Capítulo 56

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Guilherme 💯

Escutei a porta de casa abrir e vi minha mãe entrar com umas sacolas do supermercado. Ela foi direto pra cozinha e voltou para a sala.

Nanda: Alguma notícia da Ju? - neguei. - A Giovana deve estar doida. - pegou a bolsa. - Guarda as compras pra mim, filho? Eu vou lá ver como ela está.

Guilherme: Tá bom, qualquer coisa liga. - beijei a testa dela e ela saiu.

Me levantei e fui guardar as compras.

Foi um baque grande pra nós ao sabermos que a Juliana tava grávida, ninguém tava esperando. Quando minha mãe me contou, achei que era brincadeir, até porque ninguém ficou sabendo de nenhum piripaque do Ptk.

Ju passou por um estresse forte, desmaiou e o Ptk encontrou ela no chão, cheia de sangue. O cara ficou maluco. Levaram ela para o hospital e até agora nenhuma notícia.

Escutei passos na cozinha e minha irmã apareceu.

Desde que ela começou a namorar o Alan, não tem falado direito comigo. Estou tentando me reaproximar da minha irmã, mostrar que mudei e que tô de boa com o relacionamento se ela estiver feliz. Mas ela não quer nem olhar pra mim.

A campainha tocou e ela foi atender. Escutei a voz do Alan e me apressei para terminar de qualquer as coisas.

Assim que terminei fui para a sala e para minha decepção, minha flor não estava lá.

Guilherme: E aí, Alan. - fizemos um toque.

Alan: Solta o verbo.

Guilherme: Achei que a Íris tinha vindo contigo. - me sentei no sofá e aumentei o volume da tv.

Alan: Íris tá com a nossa mãe. - riu pelo nariz. - A mulher ficou doida. Disse que ia embora do morro e acho que a Íris vai com ela. - levantei a sobrancelha.

Guilherme: Embora do morro? Como assim? Pra onde? - perguntei.

Eu e a Íris estávamos tão bem, na melhor fase do nosso relacionamento, e se ela realmente for embora?

Não sei mais viver sem ela, é como se precisasse da Íris comigo pra respirar. Depois dela tudo nainha vida endireitou, sem ela, tudo é um caos.

Alan: Nem sei explicar direito, tô tentando entender também. Pra onde não sei, ela ainda não falou, mas talvez seja pra um lugar longe. - deu de ombros. - Ela e meu pai estão se separando.

Bianca: Nossa, nunca achei que iriam se separar.

Alan: Eu também, de verdade. E nem sei o motivo disso.

Guilherme: Deve ser algo deles.

Alan: Mas também é nosso. Eu e Íris somos filhos deles e não podemos saber porque nossa família vai se separar? - negou com a cabeça. - Tem algo muito errado aí. - suspirou.

Guilherme: Veio fazer o que aqui?

Alan: Ver a Bia. - sorriu olhando pra minha irmã.

A outra abriu um sorriso grande e ficou mais vermelha que piemnta. Encarei os dois e neguei com a cabeça.

Alan: Tá doente?

Guilherme: Não, porque?

Alan: Achei que estava, não apontou nenhuma arma pra mim, nem me deu um soco.

Guilherme: Eu gostaria muito de ter feito isso, mas se foi você quem minha irmã escolheu, só me resta aceitar. - ele balançou a cabeça.

Alan: Acho que agora você me entende. - riu.

Deixei os dois lá e subi para o meu quarto. Hoje era meu dia de folga e queria descansar um pouco. Dormi a tarde toda.

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Acordei já era de noite. Tomei um banho e desci para jantar.

Bianca: Gêmeos? Meu Deus! - escutei ela falar assim que entrei na cozinha. - Que loucura.

Peguei um copo no armário e coloquei água.

PH: Ptk quase desmaiou.

Nanda: Giovana tá tão feliz. Não vejo a hora de estar com netinhos igual a ela. - engasguei com a água e meu pai riu. - Que foi, filho? Não gostou da ideia?

Guilherme: Gostei, só espero que demore anos pra acontecer. - ela riu.

Não que não quero ter filhos, mas ainda não me sinto tão preparado assim para ser pai. Primeiro quero casar com a Íris, ter nossa casa, curtir um pouco a vida com ela e depois pensar em ter filhos.

Peguei um prato no armário e coloquei minha janta, me sentei na mesa e comecei a comer.

Guilherme: Juliana vai ter gêmeos? - minha mãe concordou. - Então tá tudo bem com ela e com o bebê... os bebês?

Nanda: Sim, graças a Deus. Foi só um susto. Agora ela tem que ter muito cuidado, a gravidez dela é um caso bem delicado. - balancei a cabeça.

Eles começaram a conversar sobre outras coisas e continuei a comer. Logo meus pais saíram e ficou somente eu e minha irmã.

Bianca: Gui... - me chamou. Tirei atenção do celular e olhei para ela. - Quero me desculpar.

Guilherme: Pelo o que? - perguntei sem entender.

Bianca: Pelo modo que estou agindo. - se sentou na cadeira ao meu lado. - Você tá tentando se reaproximar e eu tô fugindo disso. - suspirou. - No fundo, eu só não quero que volte a agir como antes.

Guilherme: Entendo teu medo e sei que errei feio contigo, mas realmente tô mudado. Pra mim agora só sua felicidade importa. - ela sorriu.

Bianca: O contive daquela viagem ainda está de pé?

Guilherme: Sim. Quer ir agora? - balançou a cabeça. - Ótimo! Vai ser muito bom. - ela me abraçou e beijei a testa dela. - Te amo.

Bianca: Te amo. - beijou minha bochecha.

••••••••

Íris: Que bom que está tudo bem entre você e sua irmã. - balancei a cabeça concordando e continuei fazendo cafuné nela. - Queria que o ambiente aqui em casa estivesse da mesma forma.

Guilherme: Você vai mesmo com sua mãe? - me olhou.

Íris: Eu ainda não sei, amor. - suspirou. - Ela quero ir para algum lugar do nordeste...

Guilherme: Espera, ela quer se mudar para outro estado? E você está pensando na possibilidade de ir? Íris...

Íris: É minha mãe, Guilherme. Não posso deixar ela ir só.

Guilherme: Como se ela não fosse adulta ou não soubesse o que fazer da vida. - me sentei na cama e a encarei. - Não quero que vá, minha vida não faz sentido sem você, Íris.

Íris: Não vai ser por muito tempo, meu amor.

Guilherme: E se for? Como fica nós dois? Não aguento ficar sem você. Não consigo.

Íris: Consegue. Já ficou muito mais tempo sem mim.

Guilherme: Mas é diferente agora. Não sabia o que era amor antes, agora sei e quero compartilhar isso contigo. - beijei ela. - Não vai, amor. - falei entre o beijo.

Íris: Também não consigo ficar sem você. - deitou em cima de mim. - Tudo bem, vou conversar direito com minha mãe. Talvez ela até desista dessa ideia maluca. - balancei a cabeça.

Íris deitou a cabeça no meu peito e voltei a fazer cafuné nela. Logo depois ela levantou a cabeça e apontou pra baixo. Sorri sem graça e ela riu também.

Ela se levantou e coloquei uma perna dela de um lado e a outra perna do outro lado, deixando ela por cima de mim. Ela sorriu com malícia e começou a rebolar no meu pau. E lá vamos nós para o segundo round.

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