Capítulo 45

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Mirele 🌸

Foi um mês de muitas dificuldades, de muito choro, desespero e angústia. Ver o Vinícius a beira da morte foi uma das piores coisas da minha vida.

Eu nunca imaginei que pudesse sentir a dor que senti naquele momento. Nunca havia chorado tanto como chorei e nunca pensei que fosse tão forte como estou sendo nesse último mês.

Tudo está muito complicado e ainda mais agora que o Vinícius vai ficar impossibilitado de fazer algumas coisas por conta da perna, que ainda não está cem por cento boa.

O Theo está bem, mas muito manhoso. Chora todas as noites com saudades do pai e me corta o coração não poder trazê-lo para o hospital.

Minha família e meus sogros têm me ajudado bastante e ainda nem sei como vou retribuir. Acho que só estou conseguindo ficar de pé por conta do apoio deles, se não, estaria mais ainda no fundo do poço.

Marcos: Mi. - me chamou. - Tá tudo pronto? - assenti que sim.

Hoje, finalmente, Vinícius tinha recebido alta e meu irmão veio nos buscar.

Entrei no quarto onde o Vinícius estava e vi o médico ali falando das sessões de fisioterapia que ele terá que fazer. E a cara dele entregava que não estava gostando nada daquilo.

Vinícius: Pra que eu tenho que fazer essa porra?

Médico: Para recuperar o movimento da sua perna. - Vinícius revirou os olhos. - Entendo sua revolta, realmente é uma situação chata, já que tem trabalho e tudo mais, mas é para o seu bem! Com as sessões, poderá voltar mais rápido para suas funções diárias.

Marcos: Pode deixar, doutor. Ele vai fazer sim essa porra aí. - ele feio pro Marcos. - Me olha com essa cara de cu não, porra. Vai fazer sim! Preciso que volte logo.

Vinícius: Tá bem. - suspirou. - Passa esse bagulho aí. - falou o médico, que entregou a ele um papel com tudo que será necessário para uma boa recuperação. - Bora logo, que tô maluco pra ver meu filho.

Marcos ajudou ele a sair do hospital e fui atrás. Esperei os dois entrarem no carro e entrei também. O caminho foi bem tranquilo, não tinha trânsito e nem teve muita conversa. Marcos só falou do que tinham feito com o Pistola e com o Mathias, e o Vinícius ficou puto por não terem esperado por ele.

Eu estava tão cansada que nem prestei muita atenção nessa conversa, e só pensava em tomar um banho e dormir até entrar em coma quando chegasse em casa.

Assim que chegamos, desci do carro e abri a porta tendo uma enorme surpresa ao ver toda minha família lá reunida.

E lá se vão meus planos de descanso.

Vinícius: Pela sua cara, não sabia disso. - neguei.

Mirele: Minha mãe não falou nada. - suspirei.

Jhe: Não falei porque era surpresa. - se aproximou. - Seja bem-vindo de volta, meu genro!

Vinícius: Obrigado, Jhe! - beijou a testa dela.

Vanessa: Olha só quem chegou, Theo. - disse, se aproximando com meu pequeno no colo.

Sempre soube, antes mesmo do meu filho nascer, que ele e o pai teriam sim uma ligação, mas não imaginava que seria tão forte e tão bonita.

Theo sorriu assim olhou para o pai e estendeu os bracinhos. Vinícius, que já estava com o rosto banhado de lágrimas, não perdeu tempo e pegou nosso filho no colo.

Vinícius: Papai voltou, meu amor. - beijou a testinha dele.

O brilho no olhar do Vinícius era lindo de se ver. Todos estavam emocionados, inclusive eu.

Crias da FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora