Capítulo 26

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Leonardo 💦

Entreguei o dinheiro ao vendedor e coloquei os salgados em baixo do meu moletom antes de entrar no hospital.

Passei de fininho entre as enfermeiras e antes de entrar no quarto em que a loira estava, conferi olhando de um lado para outro se vinha alguém. Abri a porta e a vi tentando se levantar.

Joguei os salgados e os chocolates em cima da poltrona correndo para perto dela.

Leonardo: Que isso, Juliana? - ajudei ela a se sentar na cama, que fez uma cara de dor. - Sabe que não pode tá fazendo muito esforço assim, você perdeu muito sangue, ainda está fraca. - revirou os olhos.

Juliana: Só queria levantar um pouco. Odeio ficar deitada, sem fazer nada.

Leonardo: Se acostume, porque você vai ficar dias assim.

Juliana: Seu cu. - bufou. - Eu tenho que trabalhar, ajudar a procurar meu primo e não quero, nem vou ficar aqui deitada sem fazer nada, enquanto precisam de mim.

Leonardo: Tá todo mundo atrás do Guilherme, até o Tito e vários vapores do Alemão estão ajudando. Sei que ele é importante pra você, é sua família, mas você está ferida, Juliana. Perdeu bastante sangue e ficou horas desacordada. Daqui a pouco ele vai aparecer e você precisa estar recuperada para dar um belo esporro nele. - ela riu.

Juliana: Pode pá que vou arrancar as bolas daquele feioso.

Leonardo: Mas pra isso, precisa estar bem. - suspirou.

Juliana: Você é pior que minha mãe e meu pai juntos. - ri.

Leonardo: Gosto de cuidar de quem eu gosto. - me encarou.

Juliana: Então, você gosta de mim? - dei de ombros.

Leonardo: Eu sou um cara que nunca, em toda minha carreira estudantil perdeu um dia de aula principalmente na faculdade. - levantou uma sobrancelha. - Tá tendo aula agora, mas tô aqui contigo. Quer prova de amor maior que essa?

Juliana: Me beija. - sorri.

Me inclinei colocando minha mão em sua nuca e a puxando para um beijo lento, que foi finalizado com três selinhos.

Leonardo: Eu trouxe os salgados e os doces que você pediu. - sussurrei. - Me senti como se estivesse em um contrabando. - gargalhou.

Juliana: Nem imagino o quanto foi difícil trazer essas comidas escondidas das enfermeiras. - riu mais.

Leonardo: Você nem imagina. - me levantei. - Foi a coisa mais fora da lei que fiz. - peguei os bagulhos e a entreguei.

Juliana: Você tomou cuidado, né? Se você for preso, eu morro.

Leonardo: Nem fala isso. - me sentei ao seu lado novamente. - Se você morrer, me mato.

Juliana: Aí Léo. - bateu no meu braço.

Leonardo: É sério loira, não sei mais viver sem você.

Juliana: Gado. - mandei o dedo pra ela e ri.

Juliana começou a comer os salgados e doces que tinha comprado e liguei a TV procurando algum filme bom para assistir, por sorte, encontrei Família do Bagulho, mó bom, ri demais.

Depois de algumas horas, Juliana já tinha dado um fim em tudo que comprei. Gastei mó grana, mas valeu a pena quando vi o sorriso no rosto dela.

Na moral, quando soube o que tinha acontecido com loira, vim o mais rápido que pude para cá e só saí quando tive certeza que ela estava bem.

Crias da FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora