*
𝕻𝖆𝖗𝖎𝖘, 𝕱𝖗𝖆𝖓𝖈𝖆
— É sempre bom conhecer gente nova. — Respondo no mesmo tom e Iago solta uma risada leve, ainda próximo ao meu ouvido.
Sinto um arrepio passear pelo meu corpo e ele me aperta um pouco mais contra ele.
Estava com saudades daquilo. Da maneira que ele segurava firme em minha cintura e a todo momento me puxava mais para ele, como se quisesse sentir cada parte do meu corpo colado no dele.
Estava com saudades do cheiro, do beijo, do abraço, da voz rouca pela manhã e das bobagens.
Senti saudades dele.
— Não acho que eu seja um completo estranho pra você. — Disse e levantou a cabeça, encontrando o olhar com o meu.
— Quem sabe você não mudou nesses últimos cinco meses? — Pergunto, me perdendo um pouco pelo seu rosto.
Ele pareceu ter se perdido no meu também, já que olhava para todo o meu rosto, ignorando a pergunta que eu havia feito.
Seus olhos pararam em minha boca por um tempo, o que fez com que eu sentisse um friozinho na barriga.
— Iago. — Falou e voltou o olhar para o meu. — Iago Silva. — Se apresentou e sorriu.
— Prazer. — Sorrio.
— Posse te dar bastante mesmo. — Disse, me fazendo rir.
— Eu sou a...
— Sei quem você é. — Me interrompeu e eu inclinei a cabeça para o lado, o que deu espaço para ele aproximar a boca do meu ouvido outra vez. — A Fiona. Minha Fiona. — Sussurrou.
Agradeço mentalmente por ele estar segurando tão firme em minha cintura, pois tinha certeza que minhas pernas falharam.
Mordo o lábio outra vez, tentando segurar um sorriso bobo que teimava se abrir em meu rosto.
— Sou a Malu. — Digo mesmo após a interrupção dele. — Malu Vieira.
— Agora que já estamos apresentados, eu posso sequestrar você um pouquinho, não posso? — Perguntou e seus lábios roçaram de leve em minha pele, o que me fez arrepiar outra vez.
Abro a boca para o responder, mas no fim só consigo soltar um suspiro, sentindo Iago apertar a minha cintura.
Confirmo de leve com a cabeça e ele deixa um beijo em meu pescoço, nos separando em seguida e me puxando pela mão para que saíssemos dali.
*
Fazia um pouquinho de frio nas ruas de Paris, o que me obrigou a cruzar os braços, enquanto seguia Iago pelas margens do Rio Sena.
— Como está Santorini? — Perguntou, puxando assunto.
— Quando eu saí de lá, a deixei em bom estado. — Digo. — Faz um tempinho que estou com os meus pais.
— Voltou a morar em Madrid?
— Não, estou só visitando mesmo. — Respondo. — Está com os seus pais?
— Não. — Disse. — O meu pai me expulsou de casa, dizendo que só assim eu procuraria alguma coisa para fazer da vida.
— E ele estava certo?
— Até agora não, porque eu ainda não sei o que quero fazer da vida. — Torceu o lábio. — Estou passando um tempo na casa do meu irmão.
— Entendi. — Murmuro.
Continuamos a andar em silêncio e eu mordi o lábio, esperando que ele falasse mais alguma coisa.
— E o Theo?
Não aquilo.
— O que tem ele? — Olho para Iago.
— Vocês dois... — Disse, deixando a frase morrer.
— Ainda acha que eu traí você? — Pergunto e ele respira fundo, fazendo com que eu levante as sobrancelhas. — Achei que depois de cinco meses você já tivesse pensado melhor sobre tudo.
— Eu pensei.
— Não pensou não. — Afirmo, parando de caminhar. — Você ainda acha que eu fiz aquilo, mesmo depois de eu já ter explicado o que aconteceu.
— Malu, é meio difícil acreditar no que você disse, porque...
— Ah, é difícil. — Murmuro, o interrompendo e Iago morde o lábio, parando na minha frente. — Também é difícil isso dar certo de novo.
Viro as costas para ele, voltando pelo mesmo caminho, mas sendo interrompida com um puxão em meu braço.
— Espera aí, vai. — Falou. — Vamos conversar. Você disse que queria conversar numa boa comigo.
— Isso foi a cinco meses atrás, Iago! — Falo o olhando e ele pressiona os lábios. — Você lembra o que você me respondeu quando eu te mandei aquelas mensagens?
— Desculpa. — Pediu em um sussurro.
— Esse seu pedido de desculpas resolve tudo, não é? Resolve a sua falta de confiança em mim, resolve todo esse tempo em que você fingiu que eu nunca fiz parte da sua vida, resolve...
Iago me interrompeu.
Do jeitinho que ele sempre fazia, que era juntando os lábios nos meus e me pegando de surpresa com o movimento repentino.
**
:)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ainda em Santorini
Teen Fiction✿*:・゚ ㅤ Passar as férias em Santorini virou tradição da família Vieira em um estalar de dedos, e foi nos diversos passeios de barco que Malu Vieira foi criando amor pela imensidão azul do mar e descobrindo o quanto aquele lugar a atraia e a chamava...