Capítulo 50

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Maiara*

A semana se passou e hoje eu volto a trabalhar, confesso que estou nervosa pois desde o ocorrido essa vai ser a primeira vez que vejo o Henrique, afinal ele está me ignorando desde o dia do jantar, não atende as minhas ligações e nem responde as minhas mensagens.
Chego na polícia e vou logo me trocar, percebo o olhar dos outros policiais pra cima de mim e alguns cochichavam entre si, era só o que me faltava.
Depois de me arrumar eu vou até meu supervisor pra saber qual área da cidade irei fazer ronda hoje e acabo esbarrando com o Henrique.

Eu: Bom dia.

Henrique: Bom dia. - Ele passa por mim e vai em direção às viaturas.

Converso com Hernandes, o nosso supervisor e ele diz que continuarei fazendo dupla com o Henrique e que ficaríamos do lado leste da cidade.

Chego no estacionamento e ele já me esperava dentro da viatura, entro em silêncio e fico olhando pela janela conforme ele dirigia.

Eu: Olha, eu sei que está bravo e você tem todo o direito de não querer olhar na minha cara, só deixa eu me explicar.

Henrique: Não precisa, poupe o seu tempo e o meu.

Eu: Henrique por favor. - Ele fica em silêncio e eu aceito isso como um sim. - Aquele moço é o Fernando, nós namoramos por três anos quando éramos jovens e por causa de outras pessoas nós nos afastamos.

Contei toda a história pra ele e recebi um silêncio como resposta, tudo bem, respeito sua decisão de não querer falar comigo, pelo menos a minha parte eu fiz em explicar tudo e me desculpar.

No fim da tarde recebemos um chamado e fomos informados de que dois homens haviam brigado num bar e ambos estavam machucados.
Assim que chegamos no bar pudemos ver um rapaz sentado na cadeira com o braço e a testa cortados, o outro rapaz estava deitado no chão desacordado.

Abordamos os dois rapazes e pelo que nos explicaram a briga foi por causa de dívida,  chamamos uma ambulância e a seguimos até o hospital para poder interrogar os dois homens. Eu só não esperava que esse hospital fosse o mesmo que o Fernando trabalhava, só percebi quando chegamos e ficamos aguardando na recepção até sermos liberados pra entrar.

Interrogamos os dois homens e ambos estavam fora de perigo, eram só cortes superficiais, e não era motivo pra prisão então só registramos a ocorrência e quando estávamos indo embora eu ouço o Fernando me chamar.

Fer: Maiara! - Me viro e vejo ele vindo em minha direção, olho pro Henrique e ele não estava com uma cara muito boa.

Henrique: Te espero na viatura.

Eu: Não vou demorar.

Ele da de ombros e se afasta, Fernando vem até mim e me abraça.

Fer: Oi meu amor, como você tá? - Antes de responder ele me beija e eu me afasto envergonhada.

Eu: Oi amor, eu tô bem mas preciso ir.

Fer: Conversou com ele?

Eu: Sim, mas a convivência tá bem difícil.

Fer: Pede pra trocarem vocês.

Eu: Não é tão simples assim, e eu gosto de trabalhar com ele. - Vejo Fernando revirar os olhos e eu dou risada.

Fer: Tá indo pra casa já?

Eu: Sim, só preciso ir pra base, entregar essas ocorrências e depois tô liberada.

Fer: Você fica linda vestida assim.

Eu: Para Fernando. - Digo envergonhada.

Fer: Janta comigo e meus amigos?

Eu: Hoje?

Fer: Sim, vai ser na casa do Tomás.

Eu: Tem certeza amor, e se eles não gostarem de mim?

Fer: Impossível não gostarem de você, mas se isso acontecer a gente vem pra casa e fica juntinhos.

Eu: Tá bom, que horas?

Fer: As oito, daqui a pouco Tô saindo também.

Eu: Tá bom, te espero lá em casa.

Fernando me beija mais uma vez e com muita insistência eu consegui me soltar dele, fui até o Henrique e fomos embora em silêncio.
Chegamos e eu fui logo pegar minhas coisas pra ir embora mas uma policial chegou e ficou me encarando com cara de cu.

Eu: O que foi? - Eu nunca vi ela aqui, pude ver na sua farda que seu nome era Débora.

Debora: Então você é a Maiara?

Eu: Sim, por que?

Débora: Quem você pensa que é pra fazer uma palhaçada daquela com o Henrique? Se bem que foi até melhor ele se livrar de você, por que ele é meu.

Eu: Olha só, eu nem sei quem é você e não tenho nenhum interesse em descobrir então fecha a boquinha e sai da minha frente.

Debora: Deu pra perceber que você se acha, e eu só vou te avisar mais uma vez, fica longe do Henrique. - Nessa hora eu me estressei com essa menina.

Eu: Ah garota vai se foder, tá parecendo essas menininhas adolescentes que brigam por macho na escola, vê se cresce e para de encher o meu saco.

Dou as costas pra ela e termino de pegar as minhas coisas enquanto ela ainda me olhava com ódio, aproveitei a oportunidade pra provocar ela mais ainda.

Eu: Se me der licença tenho que ir encontrar o meu namorado, até por que eu  prefiro gastar o tempo que tenho transando bem gostoso com ele, ao invés de ficar aqui vendo você passar vergonha e se humilhar por alguém que certamente não te quer, boa noite.

Debora: Vagabunda.

Eu: Não me compare a você.

Saio dali e vejo que Henrique me olhava, provavelmente ouviu a nossa discussão, mas que se dane, não sou obrigada a aguentar surto de mulher doida.

Chego em casa quase uma hora depois e encontro Maraisa na sala assistindo filme, dou um beijo nela e aviso que irei sair com o Fernando, convido ela pra ir junto mas ela recusa, diz que vai arrumar as malas pra voltar pra casa amanhã.

Eu já estava quase pronta quando o Fernando chegou, só faltava terminar a maquiagem mas por mim eu ficaria em casa, não tô muito afim de sair, ainda mais pra conhecer os amigos dele, não sei se vão gostar de mim.

Fer: Oi bê. - Diz entrando no quarto.

Eu: Oi amor.

Fer: O que foi, tô te achando meio desanimada.

Eu: Vou ser sincera com você, eu não quero ir.

Fer: Por que não amor, o pessoal é legal.

Eu: Legal com você, e se não gostarem de mim?

Fer: Já conversamos sobre isso, mas tudo bem, se não quer ir eu ligo e aviso que não vamos.

Eu: Não precisa, eu vou, mas não me.dejxa sozinha no meio dos seus amigos não, eu tenho vergonha.

Fer: Tá bom senhorita vergonhosa, agora vamos, ah e você está linda.

Eu: Você também tá lindo.

Peguei minha bolsa, nós despedimos da Maraisa e fomos pra casa do amigo do Fernando, eu estou mega nervosa, no caminho contei sobre a discussão com a tal Débora e ele também achou ela muito sem noção.

Em Busca Do Meu Passado ( PAUSADA )Onde histórias criam vida. Descubra agora