vinte e três

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𝕾𝖆𝖓𝖙𝖔𝖗𝖎𝖓𝖎, 𝕲𝖗𝖊𝖈𝖎𝖆

O entregador já havia ido embora, deixando o buquê em minhas mãos

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O entregador já havia ido embora, deixando o buquê em minhas mãos. Olhei confusa para as flores, procurando por algum cartão e logo achando um perdido ali dentro.

Abro ele, segurando com cuidado o buquê e lendo o que estava escrito ali.

"Espero que você goste de flores. Vi essas e lembrei de você. :)

- Theo"

Suspiro fundo e guardo o bilhete no meio das flores outra vez, mordendo o lábio.

— Que flores feias. — Ouço e levanto o olhar, vendo Iago vir da praia e se aproximar de mim.

Rio da afirmação dele.

Eu concordava. Lírios não eram as minhas favoritas, ainda mais laranjas.

— O Theo que me deu. — Conto e vejo ele revirar os olhos.

— Ele tem mau gosto pra flores igual você tem mau gosto pra homens. — Falou e eu o olhei indignada, enquanto ele se inclinava e pegava o bilhete.

O observei ler, vendo uma careta aparecer no rosto dele logo em seguida.

— "Lembrei de você". — Disse, tentando imitar a voz de Theo. — Ele te chamou de feia, você sabe, não é?

— Iago! — O repreendo e pego o bilhete de volta.

— O que? É sério! — Falou e cruzou os braços. — As flores são feias, se ele lembrou de você quando viu elas, então ele te acha feia.

— Não é verdade. Ele deve ter achado elas bonitas, gostos variam de pessoa para pessoa. — Falo, brincando com os lírios.

Eram mesmo feios.

— Sabemos a verdade. — Disse e eu o olhei novamente. — Ele te acha feia.

— Como você é chato. — Bufo.

— Eu te acho linda, por isso te dei florzinhas lindas também. — Falou.

Levantei as sobrancelhas, inclinando a cabeça para o lado e abrindo um sorrisinho.

— Me acha o que? — Pergunto.

Era até estranho ele me elogiando, já que não costumava fazer aquilo com frequência.

— Te acho parecida com a Fiona. — Disse e eu o olhei com tédio, arrancando uma risada dele. — Você ouviu o que eu disse, para de se fazer de surda.

— Queria ouvir de novo. — Faço biquinho e Iago se aproxima, fazendo com que eu desse um passo para trás, encontrando a parede.

— Está fugindo de mim? — Perguntou rindo e eu neguei com a cabeça, olhando com atenção para todo o rosto dele e voltando o olhar para seus olhos, que já encaravam os meus.

— Vai repetir? — Pergunto baixo e ele sorri.

— Você sabe que eu te acho bonita. — Sussurrou, aproximando o rosto do meu e passando o nariz pela minha bochecha.

Me arrepiei sentindo a respiração dele contra minha pele.

— Não sei não, você não fala. — Digo no mesmo tom.

Iago continuou apenas com o carinho que o seu nariz fazia em minha bochecha. Inclinei um pouco a cabeça, sentindo uma vontade enorme de ser beijada por ele.

— Você é linda. — Sussurrou, me olhando. — A mulher mais linda que eu já conheci. — Continuou, roçando nossos lábios.

— E o que mais? — Pergunto baixinho e ele ri.

— Não vou aumentar o seu ego, Malu. — Afirmou e eu fiz beicinho.

— Eu aumento o seu. — Digo, passando meus braços por seu pescoço.

— Não aumenta não.

— Mas você sabe que é o homem mais lindo que eu já conheci. — Sussurro, vendo ele sorrir.

— É mesmo?

— Uhum. — Balanço a cabeça de maneira afirmativa. Levantei um pouquinho os pés, querendo um pouco mais de contato dos lábios dele. — Iago...

— Hm?

— Não vai me beijar?

— Não foi você que proibiu beijos no trabalho? — Perguntou.

— Mas um não vai matar ninguém. — Digo manhosa e ele sorri, colocando as mãos em minha cintura e me apertando contra ele.

Me segurei para não soltar um gemido quando os lábios dele tocaram os meus. Iago se movia tão devagar que eu estava começando a achar que ele estava me torturando, então eu mesma intensifiquei o beijo, indo um pouco mais rápido.

As mãos dele me apertaram outra vez e eu soltei um suspiro, arranhando sua nuca como resposta.

O beijar era tão bom. Iago sabia exatamente o que fazer e já havia aprendido sobre como eu gostava, o que deixava tudo ainda melhor.

Eu poderia o beijar pelo resto da minha vida facilmente.

Franzi o cenho pelo pensamento e me afastei devagar.

— O que foi? — Perguntou baixo, ainda com os olhos fechados.

Deixei alguns selinhos em seus lábios e ele abriu os olhos depois.

— Trabalhar. — Falo.

— Ah, não. — Resmungou e eu ri. — Beijar você poderia ser uma profissão. Eu trabalharia sem reclamar.

Solto uma gargalhada e tiro meus braços do seu pescoço.

— Você seria o funcionário do mês todos os meses. — Sussurro, deixando um selinho demorado em seus lábios e me afastando em seguida.

Entrei para o Instituto, deixando ele para trás.

— Só mais um! — Pediu e eu ri, me virando para ele.

Caminhei de costas, jogando um beijo para o mesmo, que sorriu.

Voltei a me virar para o corredor, sorrindo boba. Desfiz o sorriso assim que olhei para as minhas mãos, vendo o buquê.

— Que flores feias. — Murmuro, fazendo careta.

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é quarta feira meus bacanos
🐸

Ainda em SantoriniOnde histórias criam vida. Descubra agora