Capítulo 15

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Leonardo 💦

Sai do banho, me enxuguei e vesti a roupa que tinha separado. Passei perfume e peguei meu celular saindo do meu quarto descendo as escadas.

Peguei a chave do meu carro, saindo de casa e descendo o morro.

Vi a Juliana encostada na moto, segurando uma bolsa. Fui me aproximando dela, abaixei o vidro da janela, e encostei meu carro na porta.

Leonardo: Achei que eu fosse sua carona.

Juliana: E é, meu querido. Mas não ia vir andando do Vidigal para cá.

Leonardo: Ia te buscar lá. - ela negou com a cabeça.

Juliana: Nem pensar! Meu pai ia ficar enchendo meu saco depois.

Leonardo: Pra onde nós vamos?

Juliana: Não sei. Você que vai me levar pra sair.

Leonardo: É, mas foi você que me convidou. - sorri falso e ela revirou os olhos.

Juliana: Tenho um lugar em mente, mas não sei se vai gostar.

Leonardo: Se tiver pensando em me levar para aquelas corridas de moto clandestinas, esquece filha. Não quero perder meu precioso tempo com isso. - levantou uma sobrancelha.

Juliana: Que tipo de pessoa eu seria se levasse um menino certinho igual você, para esses lugares que sua mamãe não permite você ir?

Leonardo: Estaria sendo uma menina má. Muito má. - ela riu.

Juliana: Melhor irmos ou vamos nos atrasar pará o filme. - rodeou o carro e entrou no banco do carona.

Leonardo: Vamos ao cinema? Que encontro mais... clichê adolescente.

Juliana: Amo um clichê adolescente. - encarei ela surpreso. - Que foi? Me chamam de dura na queda, mas não passo de uma manteiga derretida. - confessou dando de ombros.

Leonardo: Porquê?

Juliana: Odeio que os outros saibam que sou tão frágil quanto vidro. - me encarou. - Não da pra deixarem os outros desconfiarem disso quando se vive nessa vida. Você tem que ser transparente, a qualquer custo, se não, os inimigos caem matando em cima de te. Como, por exemplo, com o Guilherme fizeram isso. Atacaram a tia Nanda e a Bia porque sabem que, pra ele, são as pessoas mais importantes.

Leonardo: Meu pai me dizia isso. Além de não me encaixar nesse meio, foi um dos motivos pelo qual optei por não entrar no crime. Você fica vulnerável e indefeso. Não dá para se proteger de tudo.

Juliana: Sempre terá alguém contra nós. - assenti.

Leonardo: Exato!

Juliana: Eu sei, mas mesmo assim não consegui não fazer parte disso. Eu amo adrenalina.

Leonardo: Cada um com suas escolhas. - liguei o carro. - Que horas começa o filme?

Juliana: Já deve ter começado. - falou olhando a hora.

Leonardo: E onde fica esse cinema?

Juliana: Não é bem um cinema. - levantei uma sombrancelha. - E é perto do Lins.

Leonardo: Puta que pariu! Lins? - perguntei.

A uns tempos atrás, Rael teve uma briga que foi mal resolvida, com o Hugo, filho do DG, dono do Lins. Acabou que eu, sem ter culpa de nada, entrei na briga junto com o Alan.

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