Guilherme 💦
Em vinte e quatro anos da minha vida, nunca havia tomado uma decisão errada.
Até agora.
Não estava arrependimento de absolutamente nada. Estou aqui pra salvar minha família, mas tá foda aguentar todos os bagulhos sozinho.
Entrar aqui foi mais fácil, do que está sendo permanecer. Não descobri porra nenhuma porque eles ainda não tem aquela total confiança em mim.
Por isso, tão me colocando a frente das missões contra o CV, ou qualquer um da minha família. Como o acidente da mulher do Tito. Eu sabia, eu planejei, eu tava no carro.
Não era pra matar ninguém, juro. Era só pra ser um susto, mas na hora os caras jogaram o carro mais do que foi combinado. O que resultou em um capotamento preocupante pra mim.
A dias tô sem dormir me perguntando como o pessoal lá estão, se a Lua tá bem. O foda é que não posso demonstrar nenhum remorso, nenhuma preocupação.
Ontem o chefe ligou para o JK, que está a frente dos bagulhos, e ordenou que eu planejasse outra emboscada, dessa vez contra o Menor.
Disseram que ele tava indo muito ao hospital na pista e não consegui fazer muita coisa, a não ser mandar ele pra prisão com uma denúncia anônima.
Nem imagino como a Íris está e pensar que ela pode nunca me perdoar por isso, me dói tanto.
Amo aquela mulher mais que tudo. Morro por dentro só de pensar na possibilidade dela não querer nem olhar mais na minha cara.
- Ei, caralho. - levantei a cabeça, vendo um dos homens do JK. - Tá pensando no que? Em como vai matar o sogrão? - levantei uma sobrancelha.
Guilherme: Como?
- Não se faça de desentendido. - falou se aproximando mais. - O combinado foi que você passaria por testes, esqueceu? - neguei. - O último será a morte de alguém importante pra você e o seu sogro parece ser a pessoa perfeita. - riu e engoli o seco.
Guilherme: Já teve uma morte. - falei.
Não queria ter mais sangue em minhas mãos, principalmente o do Menor. Porra, eu tô muito fodido! Tomara que o Tito já tenha tirado ele da gaiola.
- Aquela não foi você que matou. Provará sua lealdade a nós matando o Menor. E se não acabar com ele, verá sua família morrer. - deu um tapa na minha cara. - Prepare os equipamentos, porque a tortura vai ser longa.
•••••••••
Entramos no carro e coloquei a mochila com facas, maçarico, ácido e vários outros instrumentos de tortura dentro.
Tentei de todas as formas possíveis arranjar uma escapatória, mas não consegui. Eles queriam essa minha última prova de lealdade e tinha que fazer.
Soava frio e meu coração tava a mil. Não seria minha primeira tortura mas seria a mais dolorosa, não no Menor, mas em mim.
O caminho todo fui de olhos fechados com o pensamento que o Tito e a tropa toda iriam invadir o presídio antes da gente chegar.
Mas não aconteceu. Tava tudo limpo e não havia nenhum sinal de que uma invasão estava prestes a acontecer.
JK: Chegou a hora, moleque. - falou. - A passagem tá limpa, os vermes não vão te revistar, nem atrapalhar sua entrada. - me encarou. - Não amadela, porque se não, você e toda sua família de merda serão os próximos. - se virou para frente. - Anda, porra!
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Crias da Favela
Roman d'amourAlemão - Vidigal Dois morros diferentes entre si, mas ao mesmo tempo iguais. Duas gerações cheias de conflitos, mas com muito amor e cumplicidade envolvida. Seus pais viveram grandes emoções e descobriram o amor em meio ao caos. Agora chegou a vez...