Capítulo 16

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Íris 👄

Lavei minha mão, segui com o pano e coloquei o almoço, que a dona Janaína fez, para a Fernanda. Levei o prato até a mesa e a mesma me agradeceu.

Nanda: Obrigada, minha linda! - sorriu fraco.

Íris: A senhora que algo para beber? Um suco? Refrigerante?

Nanda: Não, está bom assim, obrigada! - sorri. - Você pode chamar a Bia para vir comer, querida?

Íris: Claro! Licença. - sai da cozinha e subi as escadas direto para o quarto da Bia.

Quando soube o que aconteceu com a Fernanda e a Bia, fiquei desesperada! As duas sempre foram muitos legais e simpáticas comigo mesmo antes de eu e o Guilherme ficarmos juntos.

Desde ontem estou aqui ajudando a cuidar das duas, já que o Guilherme e o PH precisam trabalhar e ficam o dia fora, dona Janaína está aqui também cuidando delas. E como eu trabalho por aqui agora fica ainda mais fácil ajudar.

Ambas ainda estão muito abaladas com o ocorrido, mas a Bianca está muito mais. Não vejo mais um sorriso no rosto dela. E estou começando a ficar bem preocupada.

Bati na porta do quarto dela e ninguém respondeu.

Íris: Bia, sou eu. Abre aqui, vamos conversar. - tentei abrir a porta mas estava trancada. - Você tem que comer, Bia!

Insisti mais um tempo, até ouvir passos e ela abrir a porta. Nem deu tempo de olhar para o rosto dela, a mesma me abraçou forte e eu retribui o abraço.

Íris: Você... quer que eu ligue pro meu irmão? - perguntei baixo.

Bianca se afastou, me olhando meio assustada. Eu sorri e enxuguei as lágrimas que molhava as bochecas dela.

Bianca: Como... como você sabe?

Íris: Alan, além de meu irmão, é meu melhor amigo. Compartilhamos tudo, principalmente nossos amores. Ele fala tão bem de você, o quanto te ama, te quer bem. E fica tranquila, eu não contei pra ninguém.

Bianca: Obrigada. - falou baixo.

Íris: Você está bem?

Bianca me encarou por um tempo com um olhar perdido. Ela abriu a boca, mas não saiu nada. Sua feição ficou ainda mais triste e levou suas mãos ao seu rosto.

Bianca: Não. - faliu entre o choro. - Eu não estou bem.

Andou em direção a cama e fui até ele, a abraçando.

Íris: Chora, pequena. - alisei seus cabelos. - Estou aqui com você!

Ela se agarrou mais em mim, chorando alto.

••••••••

Cobri a Bia com o cobertor e sai do quarto fechando a porta.

Depois de duas horas chorando, finalmente, ela conseguiu para e descansar.

Se eu já estava preocupada, imagina agora.

Se para as pessoas mais experientes, aquilo que aconteceu com ela e com a mãe, é traumatizante. Imagina pra Bianca, que agora é que está entendendo mais sobre o sentido da vida.

Fernanda também, não parecia estar nada bem. O olhar dela era o mesmo da Bia, perdido, sem vida. As duas estavam passando pela mesma coisa, mas se negavam ter ajuda de um profissional.

Suspirei descendo as escadas, encontrando o Guilherme sentado no sofá, com as mãos no rosto.

Íris: Amor? - o chamei. Ele tirou as mãos do rosto, me encarando e sorrindo fraco. - Como você está?

Crias da FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora