Íris 👄
Lavei minha mão, segui com o pano e coloquei o almoço, que a dona Janaína fez, para a Fernanda. Levei o prato até a mesa e a mesma me agradeceu.
Nanda: Obrigada, minha linda! - sorriu fraco.
Íris: A senhora que algo para beber? Um suco? Refrigerante?
Nanda: Não, está bom assim, obrigada! - sorri. - Você pode chamar a Bia para vir comer, querida?
Íris: Claro! Licença. - sai da cozinha e subi as escadas direto para o quarto da Bia.
Quando soube o que aconteceu com a Fernanda e a Bia, fiquei desesperada! As duas sempre foram muitos legais e simpáticas comigo mesmo antes de eu e o Guilherme ficarmos juntos.
Desde ontem estou aqui ajudando a cuidar das duas, já que o Guilherme e o PH precisam trabalhar e ficam o dia fora, dona Janaína está aqui também cuidando delas. E como eu trabalho por aqui agora fica ainda mais fácil ajudar.
Ambas ainda estão muito abaladas com o ocorrido, mas a Bianca está muito mais. Não vejo mais um sorriso no rosto dela. E estou começando a ficar bem preocupada.
Bati na porta do quarto dela e ninguém respondeu.
Íris: Bia, sou eu. Abre aqui, vamos conversar. - tentei abrir a porta mas estava trancada. - Você tem que comer, Bia!
Insisti mais um tempo, até ouvir passos e ela abrir a porta. Nem deu tempo de olhar para o rosto dela, a mesma me abraçou forte e eu retribui o abraço.
Íris: Você... quer que eu ligue pro meu irmão? - perguntei baixo.
Bianca se afastou, me olhando meio assustada. Eu sorri e enxuguei as lágrimas que molhava as bochecas dela.
Bianca: Como... como você sabe?
Íris: Alan, além de meu irmão, é meu melhor amigo. Compartilhamos tudo, principalmente nossos amores. Ele fala tão bem de você, o quanto te ama, te quer bem. E fica tranquila, eu não contei pra ninguém.
Bianca: Obrigada. - falou baixo.
Íris: Você está bem?
Bianca me encarou por um tempo com um olhar perdido. Ela abriu a boca, mas não saiu nada. Sua feição ficou ainda mais triste e levou suas mãos ao seu rosto.
Bianca: Não. - faliu entre o choro. - Eu não estou bem.
Andou em direção a cama e fui até ele, a abraçando.
Íris: Chora, pequena. - alisei seus cabelos. - Estou aqui com você!
Ela se agarrou mais em mim, chorando alto.
••••••••
Cobri a Bia com o cobertor e sai do quarto fechando a porta.
Depois de duas horas chorando, finalmente, ela conseguiu para e descansar.
Se eu já estava preocupada, imagina agora.
Se para as pessoas mais experientes, aquilo que aconteceu com ela e com a mãe, é traumatizante. Imagina pra Bianca, que agora é que está entendendo mais sobre o sentido da vida.
Fernanda também, não parecia estar nada bem. O olhar dela era o mesmo da Bia, perdido, sem vida. As duas estavam passando pela mesma coisa, mas se negavam ter ajuda de um profissional.
Suspirei descendo as escadas, encontrando o Guilherme sentado no sofá, com as mãos no rosto.
Íris: Amor? - o chamei. Ele tirou as mãos do rosto, me encarando e sorrindo fraco. - Como você está?
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Crias da Favela
RomantiekAlemão - Vidigal Dois morros diferentes entre si, mas ao mesmo tempo iguais. Duas gerações cheias de conflitos, mas com muito amor e cumplicidade envolvida. Seus pais viveram grandes emoções e descobriram o amor em meio ao caos. Agora chegou a vez...