Capítulo 41

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Fernando*

Acordei com o meu celular tocando, era a Viviane mas quando fui atender a ligação caiu, vi que tinha mais seis ligações dela no meu celular então liguei de volta, no segundo toque ela me atendeu.

Ligação*

Viviane: Fernando! - Ela estava chorando?

Eu: Oi, aconteceu alguma coisa?

Viviane: Meu pai.. - Ela não terminou a frase e eu entendi o motivo, o pai dela tem câncer e já não estava bem a um tempo.

Eu: Não me diz que..

Viviane: Ele morreu hoje de manhã, eu nem sei o que fazer, não queria ir no velório dele mas é meu pai. - Ela nunca gostou de ir em enterros.

Eu: Eu vou com você, vou tomar um banho rápido e passo pra te pegar.

Viviane: Não precisa, você tem o seu trabalho.

Eu: Eu não vou deixar você sozinha nesse momento. - Ela chora mais.

Viviane: Obrigado.

Eu: Fica calma tá, eu vou tomar um banho e já passo pra te buscar.

Viviane: Tá bom, eu tava pensando em passar uns dois dias lá com a minha mãe, tem problema pra você?

Eu: Problema nenhum, vou fazer uma malinha pra mim também.

Viviane: Obrigado.

Ela desligou e eu continuei sentado na cama por um tempo, eu estava disposto a terminar com ela, esclarecer as coisas mas aí isso aconteceu, eu não ser um filho da puta e terminar com ela num momento desse.
Tomei um banho rápido e depois de me trocar eu coloquei algumas roupas na mala, comi qualquer coisa e enquanto dirigia até a casa dela eu liguei pro hospital, expliquei a situação e eles entenderam.

Cheguei na casa da Viviane e ela não estava na sala, fui até o quarto e encontrei ela senha da na cama chorando, fui até ela e a abracei.

Eu: Eu sinto muito. - Aperto ela em meus braços e ela chora mais ainda. - Fica calma, pensa que ele estava sofrendo muito, agora ele vai pra um lugar melhor.

Viviane: Eu não tava preparada pra perder meu pai.

Eu: Eu sei meu amor, mas foi a vontade de Deus.

Continuo ali acalmando ela, até ela parar de chorar, coloco a mala dela no carro e fico esperando ela trancar a casa.
Os pais dela moram em uma cidade do interior de São Paulo, em duas ou três horas a gente chega lá.
O caminho todo foi estranho, o clima estava muito pesado e eu não sabia o que falar, na verdade eu queria contar logo toda a verdade pra Viviane, mas não é justo fazer isso com ela agora.

Viviane: A sua paciente está Bem?

Eu: Sim, pelo menos ontem a hora que eu saí de lá ela estava bem, mas não tive notícias.

Viviane: Tomara que ela fique bem, ela praticamente salvou você.

Eu: Pois é.

Seguimos o caminho conversando até chegar na casa da mãe dela, ela entrou na frente e eu respirei fundo, vai ser um chororô danado e eu não gosto de estar no meio disso, eu fico mal e nunca sei o que fazer pra pessoa se sentir melhor.
Como eu disse, assim que entrei vi as duas se abraçando e chorando, esperei ela falar com a mãe e depois fui abraçar minha sogra, disse algumas palavras pra ela e depois me afastei.

Viviane: Que horas é o velório?

Vera: As seis horas, vai ser a noite toda e vão enterrar ele amanhã de manhã.

Viviane: A senhora já avisou todo mundo?

Vera: Sim, seu irmão tá resolvendo as coisas do velório, eu não tive coragem de ir.

Viviane: A senhora fez bem.

Eu: Eu vou fazer algo pra gente almoçar.

Vera: Não precisa filho, eu não estou com fome.

Eu: Eu sei que está triste, mas a senhora precisa comer, não pode ficar de estômago vazio.

Viviane: Ele tá certo mãe.

Eu: Eu vou pra cozinha, qualquer coisa me chama tá.

Deixei elas ali na sala e fui pra cozinha fazer o almoço, fiz algo simples mas demorei o maior tempo que eu consegui, eu queria ficar um tempo sozinho, preciso pensar melhor no que fazer, não posso perder mais tempo longe da mulher que eu amo, mas também não posso machucar a Viviane agora.

Viviane: Quer ajuda amor?

Eu: Não, já acabei. - Me encostei na pia e fiquei olhando pra ela, eu a amo, mas não se compara ao amor que eu sinto pela Maiara.

Viviane: Você tá bem? - Ela se aproxima e me abraça.

Eu: Sim, e você como está? - Coloco uma mecha de cabelo atrás da sua orelha.

Viviane: Vou ficar bem.

Eu: Eu tô aqui tá, se precisar chorar, se quiser conversar eu tô aqui. - Abraço ela e dou um beijo na sua testa.

Almoçamos e ficamos fazendo companhia pra mãe dela até a hora de ir pro velório, me sentei num canto e fiquei observando as pessoas, bando de falsos, principalmente a família dela que quase nem tinha contato, agora aparecem aqui chorando horrores.
As horas se passaram lentamente, agora são cinco da manhã e só está eu, a Viviane, a mãe, o irmão dela e a namorada dele aqui, Viviane está dormindo com a cabeça no meu colo, aproveitei que ela estava dormindo e liguei pro Tomás.

Ligação*

Tomas: Alô.

Eu: Oi Tomas, te acordei?

Tomas: Não, estou indo pro hospital.

Eu: Será que você pode fazer um favor pra mim?

Tomas: Claro, afinal como a vivi está?

Eu: Ela está arrasada, sempre foi apegada ao pai, chorou muito com a morte dele.

Tomas: Eu sinto muito, se pudesse estaria aí com vocês.

Eu: Eu sei, e agradeço.

Tomas: Mas me diz, qual é o favor.

Eu: Queria que você fosse no quarto da Maiara e ver como ela está.

Tomas: A policial?

Eu: Sim, pode fazer isso por mim?

Tomas: Claro que sim, o nome dela é Maiara?

Eu: Sim, a Maiara.

Tomas: Não me diga que..

Eu: Sim, a própria.

Tomas: Meu Deus Fernando, não acredito que encontrou ela.

Eu: Pois é, mas não quero falar sobre isso agora.

Tomas: Tá bom, pode deixar que eu vejo como ela está e falo pra você.

Eu: Obrigado.

Encerrei a ligação e me certifiquei de que a Viviane ainda estava dormindo, não queria que ela ouvisse a conversa, não quero que ela descubra assim.

Em Busca Do Meu Passado ( PAUSADA )Onde histórias criam vida. Descubra agora