Capítulo 40

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Íris 👄

Terminei de preparar o chá e levei até a tia Lua, que estava no quarto, deitada na cama, chorando desde que o tio Renan deu a notícia.

Todos não estavam diferentes dela, principalmente a Lívia, que pelo choque passou mal e teve que ser internada. Tia Lara tá lá com ela, e parece estar tudo bem agora. Ela e o bebê estão ótimos!

Íris: Aqui tia, bebe um pouco. - ela negou.

Ana: Vai beber sim, Luara! - pegou a xícara da minha mão. - Você precisa se acalmar um pouco e já que não quer tomar remédio, esse chá vai te fazer bem. - ela negou com a cabeça.

Luara: Já disse que não quero.

Allana: Lua, por favor, colabora. - se sentou ao lado bem. - Os meninos já estão cuidando de tudo, vai ficar tudo bem.

Luara: "Vai ficar tudo bem." - imitou a tia Allana. - Eu estou cansada de ouvir essa frase! - desabafou, já em lágrimas. - Eu sei que nada vai ficar bem enquanto meus dois filhos estiverem nas mãos daqueles nojentos. Estive lá, passei semanas nas mãos deles e foi tudo horrível! Minha irmã sofreu horrores nas mãos deles, vocês sabem. - encarou minha mãe e a tia Lana, que assentiram. - Eles, com toda certeza, não vão ter pena dos meus filhos por causa de tudo que aconteceu no passado. Temi tanto que isso realmente acontecesse... eu falei pro Renan, eu falei. - colocou o rosto entre as mãos.

Minha mãe e minha tia, não falaram nada, apenas a abraçaram.

O choro da tia Lua era alto, cheio de medo, magoa e desespero.

Enxuguei minhas lágrimas e sai do quarto, descendo as escadas. Elas sabem como tudo aconteceu, e vão saber melhor como consolá-la.

Eu estava precisando de um banho, desde ontem a tarde, quando soubemos o que aconteceu, não havia dormido direito com medo de virem atrás de mim também.

Sai da casa dos meus tios, andei um pouco e entrei na minha casa. Estava tudo em silêncio e sabia que não tinha ninguém. Fui direto para o meu quarto e depois de um longo banho, dormi.

•••••••••

Mais tarde estava terminando de fazer a janta quando escutei a porta bater. Desliguei o fogo, andando até a sala para abrir a porta.

Ainda não havia nenhuma notícia de como a Aly é o Rael estavam, mas o meu pai falou que a localização já estava com eles e que amanhã de madrugada eles iriam buscar os dois.

Alan falou que tudo estava indo bem, mas que precisavam desse tempo pra organizar tudo devidamente perfeito para não ocorrer nenhum erro.

Só espero que dê realmente tudo certo e que todos da minha família e os outros que estão nos ajudando, saiam ilesos.

Respirei fundo e encarei o Guilherme após ter aberto a porta. Ele estava com uma roupa toda preta e carregava uma mochila nas costas. Sorriu pequeno pra mim e retribui.

Guilherme: Bom... - suspirou. - Seu irmão tá aí?

Íris: Não. Ele está na casa do tio BN. - falei. - É essa casa branca, aí em frente. - informei.

Guilherme: Tá, beleza. - se virou, mas antes que eu fechasse a porta, virou-se novamente. - Íris, minha flor, a gente precisa conversar sobre nós. - suspirei, me encostando na porta. - Podemos?

Íris: Devemos. - ele sorriu.

Guilherme: Tenho que resolver uns bagulhos com os meninos, mas volto logo, tá? - assenti.

Crias da FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora