Capítulo 5

2.1K 107 3
                                    

Leonardo 💦

Terminei de fazer o meu seminário e me encostei na cadeira, passando minhas mãos pelo meu rosto.

O ano tá chegado ao final e o desespero pra entregar todos os exercícios da faculdade antes do prazo, veio junto.

Curso direito e tô no penúltimo ano. Ano que vem vai ser osso pra dar conta de tudo, mas sei que vou conseguir, já cheguei até aqui e não é agora que vou desistir.

Mas fala pra tu que foi difícil pra caralho, são muitas coisas pra se aprender, pra apresentar, pra fazer e tal. Mas, no final, sempre dei conta. Fazer o que, né? O melhor aluno da turma, não tinha como ser diferente.

Meu pai foi quem mais me incentivou a entrar na faculdade. No começo ele até pagava a mensalidade, mas não deixei ser por muito tempo. Minha tia Lua, me empregou na empresa dela e recebo bem. Com isso, pago minha facul e ainda sobra um pouco.

Minha mãe também sempre teve ao meu lado e me apoiou nas minhas decisões. Amo tanto aquela mulher! Aliás, todas as mulheres do meu lar. Lívia e Pérola são minha jóias, ninguém toca, ninguém chega perto.

Escutei a porta se abrir, depois se fechar e meu pai apareceu na cozinha segurando umas sacolas. Colocou em cima da mesa e foi lavar as mãos.

BN: E aí, pivete.

Leonardo: E aí, coroa. - ele enxugou as mãos e voltou até a mesa pegando as sacolas e guardando as compras. - Quer ajuda?

BN: Não, valeu. - terminou de guardar e me encarou. - Tá fazendo o que?

Leonardo: Agora nada. Porque? - coçou a nuca. - Que foi, pai? Aconteceu algo?

BN: Não. - se apressou em falar. - Quer dizer, mais ou menos. - encarei ele preocupado. - Tito tá precisando da tua ajuda em um bagulho aí. Mas já falei que não, porque isso pode te prejudicar.

Leonardo: O senhor sabe que não me importo de ajudar.

Apesar de ter escolhido um caminho diferente do dos outros, eu sempre tive a disposição pra ajudar eles. O coroa também me ensinou a atirar, a me defender e esses bagulhos.

Até porque, posso não tá no corre mas minha família sim, e os ricos são os mesmos pra nós.

BN: É, sei. - se sentou na cadeira, na minha frente. - Mas isso pode custar teu diploma.

Leonardo: Não se ninguém souber.

BN: Leonardo. - me repreendeu e eu ri.

Leonardo: Coé pai, isso não vai da em nada e se der é pouca coisa. - ele riu. - Que bagulho é?

BN: É só umas contas. Ele tá desconfiado que alguém da boca 3 tá passando os números errados e como tu fazia curso de contabilidade, ele pensou em pedir rua ajuda.

Leonardo: Ah pai, isso não é nada perto do que já fiz. - suspirou.

BN: Não queria tu no meio disso mais. Porque se acontecer alguma coisa ou der errado teus bagulhos, vou me sentir muito culpado. - neguei com a cabeça.

Leonardo: Não pensa nisso. Mas essa boca 3, não é a que o Érico trabalha? - ele assentiu.

BN: RK tá maluco com isso. Ele saiu da boca soltando fumaça pelas orelhas, quando o Tito disse isso. Érico já tá no errado e ainda faz o bagulho ser pior ainda. - negou com a cabeça. - Sabe o que isso? Ele é mimado. RK e Allana sempre deram tudo na mão dele e o moleque, agora, não sabe os valor das coisas.

Crias da FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora