Bianca ☀️
Sai da minha sala e fui andando ao lado da Sheila, minha amiga, até o portão de saída do colégio.
Fomos caminhando até a pracinha, que tinha mais pra frente da escola, e era ao lado da empresa onde minha mãe trabalha.
Comprei um sorvete pra mim, antes de ir sentar no banco com ela.
Sheila: Amiga, disfarça. - falou, jogando o cabelo para o lado. - O Davi e sua turminha estão olhando para nós. - falou como se isso fosse a cosia mais incrível do mundo.
Revirei os olhos, colocando uma colher com sorvete na boca.
Bianca: Eles são uns babacas, Sheila. Não respeitam ninguém, e só olham pro próprio umbigo. - ela fez careta.
Sheila: Mas são lindos.
Bianca: A beleza se torna algo insignificante quando as atitudes são escrotas. - dei outra colherada no meu sorvete.
Sheila: Você tem razão. - deu de ombros. - Mas não ligo pra isso, talvez eu nem lembre mais disso quando estiver por cima dele. - revirei tanto os olhos que quase fiquei cega.
Bianca: Você é ridícula! - riu alto e acabei rindo também.
Olhei a hora no celular, que marcava meio dia e ponto. Olhei para a porta da empresa e nada da minha mãe.
Suspirei fundo querendo ir logo para casa. Tava um calor da desgraça e só queria tomar um banho e dormir com o friozinho do ar-condicionado do meu quarto.
Escutei uma buzina e olhei para o lado, era o motorista da Sheila que havia chegado. Ela me olhou fazendo uma carinha triste.
Bianca: Que foi?
Sheila: Não queria te deixar sozinha aqui. - respondeu.
Bianca: Não quer me deixar sozinha ou quer receber mais atenção dos menbacas? - me olhou sem entender. - Meninos babacas. - expliquei.
Sheila: Nossa Bia. - riu. - Você é demais! - beijou minha bochecha. - Até amanhã, amiga!
Bianca: Não respondeu minha pergunta.
Sheila: Eu diria que os dois. - ri. Ela se levantou, arrumando a mochila no ombro. - Tchau.
Bianca: Até amanhã! - acenei pra ela, que acenou de volta.
Nós duas nos conhecemos na nossa antiga escola, no fundamental, desde então somos amigas.
Sheila é o contrário do que sou. Ela é bem popular no colégio, pois, é filha de um deputado. Os professores, apoiadores do pai dela, adulam bastante ela.
Eu sou mais estudiosa, amo ler e não tenho muitos amigos como ela. Sou mais tímida, e não gosto muito de aparecer.
Essas qualidades que nos aproximaram mais. A considero minha melhor amiga, e sei que posso contar sempre com ela quando precisar.
Terminei de comer meu sorvete e joguei o potinho no lixo. Olhei para a frente e os meninos, o Davi em específico, me olhava sorrindo. Nem retribui o sorriso, apenas dei meia volta.
Quando fui voltar para o meu lugar, minha mãe se aproximou. Ela parecia nervosa.
Bianca: Mãe, tá tudo bem? - perguntei.
Nanda: Está meu amor. - sorriu sem mostrar os dentes.
Bianca: É o negócio que a tia Jhe falou? - ela me encarou, e assentiu um tempo depois. - Mãe, fica tranquila, não vai acontecer nada.
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Crias da Favela
RomanceAlemão - Vidigal Dois morros diferentes entre si, mas ao mesmo tempo iguais. Duas gerações cheias de conflitos, mas com muito amor e cumplicidade envolvida. Seus pais viveram grandes emoções e descobriram o amor em meio ao caos. Agora chegou a vez...