Marcos 🔥
Que porra, caralho!
Sai rápido da minha sala e chamei o meu irmão, que apesar ter dito que iria sair do crime, continua circulando por aqui.
Marcos: Miguel, caralho, corre aqui! - me olhou com a sobrancelha levantada. - Anda, porra! Rápido! É coisa de vida ou morte.
Ele começou a vir na minha direção e quando chegou perto puxei ele pra dentro da minha sala e fechei a porta.
Miguel: Caralho, Marcos. Que foi?
Marcos: Rastreia essa chamada, vai! - entreguei o celular a ele.
Miguel: Alyssa? Que possessão é essa que quer...
Marcos: Porra de possessão, pegaram a Alyssa e o Rael, porra. - arregalou os olhos. - Ouvi barulho de tiro e os caralho tudo, e acho que o Rael foi atingido. Agora rastreia essa merda antes que aconteça coisa pior.
Miguel: Sabe quem pegou eles? - perguntou após ter começado a fazer os bagulhos.
Miguel é inteligente pra caralho, sempre gostou muito desse negócio de tecnologia, fez até curso e os caralho a quatro. O que foi e é muito vantajoso para nós pra esse tipo de emergência.
Marcos: Com certeza foi o filho da puta do Mathias. - ele me encarou.
Miguel: Tito já sabe? - neguei. - Você vai contar?
Marcos: Óbvio, né. São os filhos dele. - suspirei fundo. - Me dá teu celular. - me entregou.
Digitei o número do Tito e enquanto chamava, fui procurando as palavras certas pra serem ditas, mas não encontrei. Sou péssimo em negócio de dar notícia, ainda mais sendo ruim.
Tito: Alô? - falou após atender.
Marcos: Tito, é o Marcos. - engoli o seco. - Não sei como te falar isso, mas... - parei de falar.
Tito: Que foi, porra? - falou já estressado. - Fala logo!
Marcos: Pegaram a Alyssa e o Rael e... eu acho que o Rael levou um tiro. - escutei ele suspirar fundo e no fundo, escutei um barulho de vidro de se quebrando. - Tito?
Tito: Conta cinco, que eu tô indo aí. - e desligou.
Suspirei me sentando na cadeira. Olhei para o meu irmão, que estava concentrado olhando para a tela do computador.
Só espero que essa porra dê certo, não aguento mais ver alguém próximo a mim sofrer.
E ainda mais a Alyssa, a mulher da minha vida, porra. Não sei o que vou fazer da minha vida se alguma coisa acontecer com ela.
••••••••••
Cinco minutos certinho, o Tito e a tropa toda já estavam instalados na minha sala. Meu pai, meus tios e primos também já estavam aqui.
A cara de todos estava péssima. A minha mão tava diferente. Meu medo aumentava a cada segundo que passava, principalmente, quando soube o que a mãe e a tia da Alyssa sofreram na mão daqueles filhos da puta.
Tenho medo de que a minha mulher acabe passando pela mesma coisa. Ia me sentir péssimo por não ter conseguido protegê-la.
Miguel estava acompanhando o trajeto que os caras estavam fazendo pelo celular da Alyssa, mas aí a porra da bateria do celular dela, acabou.
Mas mesmo assim foi bom, nós já sabemos o caminho da propriedade que eles estão indo e o Guilherme falou mesmo que eles tinham uma casa pela região.
Érico: Nós não vamos fazer nada? - perguntou e todos olharam pra ele. - Vamos ficar aqui de braços cruzados esperando o pior acontecer, é isso?
Touro: As coisas não funcionam assim, criança. - Érico revirou os olhos. - Temos que ter paciência...
Alan: Paciência? - riu pelo nariz. - Você pede isso porque não é ninguém da sua família que está em perigo.
Menor: Alan! - o repreendeu.
Touro: Ele tá certo, os meus estão aqui bem e fora de risco. Também não vou julgar nenhum de vocês pelo temperamento porque eu estaria pior do que isso. Mas, no momento, temos que manter a calma e colocar a cabeça no lugar para elaborar um bom plano pra nenhum de nós se machucar e não deixar ninguém de lá sair vivo dessa vez. - encarou o Tito, que abaixou o olhar.
Menor: Guilherme, você pode conseguir um mapa daquele lugar?
Guilherme: Sim, eu devo ter. - abriu o notebook dele.
Menor: Imprima várias cópias, vamos precisar muito disso. - meu primo assentiu. - Gael, quero saber se está disposto a realmente nos ajudar.
Rock: Claro! Rael e Alyssa são como irmãos pra mim, óbvio que vou ajudar.
Menor: Ótimo! Você, Alan, Érico e a Juliana ficaram responsáveis em organizar todo nosso armamento. Bombas, armas, munição, colete, tudo. - eles balançaram a cabeça. - É sempre melhor nós irmos a noite pra esse tipo de operação, igual fizemos pra tirar a Lua e a Lara das mãos deles. Miguel, Guilherme e Léo, como vocês são bons na tecnologia arrumem alguns pontos eletrônicos, rádios, o que for necessário para nos comunicarmos. E Guilherme, quero que você também passe as melhores estratégias para seguirmos o melhor caminho.
Guilherme: Pode deixar, sogro! - sorriu pequeno.
Miguel: Conta comigo!
Meu pai olhou pra ele negando com a cabeça, mas não falou nada. Eu também não ia dizer nada, quando mais ajuda melhor.
Menor: Henry, já te vi pilotando e é bom no que faz, mas já pilotou uma van de grande porte?
Henry: Existe primeira vez pra tudo, né? - riu.
Menor: Você será nosso piloto de fuga, treine bastante, sua velocidade será importante quando formos meter o pé de lá.
Henry: Beleza.
Menor: O resto fica aqui e vamos pensar como vamos invadir. Os que eu citei estão liberados e podem começar as tarefas, não temos muito tempo.
Meus primos, Miguel, Alan, Rock, Henry e Érico saíram da sala e me encostei na cadeira.
Tito: Obrigado. - falou olhando para o Menor. - Tenho certeza que nada vai ser como antes depois disso. Aqueles arrombados do caralho traumatizaram minha mulher e minha cunhada, deixaram feridas que jamais serão curadas. Eu me culpei por anos pelo o que elas passaram e achei que não iria mais sentir essa sensação ruim no peito. Meus dois filhos foram pegos e isso tá me doendo muito. Por isso, antes de qualquer coisa, agradeço pelo apoio de vocês.
Marcos: Somos uma família, Tito. - ele me encarou. - Quero que você saiba que a Alyssa é a mulher da minha vida, e eu tô sentindo o mesmo medo que você. Mas não vamos deixar que isso nos abale ainda mais, vamos focar em tirar os dois de lá o quanto antes, porque a cada minuto a situação vai piorando.
Menor: É isso. Temos que agir rápido, ou será tarde demais. - suspirou.
Meu peito apertava a cada segundo que passava, só de imaginar o que a Alyssa poderia está sofrendo nas mãos daqueles pau no cu.
O Menor junto com o BN, RK, Ptk e o Tio PH começaram a falar sobre as melhores formas de invadirem o local, mas eu nem prestava atenção nisso, só queira minha mulher do meu lado.
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Crias da Favela
RomansaAlemão - Vidigal Dois morros diferentes entre si, mas ao mesmo tempo iguais. Duas gerações cheias de conflitos, mas com muito amor e cumplicidade envolvida. Seus pais viveram grandes emoções e descobriram o amor em meio ao caos. Agora chegou a vez...