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𝕾𝖆𝖓𝖙𝖔𝖗𝖎𝖓𝖎, 𝕲𝖗𝖊𝖈𝖎𝖆
dias depoisDou um gole no meu suco, vendo Iago se jogar no sofá e respirar fundo, tombando a cabeça para trás e colocando as mãos no rosto.
Após a ideia repentina dele de arrumar um emprego, todos os dias ele saía para rodar a cidade, procurando por algo.
Era legal ver que ele estava se esforçando, mas eu ficava com um pouco de dó quando ele voltava cabisbaixo para casa.
— Você não conseguiu nada? — Pergunto, terminando de tomar o meu suco e deixando o copo dentro da pia.
Caminhei até a sala, me sentando ao lado de Iago e o olhando com atenção.
— Não. — Respondeu baixo.
— Às vezes demora mesmo. — Digo, aproximando minha mão do cabelo dele, mas me afastando rapidamente quando ele ajeitou a cabeça e tirou as mãos do rosto, me olhando.
— Isso é ruim, fico desanimado. — Falou e eu mordi o lábio. — Ser filhinho de papai é muito mais fácil. — Resmungou.
— É, mas é muito mais legal você conquistar as suas coisas com o seu próprio esforço. — Falo e me ajeito no sofá, ficando mais perto dele. — Logo, logo você vai conseguir alguma coisa, tenho certeza.
Iago deu um meio sorriso e eu me aproximei, deixando um beijo demorado no canto de sua boca.
— Um beijinho meu pra você não ficar triste. — Sussurro e ele ri.
— Eu ficaria mais feliz se você me desse um na boca. — Disse baixo, aproximando mais o rosto do meu.
— Hmmm, não sei não. — Falo pensativa.
— Ah, sabe sim. — Falou e segurou em minha nuca, me puxando para um beijo.
Sorrio e retribuo, segurando em seu rosto e fazendo carinho no mesmo. Não demorei para nos separar, deixando dois selinhos em seus lábios.
— Não se acostuma não. — Digo e deixo dois tapinhas em seu rosto, me levantando em seguida e voltando para a cozinha.
*
dia seguinte— Bom dia, flor do dia! — Falo animada, entrando na cozinha e vendo Iago sentado à mesa, com cara de poucos amigos, enquanto tomava café.
— Que horror. — Murmurou e eu franzi o cenho.
— O que? — Pergunto e me sento.
— Esse seu bom humor matinal. — Resmungou e eu ri.
— Temos que levar a vida com um sorriso no rosto sempre, Iago. — Digo. — Mesmo que esteja difícil, sorria!
— Ah, não, Malu. — Bufou. — Esse papinho motivacional a essa hora não dá.
Rio e coloco o meu café da manhã, começando a comer.
— Você quer ir no meu trabalho hoje? — Pergunto e ele me olha. — Não vou estar tão atarefada, então posso te mostrar algumas coisas.
— Pode ser. — Sorriu.
— Ok. — Sorrio de volta. — Acho que você vai gostar. — Digo.
Terminamos de tomar o café da manhã em silêncio e logo depois eu fui terminar de me arrumar.
Estava passando protetor solar em meu rosto, quando Iago parou na porta do banheiro, me olhando.
— Quer alguma coisa? — Pergunto, ainda encarando o meu reflexo no espelho.
— Protetor também. — Falou.
Acabo de passar no meu rosto e me viro para ele, mostrando o dedo sujo de protetor.
Iago se aproximou mais, parando na minha frente e ficando quieto enquanto eu espalhava o protetor pelo seu rosto com cuidado.
— Que bonitinhas suas sardas. — Murmurou e eu sorri.
— Obrigada. — Digo no mesmo tom.
Ficamos em silêncio por mais um tempo e eu peguei um pouco mais de protetor, voltando a atenção para o rosto dele.
— Engraçado você ser a única ruiva na sua família. — Comentou e eu torci o meu lábio. — Tem algum parente da sua mãe que...
— Acabei. — O interrompo, me afastando e guardando o protetor. — Podemos ir?
— Ah, podemos. — Falou baixo e eu passei por ele, saindo do banheiro.
[...]
Iago estava agachado ao lado de um dos buracos com os ovos de tartaruga. Eu já havia feito as minhas anotações sobre o local, e agora observava ele comentar sobre.
Não o escutava, mas olhava para ele.
Estava pensando sobre o comentário dele de quando ainda estávamos em casa.
Odiava quando falavam que eu não era parecida com os meus pais e então perguntavam o porquê daquilo.
Nunca havia ficado abalada com a história de Jasmin ter me rejeitado. Eu não a conhecia, não convivi, então não doeu, mas eu ficava incomodada quando tocavam no assunto.
Sempre que eu explicava tudo o que tinha acontecido, as pessoas sentiam a necessidade de falar algumas coisas que fazia eu me sentir uma intrusa na família.
Frases como: "mas então a Olivia não é a sua mãe" ou "o Marcelo deveria fazer outro desde de DNA, hein?", faziam eu me sentir mal, mesmo sabendo que meus pais me amavam.
Eles nunca deixaram faltar nada pra mim e não havia diferença entre a minha criação e a de Matheus.
— Malu? — Ouço e pisco algumas vezes, olhando para Iago, que me encarava. — Está tudo bem?
— Sim. — Respondo baixo e limpo a garganta. — Desculpa, o que você estava falando mesmo? — Pergunto.
— Deixa pra lá. — Disse e se levantou, limpando as mãos na bermuda e me olhando atento. — Está tudo bem mesmo?
— Está. — Coloco um sorriso no rosto, sentindo que ele havia saído mais parecido com uma careta. — Vamos, eu vou te apresentar a Joana.
Segurei na mão dele, o puxando para ele me seguir.
— Quem é Joana? — Perguntou confuso.
— Minha amiga tartaruga. — Respondo e Iago ri. — Ela é muito simpática.
— Imagino que seja. — Falou em um tom divertido e entrelaçou dedos nos meus, começando a andar.
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gol do brasil
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Ainda em Santorini
Teen Fiction✿*:・゚ ㅤ Passar as férias em Santorini virou tradição da família Vieira em um estalar de dedos, e foi nos diversos passeios de barco que Malu Vieira foi criando amor pela imensidão azul do mar e descobrindo o quanto aquele lugar a atraia e a chamava...