Capítulo 77

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Miguel 💨

Balancei a perna nervoso, passei as mãos pela cabeça e cocei a nuca. Kiara colocou sua mão na minha perna e parei de balançar. Olhei para ela que sorriu doce e suspirei fundo tentando relaxar.

Kiara tem sido muito o meu ponto de paz, aliás sempre foi. O dia poderia estar ruim o quanto fosse, bastava eu chegar em casa e só olhar para ela, que melhorava tudo. A melhor parte da vida, era estar ao lado dela.

E eu amo isso. Amo muito poder compartilhar a vida ao lado da mulher que amo e estar formando uma família com ela. Aos poucos, as coisas foram se encaixando e no nosso melhor momento como casal, ela descobriu a gravidez.

Estávamos no hospital e hoje iríamos descobrir o sexo do bebê. Eu não me importava muito, desde que viesse com saúde estava ótimo. Mas lá no fundo, eu queria que fosse menina.

Não íamos fazer chá revelação nenhum, não tinha paciência para essas coisa e nem a Kia quis, o que me deixou aliviado.

Kiara: Tenha calma, amor. - encostou a cabeça no meu ombro. - Se você ficar nervoso, eu fico também e você sabe que isso não é bom.

Miguel: Desculpa. - beijei seus cabelos. - Se demorar mais eu vou ter um piripaque. - ela riu. - Amor, a gente ainda não falou sobre os nomes. - disse me lembrando.

Kiara: Qual você sugere? - me encarou.

Miguel: Qualquer um que você escolher tá bom para mim.

Kiara: Essa escolha tem que ser nossa, Miguel. - pegou na minha mão.

Miguel: Tá e o que você sugere? - ela riu.

Kiara: Poderia ser Marina para menina, gosto desse nome. E também seguiria a linha da Jhenifer que colocou os nomes dos filhos com a letra M. - eu ri.

Miguel: Murilo para menino? - ela balançou a cabeça animada. - Certo, foi fácil - ela assentiu.

Minutos depois uma enfermeira chamou o nome da Kiara. Nos levantamos e fomos em direção a sala da doutora. Ela fez algumas perguntas a Kiara, de como ela estava de sentindo, de como foi o mês, se teve sangramento, aumento dos hormônios, essas coisas.

Estava impaciente com a demora, mas não demonstrei isso. Fiquei prestando atenção no que a médica falava, até que ela falou que estava na hora de saber o sexo.

Nos levantamos das cadeiras e a Kia se deitou em uma cama. A doutora passou um gel na sua barriga e foi passando o aparelho pela barriga.

Médica: Querem escutar o coração do bebê?

Kiara: Sim, doutora, por favor.

De repente um barulho tomou conta da sala. Segurava a mão da Kia e quando a olhei, ela chorava de emoção.

Ali que percebi que tinha feito a escolha certa de ter pedido a Kiara em namoro, de ter me casado com ela e de agora estar formando uma família com ela. Nenhum outro homem estava mais feliz que eu! Não tinha como. Era um misto de emoções. Emoções boas. Lágrimas caíram do meu rosto também e nós dois sorrimos.

Médica: Bom, fico feliz ao informar que serão papais de uma menina! - disse animada.

Miguel: Eu sabia! - abracei meio desajeitado a Kia. - Obrigado, meu amor. - beijei ela. - Eu sou o homem mais feliz no mundo por ter vocês. - ela chorou mais.

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Depois de toda essa emoção no consultório, houve ainda mais choro quando demos a notícia para nossas famílias. Era muito bom saber que tínhamos o apoio da nossa família.

Crias da FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora