fundo.

— Viu? Lindo! — Sorriu. — Você vai com ele sim.

— É o que me resta. — Resmungo, pegando a peça da mão dela e indo me vestir.

[...]

Ajeito a alça do vestindo em meus ombros, enquanto minha mãe e eu caminhávamos ao encontro do meu pai e do meu irmão.

Os dois já estavam devidamente prontos, apenas nos esperando para irmos.

— As mulheres mais lindas desse mundo! — Seu Marcelo falou, cumprimentando minha mãe com um selinho rápido e logo voltando a atenção para mim. — Que milagre é esse que você está usando verde?

— Era o vestido que a minha mãe tinha para me emprestar. — Digo emburrada como uma criança e ele ri.

— Eu gostei de como ficou. — Disse sincero e deixou um beijo em minha testa. — O único verde que não fica bem em você é o do uniforme do seu trabalho, meu bem.

— Aquilo lá não fica bem em ninguém! — Minha mãe falou indignada e nós rimos.

— Mamãe está linda e Malu está feia, como sempre. — Matheus falou, dando um beijo na bochecha da minha mãe e fazendo careta ao olhar para mim.

O olho da cabeça aos pés, fazendo cara de nojo e voltando a atenção para o rosto do mesmo.

— Se eu falar como você está, acho que você entra em depressão. — Falo e ele revira os olhos, me mostrando a língua.

— Não comecem! — Meu pai falou e ofereceu o braço para mim.

Aceitei, deixando ele me guiar para fora do hotel, enquanto Matheus fazia o mesmo com nossa mãe.

*

A premiação ainda não tinha começado. Pessoas conversavam animadamente umas com as outras, colocando o papo em dia ou tirando fotos.

Eu olhava pensativa para o bar, em dúvida sobre o que pedir. O batman me olhava, esperando, e aquilo fazia eu me sentir pressionada.

— Está bem, vamos fazer assim. — Digo de repente, encontrando o meu olhar com o dele. — Você escolhe uma bebida pra mim.

— Como é? — Perguntou confuso.

— Isso que eu disse. — Falo.

Ele levantou as sobrancelhas e confirmou com a cabeça, virando de costas pra mim.

Continuei como estava, batucando os dedos sobre o balcão no ritmo da música que tocava não muito alta.

— Sabe quem você está parecendo? — Ouço atrás de mim e não demoro nem um segundo para reconhecer a voz de Iago.

Senti sua mão em minha cintura, apertando de leve o local, o que me fez arrepiar.

— A Fiona. — Sussurrou em meu ouvido.

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:)

Ainda em SantoriniOnde histórias criam vida. Descubra agora