Capítulo 44

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1 mês depois....
Rael 🔫

Sai do banheiro depois do banho, vesti uma roupa e coloquei minhas correntes. Peguei minha arma colocando na cintura.

Antes de sair do quarto, dei um beijo na testa da minha preta e passei a mão na barriga dela, que nem tinha muito volume.

Desci as escadas, peguei minha chave e saí de casa, a fechando. Fui subindo o morro e cumprimentando o pessoal. Assim que cheguei na rua da boca, vi o carro do Marcos ali em frente.

Sorri de lado e apressei meus passos. A brincadeirinha hoje começou cedo.

Entrei na boca e corri pra sala do meu pai, onde estavam todos.

Rael: Bom dia. - falei.

- Bom dia. - responderam.

Rael: Caíram da cama?

Marcos: Só vamos acabar com tudo hoje.

Tito: Separem os pneus, e deixem a pracinha sem nenhuma criança por perto. - falou com os vapores pelo rádio. - Hoje tudo vai pegar fogo.

Leonardo: Literalmente. - ri.

Saímos da sala do meu pai e fomos descendo até a pracinha só para esperar ele e o Touro trazerem o Pistola e o Mathias.

Fazia um mês que os dois estavam sendo torturados. Nem sei como ainda estão respirando. Meu pai pegou pesado nessa tortura, achei foi pouco!

Por causa deles perdemos vários vapores, Alyssa ficou traumatizada, fiquei semanas no hospital, Guilherme foi parar na UTI e o Vinícius quase morreu.

Sorte que todos sobreviveram e estão se recuperando, menos o Vinícius que ainda continua no hospital por conta da perna, que quase foi amputada, mas está tudo bem agora.

Alan: Que demora. - bufou.

A pracinha já tava toda pronta, os vapores já tinham colocado os pneus, gasolina e álcool.

Menor: Eles estão resistindo, eu acho.

Érico: Ou o Tito não aguentou esperar e já deu fim nos dois.

BN: Ele não é doido de deixar a gente fora dessa.

RK: Não, ele não é. - apontou pra frente com a cabeça.

Olhei pra frente e foi uma das cenas mais doidas e, ao mesmo tempo, satisfatórias de toda a minha vida.

Meu pai e o Touro vinham arrastando o Mathias e o Pistola por correntes e, detalhe, os dois estavam pelados.

Nós começamos a rir e o Léo cobriu os olhos da Juliana com a mão.

Leonardo: Eu disse que era pra não vir.

Juliana: Nunca que ia perder essa. - tirou a mão dele do rosto, que colocou novamente. - Sai, Leonardo. - ele bufou.

Pistola e Mathias foram jogados em cima dos pneus. Ambos gemeram de dores.

Eles estavam horríveis! Não tinham mais os dedos das mãos, Mathias estava com um pano nos olhos, pois meu pai arrancou os dois com as mãos. Pistola tava magro que só a porra, e dava até para ver os ossos da perna dele.

Crias da FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora