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Passar as férias em Santorini virou tradição da família Vieira em um estalar de dedos, e foi nos diversos passeios de barco que Malu Vieira foi criando amor pela imensidão azul do mar e descobrindo o quanto aquele lugar a atraia e a chamava...
— Nem fui procurar. — Falou e eu o olhei, dando um gole em minha água. — Tirei o dia para ficar jogado no sofá assisgindo desenho animado.
— Criança. — Digo e termino a minha água, lavando o copo em seguida. — Eu estava pensando sobre esse lance de trabalho. Você gostou do Instituto, não gostou?
— Sim, é legal lá. — Respondeu e eu me encostei na pia, o olhando.
— Eu poderia ver se tem vaga em uma área lá e te indicar. — Falo. — Os trabalhos não são difíceis.
— Querendo trabalhar comigo, Fiona? — Brincou e eu o olhei com tédio. — Agradeceria se me ajudasse com isso.
— Está bem, vou ver isso amanhã mesmo. — Sorrio. — Agora eu preciso de um banho.
— Precisa mesmo. — Ele concordou e eu o olhei indignada. — Fedorenta.
— Você que é. — Mostro a língua e saio da cozinha em seguida, ouvindo a risada dele.
[...]
Passo a escova em meu cabelo, o desembaraçando enquanto pensava se iria com ele solto ou faria algum penteado.
Eu ainda tinha um tempo para me decidir, já que faltava mais ou menos uma hora até o horário combinado com Theo para nos encontrarmos.
Deixo o cabelo de lado e começo a maquiagem, tentando não fazer algo tão forte, mas também não tão básico.
Não estava nervosa e ansiosa como da primeira vez em que marcamos de nos encontrar, mas sentia um leve friozinho na barriga em imaginar o que poderia ou não acontecer aquela noite.
Esperava que ele, pelo menos, aparecesse dessa vez.
Demorei um pouco para terminar a maquiagem e em seguida fazer algo diferente no cabelo.
Passei perfume e peguei a minha bolsa, saindo do quarto em seguida e sentindo um cheiro ótimo vindo da cozinha.
Caminhei até lá, ouvindo Iago cantar.
— Você cozinhando? — Pergunto surpresa e me apoio no balcão, o olhando.
Ele parou e se virou em minha direção, mostrando o avental bem sujo de, aparentemente, molho. Sorrio com a cena.
— Sim! — Respondeu. — Eu estava pensando em termos aquele jantar romântico que eu estou te devendo. — Sorriu.
Me lembrei de quando comentamos aquilo a uns dias atrás.
— Hoje? — Pergunto baixo e ele confirma com a cabeça, ainda sorrindo.
— Eu até já coloquei a forma no... — Ele se interrompeu, inclinando a cabeça para o lado. — Está maquiada?
— É, eu... — Murmuro.
— Vai sair? — Perguntou e eu confirmei com a cabeça, dando um meio sorriso. — Ah.
— Não sabia que você estava planejando o jantar para hoje. — Digo.
— É porque era pra ser surpresa. — Falou baixo e limpou a garganta em seguida. — Barzinho com a galera do trabalho? — Perguntou curioso.
— Não, é um encontro. — Respondo. — O Theo me convidou para jantar.
— Ah, o Theo. — Disse e eu confirmei com a cabeça. — Legal.
— Você não se importa de deixarmos o nosso jantar para outro dia, não é? — Pergunto, me sentindo mal.
Ele nunca cozinhava, e parecia ter se esforçado aquela noite para fazer algo legal. Sem contar que parecia bem animado.
— Não, não me importo. — Falou.
— Ok. — Murmuro. — Eu estou indo nessa, já está na minha hora.
— Bom encontro. — Desejou e eu sorri agradecida.
— Beijo. — Jogo um para ele, que deu um meio sorriso e voltou a se virar para a pia.
Mordi o lábio e me afastei do balcão, saindo de casa em seguida.
*
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Ouvi a porta da frente bater e me virei, indo até a mesa e me jogando em uma das cadeiras.
Apoiei meus cotovelos sobre a mesa e segurei o rosto com minhas mãos, olhando para o forno do fogão, onde a minha primeira lasanha começava a assar.
— Fiquei a tarde inteira assistindo vídeos de culinária pra nada? — Pergunto sozinho.
Suspiro fundo depois de um tempo e coloco as mãos no rosto, apertando os meus olhos e tentando deixar de pensar em Malu e Theo juntos.
