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𝕾𝖆𝖓𝖙𝖔𝖗𝖎𝖓𝖎, 𝕲𝖗𝖊𝖈𝖎𝖆
Aponto para uma constelação, contando o nome dela para Iago, que estava deitado ao meu lado na areia.
Depois do trabalho ele resolveu que não iríamos voltar para casa, ficaríamos um tempo na praia. Eu concordei. Para mim, praia nunca era demais.
Já era noite e as estrelas tomavam todo o céu de Santorini.
Me lembrava de quando meus pais levavam Matheus e eu para um passeio de barco e nós ficávamos deitados olhando para o céu enquanto brincávamos de enxergar formas nas estrelas.
Sentia saudades daqueles momentos.
— Aquela é a minha favorita. — Digo animada, apontando para outra constelação.
Olhei para Iago, que me encarava.
— Você nem está prestando atenção no que eu tô falando, não é? — Pergunto e ele dá um sorrisinho culpado.
— Desculpa. — Pediu baixo. — Estou admirando você.
Sorrio e viro o meu corpo, deitando de lado e retribuindo o olhar dele. Levei minha mão até o seu rosto, fazendo carinho enquanto o admirava.
Iago era, com toda a certeza, o homem mais lindo de Santorini.
— Você gosta bastante daqui, não é? — Perguntou e eu confirmei sorrindo.
— Era pra cá que meus pais vinham nas nossas férias, então criei um carinho enorme. — Falo. — Eu ficava em Madrid torcendo para tirarmos logo as nossas férias em família e voltarmos aqui.
— Foi assim que decidiu ser bióloga?
— Foi. — Respondo. — O mar é o meu lugar favorito. — Conto e ele sorri.
— Você deve ser alguma sereia perdida. — Falou e eu ri.
— Talvez. — Murmuro e mordo o lábio. — E você? Qual é o seu lugar favorito? — Pergunto curiosa.
Iago me olhou com cuidado, parecendo pensar.
— Aqui. — Respondeu baixo e eu o olhei confusa.
— Não sabia que Santorini também era o seu favorito. — Digo.
— Não é isso que estou dizendo. — Falou e eu esperei por uma explicação, já que continuava confusa. — Quero dizer que aqui, agora, do jeito que estamos... aqui é o meu lugar favorito.
— Nós dois juntos?
— Você.
Inclinei a minha cabeça para o lado, parando com o carinho que eu fazia no rosto de Iago.
— Eu sou o seu lugar favorito? — Pergunto baixo.
Iago abriu a boca para falar algo, mas desistiu, apenas confirmando com a cabeça.
O olhei sem saber o que responder. Ninguém nunca havia dito aquilo pra mim ou alguma coisa parecida.
— Malu, eu meio que... — Ele começou e eu o olhei curiosa.
Iago se interrompeu, o que fez com que uma onda de ansiedade tomasse o meu corpo.
— O que? Você o que? — Pergunto.
— Eu gosto de...
Dessa vez o toque do meu celular o interrompeu. Iago olhou confuso para mim e eu procurei pelo aparelho rapidamente, o tirando de dentro da minha bolsa e atendendo a ligação.
— Alô? — Pergunto.
— Oi, Malu. Você recebeu o buquê? — Ouço a voz de Theo.
Olho para as flores ao meu lado, vendo elas já um pouco murchas.
— Oi, Theo. Recebi sim. — Respondo e dou um meio sorriso, mesmo sabendo que ele não estava vendo. — São lindas, obrigada.
— Eu estava pensando... será que você não está afim de sair amanhã?
— Posso falar com você depois? Estou ocupada agora. — Digo rápido. — Tchau. — Desligo antes de ouvir um resposta.
Jogo o meu celular sobre a minha bolsa e volto a atenção para Iago, que agora estava sentado.
Também me sentei, o olhando.
— O que você iria me dizer? — Pergunto.
— Nada. — Respondeu e se levantou, limpando a roupa. — Já está tarde, quero ir pra casa descansar.
— Mas você... — Começo. — Me diz o que você iria falar. — Peço e também me levanto.
— Não era nada demais. — Falou. — Já até esqueci. — Completou e deu um meio sorriso, pegando as coisas dele e saindo na frente.
Pisquei algumas vezes, vendo ele se afastar.
— Eu fiz alguma coisa de errado de novo? — Pergunto sozinha, sentindo meu peito apertar pela repentina mudança de humor dele.
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Ainda em Santorini
Roman pour Adolescents✿*:・゚ ㅤ Passar as férias em Santorini virou tradição da família Vieira em um estalar de dedos, e foi nos diversos passeios de barco que Malu Vieira foi criando amor pela imensidão azul do mar e descobrindo o quanto aquele lugar a atraia e a chamava...