Capítulo 57

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Alyssa🌻

Bernardo: Aly. - gritou meu nome e correu na minha direção assim que me viu.

Beni pulou em meus braços e me abraçou. Beijei a bochecha dele e o coloquei no chão.

Alyssa: Tudo bem, meu amor?

Bernardo: Sim. - balançou a cabeça. - Achei que o papai que vinha me buscar.

Alyssa: Seu pai está ocupado com algumas coisas do morro e eu que estava na ONG e passei aqui. - sorri pequeno. - Vamos para casa?

Ele assentiu e saímos andando.

Criei um laço forte com o Beni, algo que nunca nunca havia acontecido com nenhuma outra criança. Eu me apaixonei pelo Bernardo de uma forma tão linda. É como ele sempre fizesse parte da minha vida.

Marcos diz a mesma coisa. Diz que o Beni nasceu para ele e disso não tenho dúvidas! Os dois se entendem como ninguém. E é lindo de se ver.

Mas ultimamente, o Marcos não está tendo tanto tempo para o filho, e o Bernardo tá sentindo essa falta da presença do pai. Marcos só chega a noite em casa e enquanto isso, eu fico distraindo o Beni o dia inteiro para que não sinta tanta falta do pai, mas sei que é impossível. Já senti isso, vivi isso com o meu pai.

Entrei na casa do Marcos e o Bernardo partiu para o banheiro, depois só escutei o barulho do chuveiro.

Fui direito para a cozinha e coloquei o almoço dele no prato.

Eu e o Marcos não estávamos morando juntos. Ele nunca me chamou para morar aqui, nem nunca falou sobre. E eu que não ia falar nada.

Coloquei meu almoço também e sentei na mesa esperando o Bernardo, para almoçar comigo. Ele logo chegou todo cheiroso e se sentou ao meu lado.

Alyssa: Como foi a escola? - tentei puxar assunto depois que terminados de comer.

Bernardo: Foi bom. Minha professora falou que daqui a pouco vamos ficar de férias. - bebeu um gole do suco. - Eu gosto de férias. Fico sempre com o vovô e a vovó, enquanto o papai trabalha.

Alyssa: Que tal esse ano suas férias serem diferentes? - me olhou animado.

Bernardo: Como assim?

Alyssa: Não sei, você poderia ir lá para a minha casa ou poderíamos fazer uma viagem.

Bernardo: Sim! Eu quero! - sorriu. - Mas e o meu pai? - suspirei.

Marcos: O que tem eu? - escutei a voz dele e virei para o olhar.

Marcos estava com uma expressão de cansado. Parece que não dormia bem fazia dias, estava com olheiras e percebi até que estava mais magro.

Bernardo: Papai. - pulou no colo do Marcos, que agarrou forte o filho. - Senti sua falta.

Marcos: Eu também, filho. - colocou ele no chão. - Oi. - beijou meu cabelo. Sorri fraco para ele e coloquei os pratos na pia. - O que foi?

Alyssa: Nada. - me olhou estranho.

Bernardo: Papai, você ainda vai trabalhar hoje?

Marcos: Vou, filho. Só vim aqui para tomar um banho e vou voltar. - Beni balançou a cabeça com uma carinha triste.

Alyssa: Vamos na casa dos meus pais comigo, Beni? Eu tenho que ir pegar umas roupas lá e quero que vá comigo.

Bernardo: Tá bom. - falou tristonho. - Vou me arrumar. - saiu sem que eu ou o Marcos falssemos nada.

Crias da FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora