Miguel 💨
Terminei de fazer tudo na boca e sai da salinha. Marcos decidiu dar um baile para sábado e estava uma loucura, já que hoje é quinta e tinha muito trabalho a se fazer.
As vendas estavam até boas, nunca caíram de rendimento. Marcos sempre soube administrar tudo para que nada caísse, além do Guilherme sempre ter ajudado e o Vinícius.
Ele não disse nada, mas tenho certeza que essa história de baile é só uma distração. Conheço o meu irmão como a palma da minha mão e ele nunca planeja um baile sem segundas intenções. E sabia que ele e o Rael estavam planejando algo, faz dias que os dois conversam muito.
Talvez fosse pra saber quem é que estar por trás desses furtos de cargas, já que sábado viria uma remessa de carga com armamento e algumas drogas para nós e seria uma boa pegar no flagra quem estar por trás.
Os dois estavam em outra reunião na sala do Marcos. Eu que não ia perguntar nada ao meu irmão, estou esperando ele me contar. E se ele não contar, vou fingir que não sei de nada.
Da pra ver que o Marcos não quer que eu me envolva em muitos assuntos da boca. O que, na minha opinião, é intrigante. Um tempo atrás eu disse que não queria fazer parte disso, comuniquei meu pai e sempre fui sincero com meu irmão. Mas não deu pra fugir disso, continuo estudando e trabalhando aqui.
Eu quero ajudar eles no que for preciso. São minha família e sempre estarei aqui por eles. Mas me colocarem de fora dessas coisas significam que ainda me enxergam como um garoto, uma criança e não sou.
Fechei a porta da salinha e vi o Marcos saindo da sala com o Rael. Os dois ainda estavam conversando, nem me dei o trabalho de prestar atenção e passei reto por eles.
Marcos: Miguel.
Escutei ele me chamar, mas não olhei para trás. Subi na minha moto e segui o caminho de casa. Abri a porta de casa e vi a minha irmã com o meu sobrinho, o moleque já estava grandão.
Mirele: Oi, meu amor. - sorriu. - Chegou cedo.
Miguel: Cheguei na mesma hora de sempre. - ela olhou a hora no celular e arregalou o olho.
Mirele: Meu Deus. Perdi a noção do tempo brincando com o Theo. - colocou ele em meu colo. - Segura ele, eu tenho que ver o almoço. - se levantou.
Miguel: Cadê a mãe? - perguntei, já que até agora ela não apareceu para me dar um beijo.
Sempre que saio para a boca, ela me beija e diz que me ama. A mesma coisa faz quando chego em casa na hora do almoço e quando saio para o curso. Eu amo essa mulher e amo toda demonstração de amor que ela faz por mim e por todos.
Mirele: Teve que ir resolver algumas coisas da ong. A Aly está lá ajudando ela.
Parece que a Alyssa estava definitivamente fazendo parte da família. Não que eu esteja achando ruim, pelo contrário, meu irmão merece ser feliz que com alguém que ame ele da mesma forma que ele a ama. E o meu sobrinho estava precisando de uma mãe também. Uma mãe que acolhesse ele da melhor forma possível.
Miguel: Acho que o Marcos se casa com a Aly antes do final do ano. - falei brincando com o Theo.
Mirele: Acho que ainda não. Pelo Marcos, os dois já estariam casados e com filhos, mas acho que a Aly não quer isso agora.
Miguel: Se o Marcos convenceu ela de vir morar aqui, o que vai impedir ele de tentar casar com ela agora? - perguntei e ela deu de ombros.
Mirele: Eu não sei. E em partes você está certo, mas ainda continuo acreditando mais em mim e eles não se casam no final do ano.
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Crias da Favela
RomanceAlemão - Vidigal Dois morros diferentes entre si, mas ao mesmo tempo iguais. Duas gerações cheias de conflitos, mas com muito amor e cumplicidade envolvida. Seus pais viveram grandes emoções e descobriram o amor em meio ao caos. Agora chegou a vez...