Capítulo 20

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Tayla 🌺

Dulce: Tá esperando o que para ir falar com ele? - perguntou após eu contar tudo que havia acontecido.

Tia Dulce me acolheu aqui em sua casa como se eu fosse sua filha. Paloma, filha dela e minha melhor amiga, está me ajudando bastante com tudo.

Agradeço muito as duas e nem sei como vou retribuir pelo teto e comida que estão me fornecendo. Mas sinto que estou incomando, que estou sendo um peso, sei que é verdade, apesar de deixarem claro que não atrapalho e que posso ficar quanto tempo quiser.

Tia Dulce é manicure e trabalha o dia inteiro no salão para por comida na mesa, Paloma também trabalha no mesmo local. Comigo aqui a dispesa aumenta e como estou impossibilitada de trabalhar, não consigo ajudá-las.

Por isso estou pensando em aceitar a proposta do Rael. Afinal, se quero mesmo ter minha independência financeira, casa própria e dar uma boa vida ao meu bebê, tenho que aproveitar os limoes que a vida está me dando. Além disso não tenho muita escolha, foi a única proposta de trabalho que recebi.

Minha vida mudou tanto depois desse bebê. Tudo virou de cabeça para baixo, mas nunca tiraria essa criança. Meu filho não tem culpa se arrumei um pai irresponsável para ele.

No fim, sempre soube que o Érico era assim. Um garoto mimado, mas eu gostava dele por isso fizia o que pedia, como transar sem proteção.

Suspirei e a tia Dulce me olhava em expectativa de alguma resposta.

Tayla: Não sei, tia. E se for mentira?

Dulce: Que motivos ele tem pra mentir?

Tayla: Ah, sei lá. Ele é... parente do Érico, vai que sejam iguais.

Dulce: Meu amor, esse menino te ajudou, te levou pro hospital, se preocupou contigo, quis te dar carona e ainda te ofereceu um trabalho. - se sentou ao meu lado. - Acha mesmo que ele é igual ao Érico, o qual, nunca nem perguntou se você estava bem?

Tayla: Tem razão. O que o Rael fez em dois dias, o Érico não fez em três meses. - disse, ela sorriu fraco me abraçando.

Dulce: Oportunidades assim não podemos desperdiçar. E mesmo se não gostar, vale a pena escutar o que o garoto tem a falar.

Tayla: Tudo bem. Obrigada, tia! Você é a melhor do mundo! - beijei a bochecha dela, que sorriu.

Paloma veio da cozinha com um balde de pipoca nas mãos e parou de caminhar ao me ver abraçada com a tia Dulce.

Paloma: Ih, que isso? Traição na cara dura? Larga minha mãe! - bateu no meu braço e me olhou com a sombrancelha levantada.

Tayla: Aí, Paloma. - ri. - Deixa de ser ciumenta.

Paloma: Não sou ciumenta. - se sentou no outro sofá. - Só não estou gostando dessa intimidade toda com a minha rainha.

Tayla: Você tá com ciúme sim. - gargalhei e ela me deu língua.

Dulce: Meninas, parem! Tem Dulce o suficiente para as duas. - ri.

Paloma: Bom que tenha mesmo, porque estou precisando tanto do seu colo. - se levantou e sentou no meio de nós duas, abraçando dona Dulce.

Dulce: Você está tão carente ultimamente. O que foi, minha jujubinha?

Paloma: Falta de sexo. - respondeu.

Olhei incrédula para a Paloma.

Dulce: Te entendo perfeitamente, filha. - suspirou.

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