Alan 🍁
Sai do meu quarto e desci as escadas indo direto para a cozinha. Minha mãe tava sentada na mesa, com a cabeça apoiada nas mãos.
Dei um beijo nos cabelos dela, que me olhou e deu um sorriso fraco.
Ana: Bom dia, filho.
Alan: Bom dia. - peguei uma xícara e despejei café dentro. - A senhora está bem?
Ana: Não. - falou baixo. - Estou sentindo aquele arrocho no peito.
Alan: Eu também tô, mãe. - me encarou com um olhar triste. - Mas fica mec, não deve ser nada.
Ana: Alan, você sabe assim como eu que quando sentimos esse negócio algo ruim irá acontecer com um de nós.
Alan: Eu sei, mas pode ser um alarme falso.
Ana: Nunca foi um alarme falso. - suspirei. - Senti a mesma coisa quando perdi meus pais, quando a Lua e a Lara foram sequestrada e quando machucaram o Raick. - me sentei ao lado dela.
Eu posso ser parecido com meu pai no físico, mas o resto sou igual a minha mãe. Esse bagulhos que ela sente, sinto também.
No começo eu tinha até medo disso, quer dizer, até hoje tenho de acordar e, do nada, sentir essa angústia no peito. A última coisa que tu quer é perder tua família, e só sinto isso quando é algo com alguém próximo. Por isso, tento ao máximo, proteger os meus.
Alan: Mãe, calma. - alisei o rosto dela. - Cadê o coroa e a Íris?
Ana: Já foi trabalhar, mas disse que viria mais cedo. Sua irmã está na faculdade, seu pai a levou.
Alan: Tá, olha eu vou pra boca só pra ver se estão precisando de mim, mas saio de lá cedo e vou buscar a Íris na faculdade e prometo não deixar nada acontecer com a minha irmã.
Ana: Tá bom, filho. - beijou minha testa. - Toma cuidado você também.
Alan: Te amo. - beijei a testa dela. - Tchau.
Ana: Te amo, tchau. - sorri fraco.
Terminei de tomar meu café e deixei a xícara na pia. Peguei a chave de casa e saí indo pra boca principal.
O Rael conversando com alguns vapores, ali em frente e entrei na boca dando de cara com o Léo.
Alan: Ih pivete, tá fazendo o que aqui?
Leonardo: Tito pediu pra eu refazer umas contas ai e vim entregar os papéis a ele.
Alan: Ah tô ligado, da boca que o Érico trabalha, né? - ele assentiu. - Como que tá os bagulhos?
Leonardo: Todas as contas estavam erradas, o resultado, que era para ser menos, estava mais do que deveria. Mas sabe mano eu conheço o Érico, ele pode ser irresponsável e tals, mas leva o trabalho a sério.
Alan: Acha que ele não tem culpa no cartório?
Leonardo: Tenho certeza disso, porque até onde sei, ele nem é responsável pelas contas dos lucros de venda.
Alan: Passou a visão pro Tito? Ele tá puto por aí d não ter descoberto quem tá por trás desse b.o aí.
Leonardo: Falei, pô. Não sei se ele acreditou, mas fiz minha parte. - deu de ombros. - Vou indo, a gente se ver por aí. - fizemos um toque.
Alan: Espera ai, porra. - ele parou de andar. - Conta pô, como foi o lance lá com a loira?
Leonardo: Você é mais fofoqueiro que nossas mães juntas. - mandei o dedo do meio pra ele rindo. - Foi foda, menor. - sorriu. - A mulher é fogo mas ao menos tempo delicada. Se faz de durona, mas é uma manteiga derrerida e é linda pra caralho.
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Crias da Favela
Lãng mạnAlemão - Vidigal Dois morros diferentes entre si, mas ao mesmo tempo iguais. Duas gerações cheias de conflitos, mas com muito amor e cumplicidade envolvida. Seus pais viveram grandes emoções e descobriram o amor em meio ao caos. Agora chegou a vez...