Em Busca Do Meu Passado ( PAUSADA )

Capítulo 10

Maiara*

Quando o intervalo acabou nós voltamos pra sala e todo mundo me olhava, Alana ficava fazendo piadinhas com as amigas dela e eu estava me segurando pra não chorar, e pra não voar no pescoço dela também.
Vejo o Fernando voltar pra sala e me ignorar completamente, eu também evitei ele, não conseguia encará-lo depois que vi a forma como ele agrediu o Caio e como gritou comigo, eu nunca o vi agir assim, eu me assustei muito.
Quando a última aula acabou ele foi o primeiro a sair da sala, guardei meu material e sai também, passei pelo pátio até a saída da escola sentindo os olhares dos alunos em mim, eu odeio esse lugar.

Mara: Não liga pra esses idiotas, logo eles esquecem.

Eu: Fernando me assustou muito, ele sempre foi tão tranquilo.

Mara: Eu também fiquei assustada, ele tava fora de si.

Eu: Mas o que mais me machucou foi que ele não quis me ouvir, preferiu acreditar que eu beijei o Caio por que quis.

Mara: Qualquer pessoa no lugar dele faria o mesmo, ele só estava nervoso.

Assim que chegamos em casa eu fui tomar um banho pra depois ir almoçar, eu não conseguia comer, só ficava mexendo na comida e pensando em tudo o que aconteceu hoje.

Almira: Come filha, você não comeu nada.

Eu: Tô sem fome mãe.

Senti que começaria a chorar então sai da cozinha e corri pro meu quarto, assim que entrei tranquei a porta e desabei, desejando que aquilo não tivesse acontecido.
Peguei meu celular e liguei pro Fernando, nas duas primeiras vezes caiu na caixa postal e na terceira vez ele atendeu, senti meu coração acelerar ao ouvir sua voz.

Ligação*

Eu: Fernando!

Fer: Oi.

Eu: Acredita em mim, eu não te trai, não beijei o Caio, ele me beijou a força.

Fer: Como quer que eu acredite Maiara, eu vi.

Eu: Viu o que, uma foto? Pelo amor de Deus acredita em mim, cadê a confiança?

Ele passa um tempo em silêncio e eu sinto meu peito se apertar.

Eu: Pelo visto a confiança não existe mais, se é que existiu um dia.

Desliguei o telefone e joguei o celular na cama, eu não conseguia acreditar que ele estava mesmo acreditando que eu seria capaz de trair ele, ele foi meu primeiro e único namorado, não escondemos nada um do outro e é assim que ele age.

Fernando*

Eu estava no meu quarto até ouvir meu celular tocar, vejo o nome da Maiara na tela e sinto um frio na barriga, nas primeiras vezes eu não atendi mas ela continuou ligando e eu não resisti.

Ligação*

Mai: Fernando! - Consegui perceber pelo seu tom de voz que estava querendo chorar.

Eu: Oi.

Mai: Acredita em mim, eu não te trai, não beijei o Caio, ele me beijou a força.

Eu: Como quer que eu acredite Maiara, eu vi!

Mai: Viu o que, uma foto? Pelo amor de Deus acredita em mim, cadê a confiança?

Passo um tempo sem falar nada, eu estava confuso, muito confuso e com raiva.

Mai: Pelo visto a confiança não existe mais, se é que existiu um dia.

Ela encerrou a ligação sem me deixar falar, eu queria acreditar nela, queria muito. Uma parte de mim dizia que ela estava dizendo a verdade mas a outra só conseguia pensar naquela foto, naquele beijo, nas mãos dele na cintura dela.
Ouvi a voz do meu pai na sala e me preparei pra ouvir os sermões dele, sai do quarto e o encontrei sentado no sofá falando com a minha mãe, me sentei ao lado dele e fiquei esperando os gritos mas ao invés disso ele pegou a minha mão e apertou.